quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Moagem – Industrial Lodge

 Viana do Alentejo tem um novo hotel. Trata-se do Moagem – Industrial Lodge, que recupera uma antiga moagem, convertendo-a num espaço de alojamento contemporâneo. Com arquitetura industrial e design apurado, a unidade conta ainda com um restaurante e uma zona de wellness com piscina interior.

Um hotel onde a matéria-prima é a memória, mas onde a experiência é profundamente contemporânea, é assim que se apresenta o Moagem – Industrial Lodge, que propõe um conceito diferenciador em Portugal: um alojamento verdadeiramente industrial, instalado num antigo edifício fabril e desenhado para quem procura autenticidade, design e uma nova forma de viver o território.




Mais do que uma reconversão, o Moagem representa uma reinterpretação cuidada dos antigos Moinhos de Santo António, edifício marcante na história de Viana do Alentejo. O projeto preservou equipamentos industriais e materiais como o ferro, a pedra e a madeira, integrando-os numa linguagem arquitetónica coerente, onde o passado é respeitado e ativado por soluções contemporâneas.


“Não queríamos simplesmente abrir mais um hotel no Alentejo. O que nos moveu foi a vontade de prolongar a história deste edifício, respeitando a sua identidade e trazendo-o para o presente com sobriedade e propósito. O Moagem resulta de uma intervenção contida, onde cada escolha, da arquitetura aos materiais, procura criar uma ligação autêntica entre o espaço, a paisagem e quem nos visita”, explica Joana Gomes, coordenadora de projetos de hotelaria da Mainside Investments.
 
Com 17 unidades de alojamento, o hotel privilegia o conforto com alma. Há quartos com varandas amplas sobre a vila, suites familiares em cápsulas modulares, penthouses com vistas desafogadas, e sempre uma estética que funde o industrial ao essencial, o rústico ao elegante. Camas Hästens, pavimento radiante, mobiliário de autor e um sistema interativo de comunicação compõem a base de uma experiência desenhada ao detalhe.



A cozinha, liderada pelo Chef Pedro Dias, é outro ponto de encontro entre memória e inovação. No centro da sala, uma monumental chaminé de sete metros dá forma a uma cozinha aberta onde o fogo comanda. O menu de degustação diário, a par de pratos fixos inspirados na gastronomia alentejana, valoriza ingredientes locais, sazonais e biológicos. A carta de vinhos privilegia produtores nacionais, com identidade e respeito pela terra.
  



O restaurante organiza-se em três ambientes distintos: um “refeitório” interior com materiais naturais, um pátio exterior que prolonga os finais de tarde alentejanos e um bar com lounge, ladeado por uma lareira central onde se servem cocktails de autor e vinhos portugueses.

A par da oferta diária, o Moagem pode ser reservado em exclusivo para eventos e celebrações intimistas. A equipa disponibiliza toda a unidade — alojamento, restaurante e zonas comuns — para criar experiências desenhadas à medida.

Sustentável desde a origem, o projeto integra soluções como painéis fotovoltaicos, reaproveitamento de águas pluviais, bombas de calor e uma abordagem consciente à gestão de resíduos.  

Passadiços de Esmoriz

 


Fomos passar uns dias a Espinho para fugir ao calor do Sul de Portugal e caminhar. Em tempos, tínhamos lido algo simpático sobre os passadiços de Esmoriz e quisemos ver como eram.


Na realidade estes passadiços de madeira, com cerca de oito km de extensão, serpenteiam a paisagem junto à costa, ligando o Furadouro, no concelho de Ovar, à praia de Esmoriz, em Ovar, oferecendo um percurso cénico e tranquilo, ideal para quem procura o sossego e o contacto com a natureza.


O trajeto é plano, sempre paralelo às dunas/à praia, tornando-o acessível a caminhantes de todas as idades. A beleza do percurso reside na diversidade de ecossistemas que atravessa. A duna primária, com a sua vegetação rasteira e resistente, o pinhal densamente povoado e, claro, o vasto oceano Atlântico. A proximidade do mar é constante, e o som das ondas acompanha a caminhada, proporcionando uma sensação de paz e relaxamento.

No 1º dia, começámos em Espinho e fomos para sul até à Lagoa de Paramos/Barrinha de Esmoriz, um habitat natural classificado como Zona de Proteção Especial, é um verdadeiro paraíso para os amantes da ornitologia. A diversidade de aves que ali se alimentam e nidificam é notável, e é comum avistar garças, patos e outras espécies migratórias.

No caminho passámos pela sentida homenagem a um pescador, Guigas, que apareceu morto no passadiço no início do mês de agosto. Terá sofrido uma paragem cardio-vascular. 

Homenagem a Guigas 



Na praia de Paramos, parámos junto à pequena  Capela de Nossa Senhora da Boa Nova um dos ex-libris da Praia de Paramos. A origem da capela remonta ao século XVIII e, segundo a lenda, a sua construção deve-se à promessa de pescadores que se salvaram de um naufrágio. A devoção à Nossa Senhora da Boa Nova, padroeira dos pescadores, é secular. Todos os anos, no mês de agosto, a pequena capela e as ruas de Paramos enchem-se de cor e vida para celebrar a festa em honra da sua santa protetora, uma manifestação de fé, onde se juntam o sagrado e o profano.

Relaxar, pescando

A capela está erguida num promontório rochoso, que avança sobre o mar. A sua arquitetura é simples, mas notável pela sua resistência. Enfrenta diariamente a força das marés e a inclemência do vento. A paisagem envolvente é deslumbrante, permitindo uma vista panorâmica sobre o mar e as dunas, que abraçam a praia de Paramos. 

Capela de Paramos

Continuando pelo passadiço, chega-se à praia de Esmoriz e logo a seguir à Barrinha de Esmoriz. Chama-nos a atenção a ponte de madeira, edificada em 2017 sobre os encontros da antiga ponte construída em 1854, para atravessamento da barrinha  que foi usada até finais do século XIX. Este meio de passagem, mesmo de dimensões reduzidas, resolvia uma importante questão de segurança, visto que, outrora, muitos atravessavam de uma margem para outra recorrendo a modestas embarcações, a jangadas ou até fazer o trajeto a nado. O risco de afogamento era grande, pelo que a ponte veio facilitar o intercâmbio e o diálogo seguros entre as comunidades envolvidas. 

A principal referência encontra-se na obra de Júlio Diniz, o Canto da Sereia, que retrata a vida dos pescadores na praia do Furadouro, referindo a presença de uma ponte sobre a Barrinha. Este livro foi escrito durante a sua passagem por Ovar, em 1863. De acordo com o autor, a ponte pautava-se por quatro arcos que se exibiam então sobre o fundo esverdeado das águas da lagoa. Aires de Amorim na sua obra Esmoriz e a sua história menciona a existência de uma ponte anterior, de 1806, que servia a estrada, de Ovar rumo ao Porto pelo areal. O autor refere ainda a cobrança de portagens sobre as pessoas e mercadorias que atravessavam a ponte, de forma saudar as despesas de sua reconstrução. Os passageiros até pagava 15 reis e os carros de boi o besta pagavam 19 reis. O caminho de Ferro diria a fazer concorrência e, em 1877, já só restavam os Pegões, tal como ainda hoje podemos testemunhar.

Praia de Espinho com as suas barracas coloridas

No 2º dia, fomos para norte, até à Capela do Senhor da Pedra, num dos percursos mais bonitos do litoral norte de Portugal. Com uma extensão de aproximadamente sete quilómetros, este caminho de madeira une Espinho ao santuário, em Miramar, já no concelho de Vila Nova de Gaia. 


Praia da Granja





Em Arcozelo, parámos para almoçar no restaurante Sabor a Mar, umas belas pataniscas de bacalhau com arroz de feijão e linguados fritos também com o mesmo arroz.
Patamiscas de bacalhau

A esplanada do restaurante, com o seu pequeno lago onde vivem duas famílias de tartarugas,  é muito relaxante.

Uma das famílias de tartarugas


Já reconfortadas, seguimos até à capela do Senhor da Pedra. Erguida em 1686 (1763 segundo outras fontes) num rochedo que muitas vezes fica rodeado pelo mar, a capela do Senhor da Pedra está associada a uma das romarias mais tradicionais de Vila Nova de Gaia e que se realiza na praia no domingo da Santíssima Trindade, 40 dias depois das Páscoa.

Capela do Senhor da Pedra

A capela está implantada sobre maciço rochoso, no areal da praia de Miramar. Acredita-se que a origem do culto na Capela do Senhor da Pedra possa ter origem num antigo culto pagão, de carácter naturalista, dos povos pré-cristãos, cujas divindades eram veneradas em plena natureza, tendo posteriormente sido convertido ao Cristianismo.

Há várias lendas sobre a origem das capelas. Umas dizem que a capela foi construída como pagamento de uma promessa, por alguém que sobreviveu a um naufrágio em alto mar e foi salvo por uma onda que o transportou até à rocha. Outros acreditam que a imagem de Cristo foi ali parar, trazida pelo próprio mar e “que num belo dia pousou sobre aquela pedra onde, mais tarde, veio a ser erguida a capela”.

Outros ainda contam que, quando os habitantes de Gulpilhares se preparavam para construir uma ermida ao Senhor da Pedra, no terreiro conhecido por arraial, apareceu uma misteriosa luz, sobre os rochedos junto ao mar. Todas as noites a luz voltava a aparecer, fazendo os habitantes acreditar que era um sinal do Céu. Por esse motivo, desistiram da construção da ermida no arraial e resolveram construir a capela no sítio onde a luz costumava aparecer.

 

O número seis

A capela apresenta planta hexagonal. Internamente possuiu um altar-mor dois retábulos laterais de talha dourada em estilo barroco/rococó.

O número 6 tem uma importância particular na religião cristã, frequentemente associado à imperfeição, ao pecado e à natureza humana. Diferente do 7, que simboliza a perfeição e a totalidade divina, o 6 é visto como "um a menos" que a perfeição, o que o coloca em uma posição de incompletude.

Aqui estão alguns dos principais significados e referências do número 6 no cristianismo:

* A Criação do Homem: No livro de Gênesis, a Bíblia relata que o ser humano foi criado no sexto dia da criação. Essa associação do número 6 com a humanidade reforça a ideia de nossa natureza finita e imperfeita, distinta da perfeição de Deus.

* O "Número da Besta": A referência mais famosa e, muitas vezes, mais temida ao número 6 é encontrada no livro do Apocalipse. O capítulo 13, versículo 18, afirma: "Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. E o seu número é seiscentos e sessenta e seis (666)." Este número é frequentemente interpretado como um símbolo de mal, anti-cristo e o oposto da Trindade divina.

* Incompletude e Pecado: A repetição do 6 no 666 (três vezes) pode ser interpretada como uma tentativa de imitar a Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), mas falhando, resultando em uma "trindade" de maldade e imperfeição. Enquanto o número 7 representa a perfeição de Deus, o 6 fica aquém, representando a falha humana em alcançar essa perfeição.

É importante notar que, embora o 6 seja associado a esses conceitos, ele não é inerentemente "mau" por si só. Seu significado é contextual, sendo interpretado principalmente à luz das passagens bíblicas em que aparece, especialmente em contraste com a simbologia de outros números como 3 (Trindade) e 7 (perfeição divina).

Ainda estamos no verão, mas o Natal há de vir - Turismo da Suíça e Bestravel apresentam campanha de comunicação para mercados de Natal na Suíça

 



A rede de agências de viagens Bestravel apresenta uma nova campanha dedicada aos mercados de Natal da Suíça, com o objetivo de revelar aos portugueses um lado menos conhecido deste país. Com o lema "Viaje para a magia do Natal", a campanha convida a desfrutar-se do frio e da neve típicos da Suíça, enquanto se saboreia a verdadeira magia do Natal. 

De Zurique a Montreux, passando por Basileia e Lucerna, a Suíça transforma-se num verdadeiro cenário de conto de fadas. Os viajantes podem desfrutar de experiências únicas, como mercados tradicionais com artesanato e gastronomia típica, cenários alpinos, além de diversas atividades culturais de inverno. 

Ricardo Teles, Diretor Operacional da Bestravel, afirma que  “a procura por experiências autênticas e imersivas tem-se intensificado, com os viajantes cada vez mais interessados em vivenciar tradições locais durante os mercados de Natal. Na Suíça, essa busca é particularmente evidente, pois os mercados de Natal oferecem uma rica combinação de cultura, gastronomia e artesanato, permitindo que os visitantes se conectem profundamente com as tradições locais e desfrutem de uma experiência única durante a época festiva”.



A campanha da Bestravel oferece diversas opções para explorar a Suíça durante a época natalina, incluindo pacotes de voo + hotel para Montreux, Lucerna, Basileia, Zurique e Genebra, além de viagens de comboio que ligam Zurique, Lucerna e Lago Constança e um itinerário de quatro noites por várias cidades suíças. Também está disponível uma viagem em autocarro com o mini circuito "Suíça Autêntica". Para além dos mercados de Natal, a Bestravel apresenta ofertas como Fly & Drive por Zurique, Lucerna, Interlaken e Genebra, e o Swiss Travel Pass, que inclui vários trajetos icónicos, bem como circuitos completos pelo melhor da Suíça. 

Durante a época natalícia, a Suíça transforma-se num verdadeiro conto de fadas, com mercados de Natal que atraem visitantes de todo o mundo. Montreux destaca-se com a sua encantadora “Casa do Pai Natal” nas montanhas e um mercado pitoresco junto ao Lago Léman, onde um dos eventos mais esperados é a atração do Pai Natal que voa sobre o lago, descendo de trenó e trazendo magia e encanto a todos os presentes. Lucerna e Berna oferecem mercados mais intimistas e artesanais, localizados em centros históricos medievais, proporcionando uma experiência única. Os visitantes podem degustar especialidades suíças como raclette, fondue, rösti e castanhas assadas, além de delícias natalícias como as bolachas  tradicionais Mailänderli e Zimtsterne. A atmosfera festiva é ainda enriquecida por vinho quente e música ao vivo, criando um ambiente acolhedor e vibrante. Muitos destes mercados estão rodeados por montanhas e vilas históricas, fazendo da Suíça um destino imperdível durante o Natal, onde a diversidade cultural do país se reflete nas decorações, estilos e gastronomia. Com mercados tão antigos quanto o de Basileia, a tradição é preservada com grande cuidado, tornando cada visita uma celebração mágica.

 

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Brussels Airlines - Mulheres na manutenção e engenharia: muita coisa mudou, mas ainda há um longo caminho a percorrer


20 anos após a contratação da sua primeira técnica, a Brussels Airlines continua a atrair mulheres para carreiras técnicas

Há 20 anos, a Brussels Airlines orgulhosamente deu as boas-vindas à sua primeira técnica nas suas instalações de manutenção. Carolien Sterckx começou a sua carreira no início dos anos 2000 e obteve a sua licença oficial em agosto de 2005. Hoje, a Brussels Airlines emprega 28 mulheres no seu departamento de Manutenção e Engenharia, o que ainda representa apenas 8% da força de trabalho total nessa área.

Diversidade e inclusão no centro

A Brussels Airlines valoriza a diversidade e a inclusão. Uma força de trabalho diversificada traz uma ampla gama de competências, perspetivas e experiências, tornando a empresa mais flexível e criativa. Estas qualidades são essenciais para a inovação e a adaptabilidade. Esta diversidade também permite uma compreensão mais profunda das necessidades dos clientes, contribuindo para o desenvolvimento de produtos e serviços mais focados no cliente.


No total, 52% dos funcionários da Brussels Airlines são mulheres. A representação feminina também é forte ao nível executivo, onde 9 em cada 20 (47%) dos gestores de topo são mulheres. No entanto, a representação de género varia significativamente entre os departamentos.

As operações em terra (incluindo check-in, portão e salas VIP) têm a maior proporção de funcionárias, com 76%, seguidas pela tripulação de cabine, com 72%. Os departamentos com menor representação feminina incluem TI (26%), cockpit (10%) e manutenção e engenharia (8%).

 

Um marco na evolução

Há exatamente 20 anos, a primeira mulher tornou-se técnica de aeronaves totalmente licenciada na Brussels Airlines. Carolien Sterckx, que ainda hoje está na empresa, passou de técnica para uma função de supervisão.

«Quando era pequena, vivia fascinada por aviões e, mesmo após 20 anos no setor, esse fascínio ainda permanece. O meu trabalho mudou ao longo dos anos, mas continuo a vir trabalhar com prazer. E estou feliz por já não ser a única mulher na Manutenção e Engenharia, e estou ansiosa por receber ainda mais colegas mulheres», referiu Carolien Sterckx, engenheira do Centro de Controlo de Manutenção. Hoje, Carolien Sterckx já tem outras 27 colegas femininas no departamento de Manutenção e Engenharia.



“Passei a maior parte da minha carreira em funções administrativas, mas a certa altura percebi que queria trabalhar com as mãos. Foi então que me tornei técnica de cabine na Brussels Airlines e nunca me arrependi. É importante desafiar os estereótipos — as mulheres são tão capazes quanto os homens em funções técnicas. Qualquer pessoa que seja apaixonada pela aviação e goste de trabalho prático é mais do que bem-vinda», afirmou Pascale Slootmans, técnica de reparação de cabines.


Atualmente, a Brussels Airlines tem 24 vagas em aberto, 16 das quais no departamento de Manutenção e Engenharia. Todas as vagas podem ser encontradas na página de carreiras do site da Brussels Airlines.



 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Elvas: A Sentinela Muralhada do Alentejo

 

Elvas vista do Forte da Graça

Aninhada no coração do Alto Alentejo, a cidade de Elvas ergue-se majestosamente como um testemunho vivo da história militar e da arquitetura fortificada. Classificada como Património Mundial da UNESCO desde 2012, a sua singularidade reside no seu impressionante complexo de fortificações abaluartadas, o maior do mundo, que lhe valeu o epíteto de "Rainha da Raia".



Forte da Graça

Ao percorrer as ruas de Elvas, somos imediatamente transportados para um passado glorioso, onde cada pedra parece contar uma história de batalhas, defesas e resistências. As imponentes muralhas medievais abraçam o centro histórico, revelando um labirinto de ruas estreitas e casas caiadas de branco, onde o tempo parece abrandar. No interior, a riqueza arquitetónica é palpável, com destaque para a antiga Sé de Elvas, originalmente uma mesquita e posteriormente adaptada a igreja, que exibe uma mistura fascinante de estilos.

Entrada do Forte da Graça


No entanto, são as fortificações externas que verdadeiramente definem a identidade de Elvas. O colossal Forte de Santa Luzia e o imponente Forte da Graça, ambos exemplos notáveis de arquitetura militar do século XVII e XVIII, são de visita obrigatória. Estas fortalezas, estrategicamente posicionadas, oferecem vistas panorâmicas deslumbrantes sobre a paisagem circundante, um mar de planícies douradas pontuadas por olivais e sobreiros.

O aqueduto da Amoreira visto do carro @Flobela Barão da Silva

Outro ícone inconfundível de Elvas é o Aqueduto da Amoreira. Esta magnífica obra de engenharia, construída entre os séculos XVI e XVII, estende-se por mais de 7 quilómetros, com os seus arcos monumentais a dominar a paisagem. Além de ser uma proeza arquitetónica, o aqueduto foi vital para o abastecimento de água da cidade, especialmente em tempos de cerco, evidenciando a engenhosidade das suas defesas.

  

Mas Elvas não é apenas história e pedra. A cidade vibra com a cultura alentejana, visível na sua rica gastronomia – onde o porco preto, o queijo e os doces conventuais são reis –, no artesanato local e na hospitalidade calorosa dos seus habitantes. Os eventos e festividades ao longo do ano trazem vida às praças e ruas, convidando os visitantes a mergulhar nas tradições locais.

Visitar Elvas é embarcar numa viagem no tempo, onde a grandiosidade militar se funde com a autenticidade de uma cidade alentejana. É uma experiência que cativa pela sua história, impressiona pela sua arquitetura e encanta pela sua alma.

Vila Galé Collection Elvas: Um Tesouro Alentejano

Vila galé Collection Elvas

No coração da histórica cidade de Elvas, Património Mundial da UNESCO, ergue-se um hotel que é mais do que um simples alojamento: o Vila Galé Collection Elvas. Este antigo Convento de São Paulo, meticulosamente restaurado, combina na perfeição o charme intemporal da arquitetura histórica com o conforto e as comodidades modernas de um hotel de cinco estrelas. É um destino que convida à imersão na rica tapeçaria cultural do Alentejo, oferecendo uma experiência de estadia verdadeiramente memorável.

O claustro

Ao entrar no Vila Galé Collection Elvas, somos imediatamente transportados para uma atmosfera de serenidade e elegância. 



Os amplos claustros, os tetos abobadados e os pormenores originais do convento foram cuidadosamente preservados, criando um ambiente que evoca a sua grandiosa história. Os quartos e suites, por sua vez, são um oásis de conforto contemporâneo, equipados com todas as amenidades necessárias para uma estadia relaxante. Muitos deles oferecem vista sobre a cidade ou os jardins interiores, convidando à contemplação.

Cada quarto é dedicada a uma fortaleza ou forte português no mundo.





Mas o Vila Galé Collection Elvas é muito mais do que um refúgio tranquilo. A sua localização privilegiada permite um acesso fácil aos principais pontos turísticos de Elvas, como as imponentes muralhas, o Aqueduto da Amoreira e os vários fortes que rodeiam a cidade. Após um dia a explorar, os hóspedes podem relaxar na piscina exterior, desfrutar de um tratamento no Satsanga Spa & Wellness – que inclui piscina interior aquecida, sauna e banho turco – ou saborear a deliciosa gastronomia local no restaurante do hotel, que serve pratos típicos alentejanos confecionados com produtos frescos da região. O bar, por sua vez, é o local ideal para desfrutar de um copo de vinho local ou de uma bebida refrescante.




Piscina infantil

Para além do lazer, o hotel oferece também excelentes condições para eventos e reuniões, com salas equipadas e versáteis que podem acolher desde conferências a celebrações especiais. A combinação da sua localização estratégica, o ambiente histórico e a qualidade dos serviços fazem do Vila Galé Collection Elvas a escolha ideal tanto para turistas que buscam uma experiência cultural rica, como para quem viaja em negócios.

Em suma, o Vila Galé Collection Elvas não é apenas um hotel; é uma porta de entrada para a alma do Alentejo, um local onde a história se encontra com o conforto, proporcionando uma estadia inesquecível.

O Pego do Inferno: Um Paraíso Escondido em Arronches

Pego do Inferno

No coração do Alentejo, escondido entre a paisagem suave e dourada de Arronches, reside um pequeno segredo natural que encanta todos os que o descobrem: o Pego do Inferno. Apesar do nome dramático, que evoca mistérios e lendas, este local é, na verdade, um oásis de tranquilidade e beleza, uma cascata serena que convida ao mergulho e ao contacto direto com a natureza.

O Pego do Inferno não é uma cascata de proporções gigantescas, mas a sua beleza reside na sua simplicidade e no ambiente idílico que a rodeia. As águas cristalinas do Ribeiro de Terges deslizam suavemente sobre formações rochosas, criando pequenas quedas que se precipitam numa lagoa de águas límpidas. É um cenário perfeito para refrescar-se nos dias quentes de verão, para um piquenique em família ou simplesmente para desfrutar da paz e do sossego que só a natureza pode oferecer.

escadas de acesso 
O acesso ao Pego do Inferno é relativamente fácil, embora envolva uma pequena caminhada que adiciona um toque de aventura à experiência. O trilho, ladeado por vegetação mediterrânica, conduz os visitantes por entre a paisagem alentejana, culminando na revelação desta joia escondida. Pelo caminho, é possível observar a flora e fauna local, enriquecendo a visita com a biodiversidade da região.



O geosítio do Pego do Inferno é um pequeno troço da Ribeira de Arronches onde existem cascatas e piscinas naturais. É um local, marcadamente influenciado pelos movimentos oriundos da tectónica de placas. Neste local a Ribeira de Arronches serpenteias rochas siliciosas do Ordovícico (um período geológico da Era Paleozoica, que se estendeu aproximadamente entre 485,4 e 443,8 milhões de anos atrás) através dos sistemas de falhas que aí estão implantados. 

Verifica-se que o troço no Pego do Inferno está alinhado pelo cavalgamento WSE - ENE a WMW-ESE do Ordovícico sobre o pré-câmbrico e pelas falhas conjugadas M-S a NNE-SSW, um pouco mais a montante. Este efeito é de tal maneira pronunciado que a ribeira faz curvas em ângulos quase retos. Este controlo tectónico, conjuntamente com a ação erosiva fluvial das estruturas, favorece a dinamização de geoformas como cascatas e pequenas lagoas (pegos). Apesar de as cascatas serem de pouca expressão, o local apresenta uma dinâmica fluvial muito interessante. A montante, a passagem da água é feita pelos estratos de Quartzito Armoricano com uma estratificação quase horizontal. Em cursos de água, como ribeiras e cascatas, onde o fluxo da água intenso, é comum o desenvolvimento de marmitas de gigante, isto é, depressões no fundo rochoso dos cursos de água, com dimensões variáveis e formas mais ou menos arredondadas, resultado da movimentação de seixos e areias que lá se acumulam. 

Em resultado do fluxo da água geram-se turbilhões que promovem o movimento circular das partículas dentro destas irregularidades, que progressivamente são aumentadas por desgaste físico ao longo do tempo. Podemos encontrar aqui alguns exemplos de marmitas de gigante em Quartzito do Ordovícico. 

As pequenas cascatas impostas sobre bancadas de Quartzitos do Ordovícico e os estratos de Quartzito controlam a queda de água. É possível ainda observar uma falha, de direção este-oeste, separando dois blocos onde as camadas apresentam diferentes disposições geométricas, culminando na queda de água principal. Nas bancadas de Quartzito surgem diversos com abundantes com o skolithos.

Apesar de ser um local ainda pouco conhecido, a sua popularidade tem vindo a crescer, principalmente entre os habitantes locais e os amantes da natureza. É um lembrete de que o Alentejo não é apenas sobre planícies douradas e castelos medievais, mas também sobre recantos secretos onde a água e a rocha esculpem paisagens de rara beleza.

Para quem visita a região de Arronches, uma paragem no Pego do Inferno é quase obrigatória, especialmente no verão quando o calor nos deixa quase incapazes de fazer seja o que for. Seja para um mergulho revigorante ou para um momento de meditação junto à água, este local oferece uma experiência refrescante. O "inferno" do seu nome contrasta vivamente com o "paraíso" que se encontra ao chegar, tornando o Pego do Inferno um dos segredos mais bem guardados do Alentejo. Um verdadeiro refúgio para quem busca a beleza natural e a calma.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Tailândia espera receber 60 mil Portugueses este ano

Chiang Mai

Segundo informações do Turismo da Tailândia, o pais dos sorrisos espera receber este ano 60 mil turistas portugueses. Em 2024, esse número foi de 54 790, já ultrapassando os número pré-pandemia. Até abril, o número de turistas do nosso país já subiu 18.4% em relação ao ano passado.  Desde o início do ano, a Tailândia já recebeu mais de 14 milhões de visitantes internacionais, reforçando a sua posição entre os destinos mais procurados a nível mundial. 

Para este ano, o Turismo da Tailândia criou 11 novas rotas de turismo de baixo carbono, marcando um passo importante no reforço do compromisso da Tailândia com o turismo sustentável, seguindo as tendências globais de redução das emissões de gases com efeitos de estufa. 

Chiang Rai

Entre as experiências propostas contam-se passeios de bicicleta pelas muralhas históricas de Chiang Saen, passeios de caiaque e visitas a pé. 
Além das rotas, estão a ser desenvolvidas outras iniciativas em várias do regiões do país. Em Chiang Mai, por exemplo, a experiência "Fantástica Viagem Orgânica" dá a conhecer algumas comunidades , como Mae Tha, onde se pratica agricultura biológica há várias gerações. 
Phuket


Em Pukhet, o foco está na conservação marinha e no turismo de base comunitária, onde na aldeia de Ban Bang Rong  se podem ficar a conhecer ecosistemas locais e como preservar ervas medicinais.

Com todas estas medidas agora implementadas, a Tailândia reforça o seu posicionamento como destino pioneiro na promoção de um turismo ambientalmente responsável, que junta sustentabilidade, autenticidade e valorização das comunidades locais. 
Khon Kaen