quinta-feira, 7 de novembro de 2024

A histórica Route 66 – o troço inicial, de Chicago a São Luis

 





Quando dizia aos meus amigos que iria fazer o início da famosa (já a fiz praticamente toda, mas por diversas etapas, mas faltava-me o início), as pessoas ficavam entusiasmadas. Este fascínio pela Route 66 é muito.. europeu… Os americanos pouco ou nada ligam à 66. E verificámos isso quando vimos um mapa mundi interativo em que, quem por ali passava, colocava um pin no local donde vinha. Na Europa não havia praticamente Espaço para colocar o nosso pin. A Ásia também estava bastante cheia, mas os EUA… bastante vazios.

A Estrada 66 foi romantizada nos anos 70 do século XX, tentando fazer reviver o sentimento de liberdade idealizado pelos jovens americanos das décadas de 50 e 60, que a percorriam nas suas motos Harley Davidson em busca das praias do Pacífico, à procura duma vida mais liberal na Califórnia, pondo de lado os costumes conservadores da costa leste dos Estados Unidos.

Antes da adoção de uma rede nacional de autoestradas numeradas, as chamadas autopistas eram marcadas por organizações privadas. A designação numérica 66 foi atribuída à rota Chicago-Los Angeles a 30 de abril de 1926. A ideia subjacente era que a US 66 ligasse as diferentes comunidades rurais e urbanas ao longo do seu percurso, pois a maioria delas não tinha acesso a uma grande estrada nacional.

Arranha-céus


A Estrada 66 começa em Chicago, a cidade sombria cheia de arranha-céus que não deixam passar o sol, que também é tapado pelo metro de superfície, e vai até Santa Monica, na Califórnia. Grande parte da estrada original, a “Mother Road”, já desapareceu, tendo sido repavimentada ou mesmo removida. Mas, no seu percurso, ainda há vários trechos onde é possível ver a antiga estrada – claro, que não é tão excitante como ver uma estrada romana, mas faz parte da experiência.

O limite de velocidade em muitas dessas pequenas cidades é de apenas 25, portanto, prepare-se para não ter pressa.

Início da Estrada 66

O ponto de partida da Estrada 66 está na Rua Adams, mesmo em frente do Instituto de Arte de Chicago e a dois passos do Parque Grant, um dos maiores do país, que inclui diversos parques, como o Parque Millennium e o Parque Maggey Daley, vários museus, o planetário e o aquário.

Instituto de Artes de Chicago

No Parque Grant, temos a famosa Fonte Buckingham, inspirada na fonte Latona do Palácio de Versalhes, que representa alegoricamente o lago Michigan. Este marco histórico de Chicago é considerado uma das fontes mais bonitas do país devido ao seu design, à escultura em bronze e à utilização inovadora da tecnologia. Conta com 133 canhões, que lançam água de maneira coreografada a mais de 40 metros de altura.

Pizzaria Giordano's, famosa pela sua pizza à moda de Chicago


O Parque Millenium é conhecido pelas suas plantas, árvores e flores, um local agradabilíssimo para passear ou fazer piqueniques (uma boa ideia é ir à pizzaria Giordano's comprar a famosa pizza ao estilo de Chicago, a “deep-dish Chicago pizza”, e comê-la no parque), pelas suas obras de arte expostas nas Galerias Boeing, ao ar livre, pela Fonte da Coroa (a Crown Fountain), composta por duas grandes torres com estátuas de pessoas “cuspindo” água. E claro, o “feijão”, a Cloud Gate, uma escultura metálica espelhada que lembra um feijão.

Cloud Gate, o "feijão"

Entre os arranha-céus - mais de 1000! -, o mais famoso é, sem dúvida, a Torre Wills, conhecida antigamente por Torre Sears, o um ícone da cidade e o seu edifício mais alto (e o 2º edifício mais alto dos EUA). Foi construído em 1974, tem 108 andares e 445 metros de altura. No topo, o Skydeck, com chão de vidro, oferece excelentes vistas (quando o tempo o permite…).

Arranha-céus

A história dos arranha-céus em Chicago inicia-se em 1885, quando o Home Insurance Building, considerado comumente como o primeiro arranha-céu de esqueleto de aço, foi inaugurado. O edifício possuía originalmente 42 metros de altura e 10 andares, tendo sido posteriormente acrescentado, passando para 55 metros de altura e 12 andares. Foi demolida em 193. Historicamente, Chicago desempenhou um papel importante no desenvolvimento de arranha-céus.



Mas comecemos o nosso passeio à americana, tomando o pequeno almoço no restaurante Lou Mitchell's, que muitos consideram que serve o “melhor café do mundo” – aliás, os americanos consideram que, nos EUA, tudo é o melhor do mundo…. O restaurante abriu as suas portas em 1923, ainda antes da abertura da Estrada nº 66. Assim que nos sentamos, recebemos um donut acabadinho de fritar que acompanha bem o café.

Agora sentemo-nos no nosso carro e deixemo-nos imbuído pelo espírito, vendo antigas roulottes de alumínio e cromo, cafés históricos familiares, atrações bizarras, “espadas” antigos e outras recordações do passado que fazem com que as pessoas achem esta estrada encantadora. Vamos passar também  por muitos campos de milho e muitas pradarias verdes, por cidades, vilas e aldeias adormecidas.

 

Joliet

Primeira paragem é em Joliet, onde pode visitar, logo à entrada da vila, a antiga Penitenciária de Joliet, que estevem em funcionamento de1858 a 2002. Aparece no filme The Blues Brothers como a prisão de onde Jake Blues é libertado no início do filme (daí a sua alcunha Joliet Jake). É também utilizada para as filmagens exteriores da “prisão estatal” de Illinois no filme “ Heat”, de James Cagney, e o local da primeira temporada da série televisiva Prison Break, da Fox Network, e do filme Let's Go to Prison.


Antiga prisão de Joliet

Pare também na “Dick’s on 66”, uma estação de serviço com tijolos da antiga Estrada 66, e na geladaria Rich & Creamy, com estátuas dos Irmãos Blues no telhado.

Tendo tempo, pare no Museu Histórico da Área de Joliet, que ocupa o espaço da antiga Igreja Metodista da Rua de Ottawa. Desde a sua abertura em 2002, a galeria de exposições principal do museu serve de introdução às muitas histórias da área de Joliet e da sua população – tudo apoiado por apresentações audiovisuais, modelos em tamanho real, ecrãs tácteis e até mesmo um simulador Lunar Lander para a sua interação enquanto explora a forma como o passado moldou o mundo de que agora desfruta.

 

Wilmington

O troço de Illinois da Estrada 66 tem muitas – e enormes! - atrações à beira da estrada, muitas delas em “kitsch retro”, como o um enorme Muffler Man, o gigante Gemini Giant no Launching Pad Drive-In. Batizado com o nome do programa espacial Gemini, é uma das muitas estátuas semelhantes feitas pela empresa International Fiberglass.

 







Braidwood

Aproveite para descansar um pouco e almoce no Polka Dot Drive-In, ao lado do Elvis, dos Irmãos Blues ou da Marilyn Monroe.

 

Godley

O Museu da Mineração narra o papel significativo que a indústria do carvão desempenhou no desenvolvimento da Estrada 66. A mineração de carvão foi a força vital de várias pequenas localidades ao longo da estrada. Aqui pode ficar a saber qual foi o impacto da indústria na vida das pessoas e da economia ao longo da que já foi considerada a “Main Street” do país.

 

Dwight

Ao longo da 66 vamos vendo várias antigas estações de serviço, muitas das quais restauradas. A primeira que se encontra é a estação de serviço Texaco Ambler's em Dwight. Em uso contínuo durante 66 anos, de 1933 a 1999, foi uma das estações de serviço que mais tempo funcionou na “Mother Road”.

 



Odell

Em 1868, John D. Rockefeller criou a Standard Oil Company em Pittsburgo, na Pensilvânia, o início da Standard Oil Trust Company, que em breve dominaria as refinarias de petróleo e as estações de serviço em todo o país. Em 1890, a Standard Oil Company criou a sua primeira empresa no estado de Illinois. Em 1932, um empreiteiro, Patrick O'Donnell, comprou uma pequena parcela de terreno ao longo da Estrada 66 em Odell. Aí construiu uma estação de serviço baseada num projeto da Standard Oil of Ohio de 1916, vulgarmente conhecida como uma “estação de serviço de estilo doméstico”. Este estilo de estação de serviço “casa com dossel” dava aos clientes uma sensação de conforto que podiam associar ao lar. Esta associação criou uma atmosfera de confiança para os viajantes. Inicialmente, a estação vendia produtos da Standard Oil, mas depois de O'Donnell ter arrendado a propriedade a outros, a estação começou a vender Sinclair e a agora Phillips 66. No final da década de 1940, O'Donnell acrescentou uma oficina ao edifício. No final dos anos 70, altura em que fechou definitivamente as portas, teria sido destruída se não fosse a cidade de Odell e as pessoas que adoravam a sua estação de serviço não se tivessem juntado para a recuperar. Em 1997, a estação foi inscrita no Registo Nacional de Locais Históricos.

 


PONTIAC

Pontiac é conhecida pelos seus 23 enormes murais. Perto do tribunal, está uma estátua de Abraham Lincoln. 

Estátua de Lincoln


Do outro da rua está o Museu e Pavilhão de Fama da Estrada 66 (Route 66 Hall of Fame and Museum), cheio de recordações e fotografias de praticamente todos os pontos da Estrada 66 no estado de Illinois.

 

Chenoa

Aqui, em Chenoa, ainda há um troço da antiga estrada por onde pode andar.

 

Towanda, "Curva do homem morto"

Towanda

Em Towanda vale a pena fazer um mini- desvio para sentir o “perigo” da chamada Curva do Homem Morto” – olhamos para a curva e pensamos porque era considerada uma curva perigosa…

 

Shirley

Para os gulosos, Shirley é uma paragem obrigatória, para visitar a quinta Funks Grove Pure Maple Sirup, onde se produzem mais de 2000 galões de xarope de ácer por ano, utilizando técnicas tradicionais de recolha de seiva, que é vendido em garrafas muito bonitas.

 


Funcionário da estação de serviço

Mecânico

Torre do relógio


Bunyon Man - o homem com um cachorro quente

ATLANTA

Em Atlanta (não, não é a cidade no estado da Geórgia!), três atrações: a biblioteca pública, que funciona num edifício octagonal construído em 1908, a torre do relógio de 12 m de altura, cujo relógio que tem de se lhe dar cora, à não!, de oito em poito dias,  a “Bunyon Giant”, uma personagem de Paul Bunyan a comer um cachorro gigante, e o monumento da Melancia de Lincoln, onde em 1853, antes de ser presidente, Abraham Lincoln comeu um pedaço de melancia antes de fazer o seu discurso.

 

Lincoln

Falando do presidente Lincoln, a vila homónima temos um carro puxado a cavalos de 7,6 m de altura e onde o próprio presidente está sentado a ler um livro

Em 1837, a estrada de Springfield foi construída para ligar St. Louis, no estado de Missouri, a Springfield, no estado de Illinois. A rota tornou-se uma popular linha de diligências durante 20 anos, mas com a ascensão do caminho de ferro, estradas como esta caíram em desuso. O advento do automóvel proporcionou um regresso bem-vindo e, em 1920, havia dezenas de milhares de carros na estrada.

 

lINCOLN

Capitólio

tÚMULO DE lINCOLN

Springfield

Springfield é a capital do estado de Illinois. Faça aqui uma pausa. Escolha um hotel, por exemplo, o Pasfield House Inn, alojamento em estilo georgiano, construído em 1896. No dia seguinte, depois do pequeno-almoço, visite a Biblioteca Presidencial Lincoln, para ficar a conhecer a sua vida e obra, o Museu e o Capitólio.

George Pasfield era um banqueiro que conheceu Lincoln quando ambos viviam em Springfield. Pasfield e Lincoln estiveram ambos envolvidos no estabelecimento da capital do estado em Springfield. Sendo o patriarca de uma das famílias mais ricas de Springfield, Pasfield era proprietário de muitos hectares de terreno à volta do Capitólio.

 

RAYMOND

Em Raymond, pare no Santuário de Nossa Senhora das Autoestradas, que protege os viajantes desde 1950. A estátua de mármore de Carrara, proveniente de Itália, foi originalmente construída como um projeto da escola secundária. Tem a inscrição “Maria, Mãe Amorosa de Jesus, Protege-nos na Estrada”.

 

Virden, Carlinville, Auburn e Nilwood

Nas vilas de Virden e Carlinville podemos admirar murais e em Auburn e Nilwood trechos da Estrada 66 original. A secção de Auburn tem 2,2 km de estrada ainda feita com tijolo, que só aí foram colocados em 1931.

 

LICHTFIELD

Em Litchfield há um grande mural. Também aqui, junto ao Centro de Informações, temos o Ariston Café, considerado um dos primeiros restaurantes da Estrada 66. Fundado pelo imigrante grego Pete Adam em 1924 (e mudado para a sua localização atual em 1935), o café continua a ser gerido pela família.

Mais adiante a Estação de Serviço Soulsby, projetada e construída em 1926 por Henry Soulsby. O edifício foi concebido para não destoar da área residencial onde está inserida.

 

Livingston

Livingston tem as Antiguidades do Elefante Rosa, onde pode encontrar um montão de … inutilidades vintage e estranhas, como uma barraca de gelados em forma de cone, uma casa do futuro, dos anos 60, construída em forma de OVNI e um enorme elefante cor-de-rosa.

 

MADISON

Finalmente, pouco antes de sair do estado de Illinois, pare em Madison e dê um passeio no parque para ver a Old Chain of Rocks Bridge, que atravessa o rio Mississippi. Foi construída em 1929 e, em 1936, a Estrada 66 foi encaminhada pela ponte – apesar de agora ser uma ponte pedonal. No entanto, milhares de veículos atravessaram esta ponte.

E assim chegamos a St. Louis.


quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Torre de Palma – de quinta romana a turismo rural

Painel de musaicos das Musas



Muito possivelmente nunca ouviu falar de Torre de Palma. A não ser que tenha visitado o Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa e tenha podido ver o belíssimo painel de mosaicos das Musas. Ou que tenha passado por Vaiamonte, uma aldeia alentejana do concelho de Monforte.

Trata-se das ruínas duma villa romana, uma sumptuosa residência que terá pertencido a uma poderosa família, os Basilii, cujo nome é conhecido através de uma inscrição encontrada no local, que aqui viveram entre os séculos II e IV e aqui construíram a sua  residência, explorando um vasto latifúndio, que incluía lagares, celeiros e outras dependências agrícolas.




Estas ruínas romanas foram descobertas por acaso. Segundo reza a história, "numa manhã de março de 1947, a aiveca do charrueco de Joaquim Inocêncio, pôs a descoberto um pequeno fragmento de mármore trabalhado que pertencia ao capitel de uma coluna. À hora do jantar, ao meio-dia, engoliu rapidamente a açorda, muniu-se de um enchadão e foi direito ao local. A uns cinquenta centímetros de profundidade encontrou um pavimento de pedrinhas coloridas com figurações para ele totalmente desconhecidas.(...) Consciente do que tinha diante dos olhos, mandou remover alguma terra em volta da porção de mosaicos visível - deste modo começou a pôr a descoberto nada mais nada menos, do que o monumental Mosaico das Musas de 10,24m x 6,35m” (Lavoura Portuguesa,  nº.3 – 4, Março - Abril – 1967).

A villa desenvolve-se em torno de um vasto pátio interior, de forma trapezoidal. As amplas instalações da residência dos proprietários, cuja entrada principal se fazia através do tablinum ou sala de receção, onde se encontrava o célebre mosaico das Musas, agora em Lisboa, estavam dispostas em torno de um peristylium, um pátio quadrangular com um alpendre assente em colunas que tinha um tanque ao meio, o impluvium, e era pavimentado com mosaicos diversos.

A axedra, a sala destinada à prática musical e ao convívio, abria também para o pátio, e o seu pavimento era constituído pelo mosaico dos cavalos. A sala dos banquetes ou triclinium, estava revestida de frescos com desenhos de flores e frutos; o pavimento era constituído por um mosaico com reproduções de flores.

A Norte da villa encontram-se as ruínas da Basílica Paleo-Cristã, provavelmente do século IV, com três naves de sete tramas e absides contrapostas, a qual tinha um batisfério em forma de cruz, de Lorena, com dois lanços opostos de quatro degraus, considerado como sendo um dos mais complexos da Península Ibérica, só paralelos na Palestina e no Norte de África.

Apesar de esta villa ter “desaparecido” do mapa até ao século XX, Palma surge referenciada já no século XIII em documentação relativa à ordem de Avis. No reinado de D. Dinis, a Herdade da Palma já pertence a coroa portuguesa que, a partir de então, foi sucessivamente utilizando como reconhecimento por serviços prestados.



A antiga Herdade de Torre de Palma da Sociedade Agrícola da família Costa Pinto, de mais de 2000 hectares, esteve durante mais de três décadas ao abandono. Tendo sido ocupada durante a Reforma Agrária, foi sede duma cooperativa agrícola durante nove anos. Começou então uma dura batalha jurídica entre os antigos proprietários, a família Costa Pinto, e o rendeiro, Dr. Teófilo Duarte, que chegou a ir até ao Tribunal Europeu. A ação foi ganha pelo rendeiro que acabou por vender a propriedade a um casal de farmacêuticos de Vila Fernando, Paulo Barrada Rebelo e Ana Isabel Rebelo, que se apaixonaram por ela assim que a conheceram. Uma história de amor que deu frutos: uma bela unidade hoteleira exclusiva entre Vaiamonte e Monforte, a 150 m das ruínas romanas de Torre de Palma: a Torre de Palma Wine Hotel. 

Foram incorporados quer na arquitetura quer na decoração, tudo o possível. Assim que se passa o original portão de grades, recuperado, fica-se numa ampla eira. À frente a antiga casa senhorial com a torre no cimo da qual um catavento com um orgulhoso galo marca presença.

À direita, o restaurante Palma, amplo, e com uma decoração que denota a mão de Rosarinho Gabriel: as paredes das entradas forradas a preto que põe em realce os objetos de porcelana branca, entre os quais bules.

Atualmente, o restaurante tem à sua frente Miguel Laffan, sendo Márcia Dias a responsável pela doçaria. A cozinha alentejana é privilegiada no cardápio, como seria de esperar. Os ingredientes vêm da horta biológica da propriedade.

Cachaço de porco braseado

Pernil de borrego assado lentamente



À esquerda da entrada temos a adega com toneis de inox para os vinhos brancos e de mármore branco para os tintos — uma reminiscência dos antigos romanos e aproveitando a pedra típica da região. O vinho tem a assinatura do seu enólogo: Duarte de Deus, que produz vinhos de autor, como é o exemplo do blend Arinto/Alvarinho, que respeitam o terroir, praticamente feitos à mão, em pequenos lotes e com intervenção minimalista.




Lagares de mármore


Também aqui na adega se encontra a loja de produtos próprios (por exemplo, compotas de frutos do pomar biológico do hotel) ou produtos regionais. O hotel Torre de Palma iniciou uma série de contactos com produtores locais que poderão usar a loja do hotel para dar a conhecer e vender os seus produtos quer sejam agrícolas ou de artesanato, como por exemplo, os .biscoitos de Rosário Gomes, Percoto du Monti, de Cabeço de Vide.

Piripiri gourmet


Antes de entrarmos na casa senhorial, paramos na pequena capela, à esquerda. Pequena, simples, todas em branco, com um altar de mármore sobre o qual está pendurado um belíssimo Cristo, feito em cortiça pelo artista plástico Pedro Vaza que, com esta obra, mostra mais uma vez a relação ancestral do homem com a natureza, tão típica do seu trabalho.

Entramos então na casa principal e subimos à torre que aprece rasgar o céu. Do seu alto, o cenário não poderia ser mais idílico, com o olhar a perder-se pela imensidão das terras, ainda com algumas searas e vinha. Visto do daqui, o pôr-do-sol é lindo, deixando o horizonte pintado com tons alaranjados dum fim de dia alentejano. 








Os alojamentos foram inspirados na vivência diária dos romanos. Marcados pela simplicidade e sofisticação, os 19 alojamentos (oito casas típicas alentejanas, um loft rural, cinco quartos no antigo celeiro e casa senhorial) esperam o visitante. As unidades de alojamentos, todas com uma decoração diferente, têm quarto e sala de jantar/de estar, mas não têm cozinha, podendo as refeições serem encomendadas no restaurante. O hotel quer marcar pela diferença no serviço. “Queremos que os clientes se sintam em casa, mas que tenham à sua disposição um serviço de 5 estrelas”.

Todos os locais comuns são polivalentes e multifunções. Por exemplo, a Casa do Forno pode ser adaptada para qualquer função que o visitante queira, seja um jantar rústico cozinhado no forno de lenha, seja um brunch requintado ou uma simples reunião de negócios.

Nas antigas cavalariças foi instalado o bar, amplo e com baloiços como assentos. A biblioteca está na Sala da Torre. Na antiga cozinha com uma enorme lareira — aliás no hotel existem 21 lareiras — está a sala de jogos.

Para relaxar, o hotel tem á disposição não só duas piscinas (uma interior e uma exterior), como um spa e oferece ainda passeios pedestres, de BTT e a cavalo.

Enfim, um leque de atividades para um fim-de-semana ativo ou de total relaxamento para retemperar as forças na magia alentejana.