sábado, 7 de junho de 2025

exposição "Venham Mais Cinco - O Olhar Estrangeiro sobre a Revolução Portuguesa - 1974-1975", em Almada, oferece uma perspetiva inovadora e pouco vista sobre o



 

A exposição "Venham Mais Cinco - O Olhar Estrangeiro sobre a Revolução Portuguesa - 1974-1975", em Almada, oferece uma perspetiva inovadora e pouco vista sobre o 25 de Abril. Patente no Parque Empresarial da Mutela, em frente à antiga Lisnave, esta mostra de fotografia é um projeto ambicioso com curadoria de Sérgio Tréfaut, que reúne cerca de 200 fotografias inéditas em Portugal.

O grande valor desta exposição reside no facto de apresentar o trabalho de mais de 30 fotojornalistas internacionais que cobriram os eventos em Portugal entre 1974 e 1975. Nomes como Sebastião Salgado, Guy Le Querrec e Jean Gaumy, entre outros, captaram com as suas lentes os momentos cruciais da Revolução dos Cravos, desde a euforia inicial às complexas transformações sociais e políticas que se seguiram. A exposição não segue uma ordem cronológica rígida, mas organiza as imagens em núcleos temáticos, permitindo uma imersão profunda nos diferentes aspetos do período.

É uma oportunidade única para o público português e estrangeiro ver como a Revolução foi percebida e registada além-fronteiras, enriquecendo a nossa compreensão de um dos capítulos mais importantes da história contemporânea do país. A entrada é gratuita e a exposição pode ser visitada de quinta-feira a domingo, das 11h às 19h, até ao dia 24 de agosto de 2025.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

AED Days 2025: Inovação e futuro da indústria da aeronáutica, espaço e defesa em Oeiras

 

Um dos painéis da AED Days 2025

 

Entre 3 e 5 de junho de 2025, Oeiras foi o epicentro da inovação e do futuro da indústria portuguesa, ao acolher os AED Days. Organizado pelo cluster AED (Aeronáutica, Espaço e Defesa), esta conferência anual é o ponto de encontro crucial para profissionais, empresas, instituições de investigação e decisores políticos, focado em impulsionar a competitividade e o desenvolvimento tecnológico dos setores estratégicos de Portugal.

Nestes três dias intensos, os AED Days 2025 ofereceram uma oportunidade ímpar para a partilha de conhecimento, networking e exploração de novas oportunidades. Com uma agenda repleta de conferências de alto nível, workshops interativos e uma mini-feira, esta conferência proporciona uma visão abrangente sobre as últimas tendências e avanços que estão a moldar a aeronáutica, o espaço, a defesa e, cada vez mais, a indústria em geral.

Entre os temas em destaque, a transição digital e a inteligência artificial ocupam um lugar central – como disse Daniel Boestad, vice-presidente, Gripen Business Development | SAAB AB, “o mundo nunca mais ser tão lento a aceitar mudanças como tem sido até hoje”. A forma como a tecnologia está a revolucionar o design, a produção, a manutenção e a logística foi amplamente debatida, com exemplos práticos e estudos de caso de empresas nacionais e internacionais que estão na vanguarda da adoção. A sustentabilidade e as soluções “verdes” nos três setores também foram um pilar fundamental, refletindo a crescente preocupação global com o impacto ambiental e a procura por cadeias de valor mais resilientes e eco-eficientes.

Para as empresas, os AED Days 2025 representam uma oportunidade ímpar de apresentar as suas capacidades, estabelecer novas parcerias e explorar mercados emergentes. É igualmente uma boa plataforma para os profissionais do setor se manterem atualizados sobre as últimas tendências, expandir a sua rede de contactos e inspirar-se nas trajetórias de sucesso de líderes e inovadores.

Os AED Days 2025 em Oeiras não foram apenas uma simples conferência, mas um catalisador em ação para a inovação e o crescimento. Foram o palco onde o futuro da indústria portuguesa foi debatido, desenhado e impulsionado, reafirmando o compromisso de Portugal com a excelência e a liderança em setores de ponta.

 

terça-feira, 3 de junho de 2025

Sabores e tradições da Tailândia regressam a Belém

 


De 20 a 22 de junho, o Festival da Tailândia está de volta a Lisboa para celebrar o melhor da cultura tailandesa

De 20 a 22 de junho, o Jardim Vasco da Gama, em Lisboa, volta a acolher o Festival da Tailândia, uma celebração vibrante da arte, cultura e gastronomia tailandesas. Promovido pela Embaixada do Reino da Tailândia, com o apoio da Autoridade do Turismo da Tailândia (TAT) e da Câmara Municipal de Lisboa, o evento integra a programação oficial das Festas de Lisboa de 2025.

Ao longo de três dias, o Thai Festival em Lisboa promete uma viagem até ao Sudeste Asiático sem sair da capital, com entrada livre para todos os visitantes. A edição deste ano do Thai Fest terá como tema “Pulso Criativo”, destacando a criatividade contemporânea da Tailândia, profundamente enraizada na sua rica herança cultural e na essência da identidade tailandesa, permitindo que o país evolua em sintonia com o pulso global.

O programa inclui uma ampla variedade de atividades para todas as idades: desde atuações de danças tradicionais e concertos de música country tailandesa, até demonstrações de muay thai, desfiles de trajes típicos e sessões de massagens tailandesas. Os visitantes vão poder ainda apreciar esculturas de frutas, participar em oficinas de artes — como pintura de sombrinhas e origami tailandês — e aproveitar jogos pensados especialmente para os mais pequenos e para os jovens.

A inauguração oficial está marcada para as 12h30 de sexta-feira, dia 20 de junho, e vai contar com a presença da embaixadora do Reino da Tailândia em Portugal, Kanokwan Pengsuwan, da diretora da Autoridade do Turismo da Tailândia para o Sul da Europa, Nanthasiri Ronnasiri e do Presidente da Junta de Freguesia de Belém, Fernando Ribeiro Rosa.

Um dos destaques da programação acontece no sábado, 22 de junho, às 12h00, no Pavilhão Tailandês, com a revelação dos vencedores do passatempo online “Sustainable Tourism in Amazing Thailand”, promovido pela Autoridade do Turismo da Tailândia (TAT). O sorteio vai contar com vários prémios, entre os quais uma viagem dupla de 7 noites a Banguecoque e Phuket ou Krabi, oferecida pelo operador turístico Icárion. Também vão ser atribuídos vouchers para estadias em hotéis na Tailândia e vales para massagens tailandesas, aulas de muay thai, xperiências gastronómicas e muito mais. O passatempo conta com o apoio dos patrocinadores Icárion, Banyan Tree Phuket, Banyan Tree Bangkok, Angsana Laguna Phuket, Sheraton Samui Resort, Thai Street, Siam Square, Thailander, The Peonicia Spa e escola de muay thai Zé Fortes.

Ainda no sábado, pelas 14h00, a TAT promove uma Travel Talk, com a presença da escritora Margarida Pereira-Müller, que abordará a influência da gastronomia portuguesa na cozinha tailandesa, e de Tito Elbling, fotógrafo, videógrafo e tour leader, que partilhará as suas experiências de viagem e dicas úteis para quem quer visitar a Tailândia em breve.

Nos vários dias do festival, o programa conta com espetáculos culturais, onde não falta dança, música, workshops, histórias infantis e demonstrações de Muay Thai.

O Festival da Tailândia vai estar aberto ao público das 12h30 às 20h00 no dia 20 de junho, e das 10h30 às 20h00 nos dias 21 e 22, com organização da Embaixada do Reino da Tailândia e apoio da Autoridade do Turismo da Tailândia (TAT), da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Belém.



sexta-feira, 23 de maio de 2025

Duas etapas do Trilho dos Pescadores

 


O Trilho dos Pescadores, o percurso pedestre mais emblemático da Rota Vicentina, é uma experiência singular que abraça a nossa costa sudoeste, estendendo-se por mais de 220 quilómetros entre São Torpes, a norte de Sines, e Lagos, no Algarve. Mais do que uma simples caminhada, é uma imersão profunda no litoral alentejano e algarvio, seguindo os antigos caminhos utilizados pelos pescadores locais.

Sinalização

A particularidade do Trilho dos Pescadores reside no facto de quase todas as suas etapas serem sempre junto ao mar, serpenteando por falésias vertiginosas, dunas, baías encantadoras e praias selvagens – com panorâmicas constantes sobre o Atlântico.



A dificuldade do trilho dos Pescadores é considerada moderada a alta, principalmente devido ao terreno arenoso e irregular. Caminhar em areia mole, por vezes por longas distâncias, é muito cansativo. Tem também subidas e descidas íngremes que requerem alguma agilidade e muita atenção. Contudo, somos recompensados por uma beleza natural avassaladora: praias desertas que parecem saídas de um sonho, o som incessante das ondas e a oportunidade de observar a flora e fauna costeiras, incluindo aves marinhas e, com sorte, a rara cegonha-branca, que nidifica nas falésias marítimas.

O percurso está dividido em várias etapas diárias, cada uma com uma distância que varia entre 10 a 20 quilómetros, ligando pequenas vilas e aldeias piscatórias como Porto Covo, Vila Nova de Milfontes, Almograve, Zambujeira do Mar ou Odeceixe. É fundamental levar calçado adequado, água abundante, protetor solar e um chapéu, já que a exposição ao sol é constante e não há localidades no meio das etapas.

Nós fizemos somente duas etapas.



A etapa entre Porto Covo e Vila Nova de Milfontes do Trilho dos Pescadores, com aproximadamente 20 quilómetros de extensão, é, sem dúvida, uma das mais emblemáticas e desafiantes da Rota Vicentina, mas também uma das mais gratificantes..

Porto Covo - Vila Nova de Milfontes


O ponto de partida em Porto Covo, junto ao mercado, é encantador, com as típicas casas alentejanas caiadas de branco. 

Porto Covo

O trilho serpenteia por falésias espetaculares, dunas e pequenas enseadas isoladas, onde o azul intenso do Atlântico choca com o negro das rochas. A dificuldade do percurso reside precisamente na sua natureza arenosa e irregular.

Algumas partes do trilho exigem muito cuidado


Formações rochosas interessantes


Ao longo do caminho, temos , porém, vistas espetaculares. As praias selvagens, como a Praia da Ilha do Pessegueiro, com a sua história e o mítico forte, ou a Praia do Salto, acessível por difíceis descidas, são verdadeiros santuários naturais. É comum avistar aves marinhas a planar sobre as falésias, e a flora costeira, resistente ao vento e à salinidade, adiciona um toque de muitas cores ao cenário.





Fortaleza do Pessegueiro

Apesar do desafio físico, a beleza e a sensação de isolamento que esta etapa proporciona são incomparáveis. A cada curva, uma nova paisagem sempre com o som das ondas.

Formações rochosas interessantes




A igreja de Vila Nova de Milfontes


A chegada a Vila Nova de Milfontes é um alívio bem-vindo e a promessa de descanso. A vila, junto à foz do Rio Mira, oferece tudo o que precisamos para recuperar as energias. Ficámos num simpático apartamento do Duna Parque Beach Club. Depois de um duche reparador, fomos jantar num restaurante a somente 350m (não, não queríamos andar muito…), o Dunas Mil, com uma belíssima vista sobre o rio Mira e um serviço muito acolhedor - uma deliciosa sopa de peixe e um peixe frito (dourada) com migas de coentros e salada. Fantástico! Depois foi cair na cama e dormir ferradamente até ao dia seguinte.

 


Após um belo pequeno-almoço na Paparoca com uma deliciosa tosta mista em pão alentejano, metemo-nos à estrada. Esta etapa do Trilho dos Pescadores, com uma distância de aproximadamente 15 a 16 quilómetros e que liga Vila Nova de Milfontes a Almograve é frequentemente considerada um dos percursos mais acessíveis que nós não confirmamos….

Vila Nova de Milfontes - Almograve


A foz do rio Mira

O início da etapa é marcado pela travessia da emblemática ponte sobre o Rio Mira em Vila Nova de Milfontes donde se tem uma fantástica vista panorâmica sobre a foz do rio, as suas margens e a própria vila. Depois da ponte, o trilho afasta-se ligeiramente da linha costeira, percorrendo algumas áreas rurais e de bosque, muito denso. Em certas secções, o trilho pode passar por "túneis" formados pela vegetação densa, criando uma sensação de descoberta e aventura.




Ao longo do percurso, fomos presenteadas com paisagens variadas. Pequenas praias e enseadas escondidas surgem pontualmente, convidando a breves pausas para apreciar a tranquilidade e a força do Atlântico – ou para comer algo para recuperar forças. As gaivotas são uma presença constante, adicionando vida e som à paisagem.

A proximidade do mar é uma constante, mesmo que nem sempre visível, com a maresia e o som das ondas a acompanhar os passos.

 

 

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Viagem aos antípodas - dia 21 - Pequim

A Muralha da China, seccção de Badaling

Hoje os deuses estiveram de novo connosco.

O nosso voo de Auckland correu lindamente. 

CA784

AKLPEK Auckland-Pequim) 

Boeing 789-9

Distância 10788 km

Duração 12h49

Velocidade de cruzeiro 759 km/ hora

Altitude 11582 m

Aterragem 4h33

Aterrámos às 4h33, uma hora antes da hora prevista. Ou seja, teríamos imenso tempo para passar a imigração e chegaríamos mais do que as tempo para a excursão à Muralha da China, organizado gratuitamente pela Trip.com para passageiros em trânsito, com início previsto às 7h30. 

Pensámos até que poderíamos ir passar o tempo na arrival lounge, mas não sabíamos onde era. 

 Ao longo dos corredores do terminal há jovens de casaco azul claro que são informações. Infelizmente não falam uma palavra de inglês! Ou seja, não conseguimos saber onde seria a dita arrival lounge. E como não há Google na China também não podíamos procurar na net. Lembrei- me da joana que estaria ainda a meio da tarde d e que eu poderia pedir para procurar na Google. Ela lá descobriu que a dita arrival lounge era no Terminal 3E , onde estávamos, mas depois do controlo de segurança. Quando aí chegámos , o agente conseguiu dizer num inglês muito macarrónico que depois não poderíamos sair. Eu não a acredito, mas não quisemos arriscar. Assim, dirigimo-nos para o controlo de passaportes e depois saímos. Passámos pelo quiosque das excursões ainda não eram 6h. Ainda estava fechado. Sentámo-nos um pouco mais à frente à espera que abrisse. Às 7h víamos aí já lá havia pessoas e fomos até lá. E a empregada informou- nos de vc que só havia dois lugares livres. Como assim??!!!! Rapidamente disse que aceitávamos esses dois lugares e começámos a fazer planos sobre o que fazer. Obviamente iriam as duas que nunca tinham visitado a Muralha. As outras duas, que em tempos já lá tinham ido,  teriam de arranjar um programa alternativo. Mas qual? Ou haveríamos de desistir da excursão e ir as quatro de táxi? 

Enquanto ponderávamos os prós e contras, a funcionária disse que afinal havia três lugares. Ótimo! Só uma teria de se entreter. 

Quando chegou a guia, falaram com o condutor que dizer ao poderíamos ir as quatro! 

E foi muito bom. A guia era uma jovem adulta muito bem disposta e divertida que nos contou histórias sobre a Grande Muralha. 

Arrabaldes de Pequim, a caminho de Badaling


Há vários pedaços da Grande Muralha que podem ser visitados a partir de Pequim. A excursão levou- nos a Badaling, a 60 km do aeroporto, a aproximadamente 1h30 de carro. 

Era costume cada rei construir uma muralha à volta do seu reino para proteção de ataques inimigos. Quando o imperador Qin  conseguiu reunir todos os reinos num só império e, assim,  unificar toda a China, achou por bem prolongar as várias muralhas existentes, fazendo uma só para assim proteger todo o império. As muralhas existentes foram fortificadas, ficando com uma largura de 8 metros no chão e de 4 metros no topo, tendo sido igualmente construídos torreões de observação  Só que uma única muralha não dava ainda proteção total e mandou construir mais  duas ou três muralhas passarelas nalguns troços mais propícios ataques dos inimigos.

A muralha inicial construída durante o reinado do imperador Qin ia  do oceano ao deserto de Gobi com um cumprimento total de aproximadamente 5000 km, mas com as várias muralhas paralelas o império da China ficou protegido com um total de 21000 km de muralhas!

Os trabalhos ficaram terminados   em 15 anos. Para a sua construção foram sendo utilizados materiais que se iam encontrando: rochas, pedras, areia, plantas - mas também os corpos dos trabalhadores que iam morrendo , “os nossos antepassados”, como realçou a guia. Há até uma estrofe no hino nacional que fala da grande muralha e dos antepassados que morreram.

Pequim, sendo a capital do no império, tinha de ser especialmente bem protegida. Aqui existem várias muralhas paralelas. É como um escudo de super-herói para a cidade, mantendo-a a salvo dos inimigos.

Porque é que esta secção da muralha  se chama Badaling?

É aqui que muitas estradas importantes se dividem e seguem em direções diferentes, mais precisamente em 8 (bada), daí o nome. Há 43 torrões de observação que são uma espécie de olhos da muralha. 

Desde que o presidente Mao subiu à Muralha nos anos 1940’s e disse: “Qualquer homem que é homem tem que subir à muralha”, as visitas à muralha foram- se tornando extremamente populares. 

Regressámos pontualmente ao aeroporto pela hora do almoço.  Pedimos o transporte para o hotel, uma cortesia da Air China, para passageiros com tempos de trânsito muito prolongados. 

Muitos grupos de escolas a vistar a Mralha

Na ida para a Nova Zelândia tínhamos visto que, ao lado do hotel, havia um restaurante que servia pato à Pequim e decidimos logo que no caminho de regresso iríamos lá comer um. Assim o fizemos. Ainda antes do fazer o check-in, sentámo- nos no restaurante e pedimos esse famoso prato da cozinha chinesa 



O cozinheiro a preparar o pato à Pequim

O pato à Pequim, ou Beijing kaoya (北京烤鸭) como é conhecido na China, teve a sua origem durante a Dinastia Yuan (século XIII). Caracteriza-se pela sua pele crocante e saborosa e pela carne tenra e suculenta.

A preparação do pato à Pequim é uma arte meticulosa que exige tempo e perícia. Tradicionalmente, patos de uma raça específica são criados e alimentados de maneira particular para garantir a textura e o sabor ideais. O processo de preparação envolve insuflar ar entre a pele e a carne para as separar, escaldar o pato com água a ferver e, em seguida, pendurá-lo para secar por um determinado período. Esta etapa crucial permite que a pele perca a humidade, resultando no crocante característico após o assado.

Antes de ser levado ao forno, o pato é geralmente untado com uma marinada doce e aromática, que pode incluir mel, malte, molho de soja, vinho de arroz e diversas especiarias. O método de assado tradicional envolve fornos de tijolo aquecidos a lenha, o que confere ao pato um sabor defumado único e inconfundível.



A apresentação do pato à Pequim é quase tão importante quanto o seu sabor. Normalmente, o pato é levado inteiro à mesa e, em seguida, um cozinheiro especializado fatia a pele crocante e a carne em pedaços finos e uniformes. A arte do fatiamento é uma demonstração de habilidade e precisão.



O pato à Pequim é tradicionalmente servido com panquecas finas e macias, cebolinho cortado em juliana e pepino em tiras. E como se come?  Pega-se numa panqueca, espalha-se um pouco de molho hoisin (um molho doce e salgado à base de soja), adicionam-se pedaços de pato crocante, cebolinho e pepino, e enrola-se a panqueca para criar uma deliciosa e equilibrada combinação de sabores e texturas.

Fomos então descansar para o quarto no Hotel Internacional Beijing Fuyong Yulong ( 1Ronghui ParkAirport Industrial Zone BTianzhu Airport Economic Development ZoneShunyi DistrictBeijing). 

Quando anoiteceu, regressámos ao aeroporto onde esperámos pelo embarque na lounge da Air China 

Viagem aos antípodas - dia 20 - Auckland e o voo de regresso




Depois das atribuições do dia de ontem, dormimos que nem umas santas, felizes por termos um teto e uma cama. 



Como já não tínhamos nada para comer, fomos procurar um café para tomar o pequeno almoço. O apartamento fica junto da universidade e na zona há muitos restaurantes e cafés. Só que… nada nos agradava para o pequeno almoço. Finalmente, entrámos e ficámos num café coreano onde serviam café brasileiro da marca Santos. 


A oferta de comida era fraca, mas conseguimos umas croissants e scones de tâmaras, aliás muito populares por toda a Nova Zelândia. 

Na nossa passagem por Auckland à chegada, tínhamos deixado para o regresso a visita à Galeria de Arte e à zona das docas. E lá nos metemos a caminho, a pé, para as nossas descobertas.

A Galeria de Arte de Auckland Toi o Tāmaki é um farol cultural no coração da cidade. Mais do que um simples espaço de exposição, a galeria é um ponto de encontro onde a arte, a história e a comunidade se entrelaçam.

O impressionante edifício em si é uma obra de arte, combinando elementos arquitetónicos clássicos com adições modernas arrojadas - Infelizmente estava em obras e não podemos atirar na sua globalidade. No seu interior, uma vasta coleção permanente narra a história da arte na Nova Zelândia, desde as expressões artísticas dos Māori e das ilhas do Pacífico até às obras de artistas contemporâneos.


Muito interessante é a secção dedicada a Gottfried Lindauer, um pintor checo e neozelandês (1839-1926), famoso pelos seus retratos detalhados, especialmente de Maoris, o povo indígena da Nova Zelândia. Nascido Bohumír Lindauer em Plzeň, na Boémia (então parte do Império Austro-Húngaro), emigrou para a Nova Zelândia em 1874 e passou grande parte de sua vida registando a cultura Māori através das suas pinturas.

Lindauer demonstrou talento artístico desde cedo, inicialmente desenhando plantas e árvores. Estudou arte na Academia de Belas Artes de Viena, onde desenvolveu técnicas de retrato. Após um período na Europa, estabeleceu-se na Nova Zelândia, um país que se tornaria o foco principal de sua obra.

Na Nova Zelândia, Lindauer viajou extensivamente, muitas vezes a convite das próprias comunidades Māori, para pintar retratos dos seus líderes, guerreiros e pessoas importantes. As suas pinturas são notáveis pela precisão etnográfica, capturando detalhes  dos trajes tradicionais, adornos de penas, armas e, o mais distintivo de tudo, o tā moko, a arte tradicional da tatuagem facial Māori. Essas tatuagens não são apenas decorativas, mas têm significados profundos sobre a linhagem, estatuto e história pessoal de cada pessoa.

O trabalho de Lindauer é altamente valorizado tanto pela sua qualidade artística como pelo seu significado histórico e cultural. Para muitas famílias Māori, os seus retratos são, ainda hoje , considerados como representações preciosas de seus ancestrais (tūpuna), preservando suas imagens e legados para as gerações futuras. As suas pinturas fornecem um registo visual inestimável de um período crucial da história da Nova Zelândia e da cultura Māori.

Trabalhou por encomenda, de Maoris e  de Pākehā (neozelandeses de ascendência europeia).



Depois da visita à Galeria de Arte de Auckland descemos na até ao porto, percorrendo a animada Baixa (CBD - Central Business District), passando pelas de lojas de todos os grandes designers da moda. 



As docas de Auckland, situadas no coração da cidade à beira-mar, pulsam com uma energia que reflete a sua rica história marítima e o seu espírito moderno. Mais do que simples ancoradouros para embarcações, estas docas são um centro dinâmico de atividade, lazer e cultura.



Ao longo dos anos, as docas de Auckland evoluíram significativamente. Outrora um movimentado centro de comércio e transporte marítimo, hoje transformaram-se num espaço multifacetado que combina o seu legado náutico com uma atmosfera contemporânea e sofisticada. Seguindo uma tendência internacional, as antigas docas foram revitalizadas, dando lugar a marinas, restaurantes à beira-mar, bares, cafés e espaços públicos.

A Viaduct Harbour é talvez a área mais conhecida das docas de Auckland. Para os entusiastas da história marítima, o Museu Marítimo da Nova Zelândia oferece uma visão fascinante do passado náutico do país.

Regressámos ao hotel, para levantar as malas e apanharmos um Uber para o aeroporto. Após as formalidades de check-in , esperámos pelo embarque na lounge da Air New Zeland, com uma boa vista sobre a pista. A lounge é um oásis de conforto,  um ambiente acolhedor para relaxar, trabalhar ou simplesmente beber um copo e jantar com tranquilidade longe da agitação do terminal.

Cocktail Kiwi nostalgia