O Dia de los Muertos, que corresponde ao nosso Dia
dos Fiéis Defuntos, é a festa mais popular no México. Morte e vida andam de
mãos dadas. Ao contrário do que se passa na Europa e nos EUA, a palavra é dita
em alto e bom som. Brinca-se com a morte. Dança-se com a morte. Festeja-se a
morte.
Com a cristianização do México, o povo, como aconteceu em
muitas outras partes do mundo e com muitas outras festas religiosas, associou uma
festa pagã a uma festa da nova religião. E assim festeja o Dia dos Fiéis Defuntos,
católico, com as características da festa dos povos indígenas.
Em Lisboa também se festejou o Dia de los Muertos na
Embaixada do México que estava decorada a preceito com muitos esqueletos,
muitas caveiras de papel machê e de açúcar, urnas, e, claro, o pessoal da
embaixada pintado de morte.
No México acredita-se que as portas do céu se abrem à
meia-noite do dia 31 de outubro e os espíritos dos mortos se reúnem às suas
famílias. Primeiro vêm os angelitos, ou seja, os espíritos das crianças e no dia seguinte o dos adultos.
É por isso que todos os mexicanos fazem lindos altares, as ofrendas,
nas suas casas, decorados com cempasuchil , umas flores
que lembram a calêndula, velas, e comida. Tipicamente faz-se o pan de los
muertos, um pão doce, mas também a comida preferida dos mortos que estamos
a lembrar. E tequila e cigarros.
A ida aos cemitérios não é carregada com a tristeza que se
vê em Portugal. É uma festa. Limpam-se as campas, ao som de bandas ,
relembram-se os mortos queridos, festeja-se com muita cor, muita alegria, muita
comida. Os mortos não morrem. Continuam vivos .