Madeira. Ilha das flores.
Ilha da eterna primavera. Pérola do oceano. São inúmeros os epítetos desta bela
ilha. Uma coisa é porém certa: a Madeira é linda. É um prazer passearmos no
Funchal, uma cidade muito cuidada, limpa, arranjada. Cheia de flores. Um encanto
para a alma. Passar uns dias, um mero fim-de-semana, na Madeira repousa-nos e
dá-nos novas energias para o stress do nosso quotidiano.
O
arquipélago da Madeira está a mil quilómetros de Lisboa e é formado pelas ilhas
da Madeira e Porto Santo e por dois grupos de ilhas desabitadas, as Desertas e
as Selvagens, ambas parques naturais e zonas protegidas. A Madeira é banhada
pelas águas quentes da corrente quente do Golfo do México; daí o seu clima
ameno – a eterna Primavera.
A
cidade do Funchal está localizada numa belíssima baía, emoldurada de colinas,
com o casario disposto em anfiteatro em direção ao mar. O nome de Funchal provém
do funcho, que aqui abundava quando foi colonizada. A cidade foi
fundada a 21 de agosto de 1508, sendo a primeira cidade a ser criada fora da
Europa.
Estação do teleférico |
Na Zona Velha da cidade do Funchal podemos passear
descontraidamente pelas suas ruelas, contemplando parte do seu casario já
recuperado. Na Praça da Autonomia, construída no século passado,
como marco histórico da autonomia alcançada para esta região, temos a estátua
da autoria do escultor madeirense Ricardo Velosa e a estação do teleférico, concebido
como sistema de transporte essencialmente turístico entre a zona baixa do
Funchal e o Monte, recuperando um dos passeios mais tradicionais e apreciados
pelos turistas e pela população, outrora feito através do comboio do Monte. A
descida do Monte é feita nos
famosos “carros de cesto”, produzidos artesanalmente, com vimes e
madeira. Dispõem de dois lugares sentados e são conduzidos e controlados por
dois carreiros, trajados de branco e com chapéu de palha na cabeça que, a
pulso e com grande arte, utilizam
as próprias botas, com grossas solas de borracha, como travões. A viagemO caminho percorrido pelos carrinhos de cesto é bastante inclinado |
Voltando para o centro da cidade, para a Praça
da Autonomia, temos o teleférico, projetado para permitir que o passageiro desfrute
das fantásticas vistas proporcionadas pelo passeio “aéreo”, os vários jardins, a
beleza natural das Babosas e do vale da ribeira de João Gomes, entre outros.
Em frente da estação do teleférico, está
o velho cinema, agora recuperado. Nele foi instalado o Madeira Story Centre, onde se relata a
História e a cultura da ilha da Madeira, utilizando
os cinco sentidos do visitante, através de jogos interativos, cheiros, sons,
imagens e desafios.
Na Zona Velha sobressai a Sé Catedral do
Funchal, cuja construção foi iniciada a 5 de
Novembro de 1485, e finalizada em
1517. A Sé, com três naves centrais, possui vários estilos, sendo o mais
predominante o Gótico e o Barroco na decoração. Podem ainda ver-se 12 painéis
de pintura flamenga. O teto é Hispano-árabe, feito em madeira de cedro com incrustações de
marfim. Ligada a este local, uma nota de interesse: foi nesta zona da cidade
que no século XV se fez a primeira plantação de cana-de-açúcar com estacas
vindas da Sicília.
Sé Catedral |
No
passeio em frente da Sé ergue-se a meio, em frente do edifício do Banco de
Portugal a estátua João Gonçalves Zarco, construída pelo escultor madeirense
Francisco Franco. Aqui perto está o Palácio de São Lourenço, construído na
primeira metade do século XVI, embora tenha sido finalizado no reinado dos
Filipes. Foi residência dos Capitães Donatários do Funchal e de Governadores. Atualmente
é residência oficial do Representante da República na Região.
Gonçalves Zarco |
No
final deste passeio está a Rotunda do Infante, onde sobressai ao centro uma
esfera armilar representando o mundo e o período áureo de Portugal dos Descobrimentos.
Num dos lados da rotunda, uma escadaria, ao lado da qual se ergue a estátua do
Infante D. Henrique, leva ao Jardim de Santa Catarina, que deve o seu nome à
pequena capela do século XV, aqui existente. Ao lado da capela, temos a estátua de Cristóvão Colombo. Deste parque tem-se uma vista geral
sobre o Porto do Funchal e sobre a cidade – e sobre o hotel e Museu CR7, onde
Cristiano Ronaldo mostra aos fãs todos os seus troféus e recordações.
O
edifício rosa forte no final do jardim é a Quinta Vigia, residência oficial do
Presidente do Governo Regional da Madeira, outrora habitada pela Imperatriz Sissi da Áustria. Esta quinta era
muito maior chegando aos jardins do atual Casino da Madeira, onde se encontra
uma Estátua de Sissi da autoria
do escultor Lagoa Henriques. O Hotel Casino foi concebido pelo arquiteto brasileiro
Óscar Nimeyer, o pai de Brasília.
Um
passeio pelo Funchal não fica completo sem um copinho (ou mais) de poncha, a
bebida tipicamente madeirense. A melhor maneira de terminar um dia no Funchal.