Vista de Breslávia a partir da Igreja de Santa Madalena |
Praça do Mercado |
Decidimos esperar no quarto que o calor
abrandasse para ir passear pela cidade. O hotel – Puro Hotel (http://de.purohotel.pl/wroclaw) era moderno, todo
informatizado. São os próprios clientes que fazem o check-in num dos computadores
instalados numa enorme mesa no centro da ampla receção. Aqui existe também uma
grande máquina de café, chá e chocolate onde os clientes se podem servir sempre
que lhes apeteça beber algo – basta usar o cartão/chave do quarto. Os quartos
têm um iPad na parede junto à porta onde se configura tudo sobre o quarto. Ou
seja, estivemos entretidos enquanto deixávamos que a cidade arrefecesse um
pouco.
Com
os seus 640 mil habitantes, Breslávia é a 4ª maior cidade da
Polónia. Está situada junto ao rio Odra. A primeira referência que existe da
cidade é na "Crónica de Dietmar" (Thietmari Merseburgensis
episcopi Chronicon) do ano 1000. À época era denominada Wrotizlawa. Em 1175
passou a ser referida como Wrezlaw, que passou a Preßlau e, mais tarde a Breslau,
em alemão.
Ao longo dos séculos, a região da Silésia
tem sido disputada por várias nações, tendo pertencido à Polónia (do ano de 990 ao século XIV), ao Reino da Boémia (atualmente República Checa) (de meados do
século XIV a meados do século XVI), ao Império Austro-Húngaro (de 1526 a 1741), à Prússia (em 1871) e depois à Alemanha, quando o
rei da Prússia fundou o Império Alemão. Desde o
final da 2ª Grande Guerra, a região pertence de novo à Polónia.
Na primeira metade do século XIX, a Silésia
conheceu um grande desenvolvimento industrial e econômico, que tornou a cidade
uma das maiores e das mais importantes da Alemanha. A população passou de 90 mil
para 500 mil habitantes. Após a Primeira
Guerra Mundial, Breslávia foi obrigada pelas potências vencedoras a ceder a
parte com mais recursos de toda a Alta Silésia à recém-restituída Polónia, o provocou grandes tensões
entre a Alemanha e a Polónia – e terá sido uma das causas da ocupação alemã a 1
de setembro de 1939 e que deu início à 2ª Grande Guerra.
A cidade em 1945 |
Durante a guerra,
Breslávia começou por ser poupada dos horrores da guerra. O governo decidiu então
estabelecer na região indústria bélica. Com o avançar das tropas russas em
janeiro de 1945, Hitler transformou Breslávia numa fortaleza, tendo a cidade
sido cercada pelos russos durante três meses. Após
a capitulação a 6 de maio de 1945, o Exército Vermelho entrou na cidade,
tendo-a saqueado, incendiado e destruído totalmente, incluindo a Biblioteca da
Universidade Leopoldina, para a qual Brahms compôs
uma obra, o museu da cidade e as torres gémeas da igreja gótica de Santa Maria Madalena.
Desde o final do século XX, Breslávia
tornou-se economicamente uma das cidades mais dinâmicas da Polónia.
Passeio turístico
Bairro Judeu |
Quando o calor acalmou, fomos então dar um
passeio pela cidade. O Puro Hotel fica em frente do bairro judeu. Basta
atravessá-lo para chegarmos ao centro histórico da cidade, à Praça do Mercado
(Rynek), que estava muito animada com muitas esplanadas e lojas apinhadas.
Durante o dia, a cidade é “invadida” por centenas de turistas, especialmente
alemães, que, no entanto, não pernoitam lá, seguindo normalmente para Cracóvia
ou regressando à Alemanha. À noite, a praça fica por conta dos habitantes
locais que para ali vêm apanhar o fresco e conviver.
Praça do Mercado |
Após a guerra, a cidade foi reconstruída o
que ajudou a sarar as feridas do passado.
A reconstrução foi feita segundo os planos originais, ou seja, ao passearmo-nos
hoje por Breslávia até quase não nos apercebemos que todos aqueles
edifícios não são históricos mas modernos. O cuidado foi tanto que sentimos a
aura dos tempos do império austro-húngaro.
A Praça do
Mercado, com 213 m de comprimento e 178 de largura, está ladeada por 60 casas
patrícias, edifícios de fachadas sumptuosas, portas trabalhadas, candeeiros e pequenas
estátuas. Onze ruas desaguam na praça. Sobressai a Câmara Municipal, cuja
construção demorou quase dois séculos a terminar.
A algumas
ruas da praça, está a igreja de Santa Madalena com as suas torres gémeas que não
devem deixar de ser visitadas.
A parte
mais antiga da cidade está numa pequena ilha, no meio do rio Odra, onde podemos
ver alguns dos seus monumentos arquitetonicamente mais sumptuosos, como a
catedral gótica de São João Batista (a mãe de todas as igrejas da Silésia, cuja
história remonta ao ano de 1000 quando o bispado de Breslávia foi criado), a
Igreja da Cruz Sagrada e o Museu da Arquidiocese,
o monumento mais antiga de Breslávia e que guarda no seu interior o primeiro
livro escrito em polaco, “Księga henrykowska”, do século XIII-XIV.
Terminámos
o passeio numa cervejaria num dos muitos pátios do bairro judeu, gozando a
atmosfera e o fresco da noite e relembrando tudo o que vimos nesta terra com
tanta história e onde o Leste e o Oeste da Europa se cruzam.