domingo, 9 de junho de 2024

Viagem à Coreia - DMZ

 

Ir à DMZ, a Zona Desmilitarizada  da Coreia, é fazer uma viagem à história recente da Coreia e sentir que o agressor do Norte está sempre presente, pode atacar sim momento para o outro. Mas é também sentir que os sol coreanos conseguiram dar a volta e até conseguem ter humor perante a situação. Ter tornado a DMZ numa zona turística é o espelho disso mesmo, enquanto explora o lado voyeurista dos turistas, que espreitam a Coreia do Norte. 

Ao fundo a Coreia do Norte


Ao fundo a Coreia do Norte



Estabelecida pelas disposições do Acordo de Armistício Coreano do para servir como uma zona- tampão entre a Coreia do Norte e a Coreia do no Sul, a zona desmilitarizada é uma barreira que divide a península coreana ao meio. Foi criada por acordo entre a Coreia do Norte,  a República Popular da China e  o Comando das Nações Unidas em 1953. A DMZ tem 250 quilómetros de comprimento e cerca de 4 quilómetros de largura.

Tem três linhas, sendo a do meio a fronteira internacional. 





Campos de arroz na zona tampão. 
A aldeia tem 200 habitantes que vivem da cultura do no arroz, do ginseng e da soja. Quem vive na aldeia tem assistência médica gratuita, não paga impostos e os rapazes não têm de fazer o serviço militar obrigatório. 




Fitas da paz. Casa fita leva uma frase sobre a paz. Os sul coreanos esperam que o vento leve as frases de esperança pela paz aos norte coreanos

Um comboio de carga que foi baleado por tropas chinesas durante a guerra 


Monumento às famílias separadas.



PASSEIO NO MONTE GAMAKSAN

Ponte suspensa. Com 220 m de comprimento é a mais longa da Correia






Como está próximo da DMZ, postos de vigia para soldados 

Um pouco de história

História recente da Coreia

Quando se viu forçada a abrir as suas portas ao mundo em 1876, a Coreia tentou estabelecer-se como um estado moderno independente e as pessoas começaram a ser o maior agente da reforma. Nos anos 90 do século XIX, coreanos de todos os níveis da sociedade levantaram-se contra a invasão dos poderes mundiais, sonhando com uma nova sociedade. 

Usando a Coreia como campo de batalha, a primeira guerra sino-japonesa em 1894 e a Guerra Russo-japonesa de 1904 foram travadas para ver quem iria dominar o leste asiático.Após o Japão ter ganho ambas as guerras, virou as suas armas contra a Coreia, invadiu o país com a sua força militar. Mas os coreanos não ficaram de braços cruzados e lutaram pela independência. Esse foi o início da repressão imperial japonesa da Coreia e a discriminação do seu povo.

Em 1910, o Japão transformou a Coreia numa colónia, instalando um governo geral japonês, introduzindo regras muito restritivas, incluindo a proibição de usar o coreano como língua. Todos os coreanos foram obrigados a falar japonês. Como resultado desta política japonesa,  os coreanos sofreram uma grande exploração e discriminação por parte do Japão imperialista.

Em 1919, na sequência do final da primeira grande guerra e com o surgir duma nova ordem internacional , os coreanos declararam independência para o seu país. Muitas pessoas juntaram-se contra a presença japonesa.

O Governo Geral japonês na Coreia impôs então restrições ainda maiores na liberdade de discurso,  de imprensa, de reunião e associação para fortalecer o seu controle sobre o país. O povo coreano sofria constantes proibições, regras cada vez mais apertadas e censura. continuando a sua oposição e sofrendo prisão, tortura e até a morte. Muitas pessoas tentavam guardar a sua identidade como coreanos, estudando a sua língua e a sua história às escondidas.


A vida estava cada vez mais difícil. Um grande número de coreanos deixou a sua pátria. Instalou-se em países diferentes com as suas histórias para contar sobre pobreza,  discriminação, opressão, mas também esperança. O seu país estava perdido. Alguns uniram-se em organizações para apoiarem o movimento independentista e construir escolas para educar os jovens. 

As cidades coloniais coloniais surgiram como novos centros da Coreia colonial, deixando para traz as cidades tradicionais. O Japão construiu estradas e caminhos de ferro assim como portos para ligar o Japão ao continente asiático através da Coreia e estabelecer bases militares para expandir o seu poder colonial. Cidadão japoneses mudaram-se para estas placas giratórias e contribuíram para o seu desenvolvimento. Onde o número dos japoneses aumentava, instalava-se a administração colonial e estas placas giratórias tornavam-se prioritárias nas políticas de  desenvolvimento contribuindo para crescer para o crescimento ainda maior das cidades coloniais. 

O governo japonês restringiu o acesso à educação, proibindo os coreanos de frequentar o liceu. Assim seria mais fácil dominá-los. Os coreanos opuseram-se e lançaram uma campanha para estabelecer escolas. Para melhorar as suas hipóteses de emprego e de êxito na carreira, os estudantes dedicavam-se com toda a sua energia estudar e preparar-se para educação superior, emergindo assim como os principais agentes na na luta contra a discriminação e opressão.

Com a aproximação da segunda guerra mundial e da preparação para o que viria ser a segunda guerra sino-japonesa e a Guerra do Pacífico, o Japão começou a expandir a sua indústria de defesa. Trabalhadores coreanos foram forçados a trabalhar com salários muito baixos, longas horas, ambientes de trabalho deficientes, discriminação. Organizaram diversas manifestações laborais, mas os seus a suas exigências foram ignoradas pelas empresas japonesas.

O Japão Imperial recrutou coreanos e mobilizou-os contra a sua vontade para a guerra. Alguns viraram-se  contra o seu povo e colaboraram com o poder colonial, mas outros lutaram contra o Japão. Movimentos independentistas juntaram-se numa frente unida mostrando a sua posição contra o Japão imperial 

Com final da guerra o Japão saiu da península da Coreia.  No entanto,a Coreia foi dividida por uma linha de demarcação no paralelo 38 por um acordo entre Estados Unidos e a União Soviética a 2 de setembro de 1945. 

Um governo militar americano foi instalado na Coreia do Sul, tendo como foco a criação de uma estrutura económica e social. A Norte, um governo fantoche manipulado pela União Soviética e, mais tarde, apoiado pela China. 

Os coreanos continuaram a tentar construir um governo unificado apesar do realinhamento turbulento de toda a política global após a segunda grande guerra. A Assembleia Constituinte nacional foi eleita através de eleições gerais a 10 maio de 1948 sob supervisão das Nações unidas, de acordo com os principais com os princípios base de uma eleição democrática: sufrágio universal, eleição direta e votos secretos. Finalmente o governo coreano foi formado a 15 agosto de 1948.

Muitos coreanos que tinham deixado o país voltaram para casa. 

Situado no meio da estrutura da guerra fria, a Coreia do Norte preparou-se para um ataque com autorização da União Soviética e com o apoio dos chineses. O conflito começou a 25 de junho de 1950 quando a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul num ataque surpresa. Quando as forças das Nações Unidas e o exército da China se juntaram à luta armada, a guerra tornou-se um conflito internacional. Em três dias tomaram Seul. 

Quando a Coreia do Norte rejeitou as exigências das Nações Unidas para retirar as suas tropas da Coreia do Sul, criaram uma força armada e enviaram-na para a Coreia do Sul. Ao lançarem a “Operation Chromite” a partir de Incheon a 15 de setembro de 1950, os soldados das Nações Unidas mantiveram a linha de defesa do rio Nakdonggang , conseguindo parar as forças da Coreia do Norte e avançaram para norte através do rio Yalu. Seguiram- se três anos guerra com avanços e recuos. O conflito chegou a um impasse à volta do paralelo 38. 

A 27 de julho de 1953 foi finalmente assinado um acordo do armistício. O conflito causou enormes danos humanos e físicos. Milhares e milhares de famílias foram separadas. O país ficou totalmente destruído. Teria de se erguer com muitas feridas físicas e psicológicas