Tantos
planos para uma manhã só! É claro que o tempo não chegou e só saímos do Lubango
por volta das 15h.
Depois do belíssimo
e relaxado pequeno-almoço no Pululukwa Resort, partimos para a Tundavala, onde
foi emocionante voltar 40 anos e 2 meses depois. É impressionante esta fenda
natural, muitíssimo profunda e estreitíssima no fundo. Trata-se de um enorme abismo de cerca de
1200 m situado na Serra da Leba. É
nos penhascos da Tundavala que termina o Planalto
Central
No caminho para o Cristo
Rei, paragem rápida no “Chalet”, um café a 3kms da fábrica da Coca-Cola com um cenário
relaxante e onde se podem comer produtos lácteos da “Queijaria Serra
N’Tandavala”: queijo curado, queijo fresco, iogurte natural, natas, manteiga e
leite fresco pasteurizado.
Já durante
o tempo colonial, Sá da Bandeira era conhecida pelas suas indústrias lácteas
que produziam belíssimo leite, ótimo queijo e fantástico iogurte.
Foi então
que o Katana sugeriu que fôssemos à Senhora do Monte, um local de romaria popular no tempo colonial e que
ainda hoje junta a população em agosto, nas festas da cidade.
No cimo do monte há uma
capelinha incapaz de comportar todos os fiéis. Daí ter sido construído um
templo ao ar livre num patamar mais abaixo.
No monte fronteiriço está
imponente o Cristo Rei, de braço abertos a proteger a cidade. Terá sido por
isso que a cidade foi poupada aos martírios da guerra? Em abril deste ano, a ministra da Cultura de Angola, Rosa Cruz e Silva
anunciou que a estátua, com 14 metros de
altura e considerada património nacional,
vai sofrer obras de restauro. Além da restauração da estátua, cujo nariz
e os dedos da mão direita merecem maior atenção, as autoridades angolanas
pretendem também reabilitar todo o espaço envolto do edifício e a própria
localidade.
O monumento, mandado
construir em 1957 por colonizadores da Ilha da Madeira é praticamente
uma réplica do Cristo Rei de Almada em Portugal. Ao contrário das outras três
estátuas do Cristo em países de língua portuguesa (Rio de Janeiro, Almada e Díli),
a construção do Cristo Rei de Lubango não teve cunho religioso. A ideia nasceu
do engenheiro português Carlos Sardinha que viu nas montanhas um cenário ideal
para construção do monumento. Após de terminada a obra, o monumento passou a
ser um ponto privilegiado dos religiosos.
Com tantas
paragens, quando chegámos à loja Mabílio de Albuquerque onde pretendíamos comprar
panos, já estava fechada. Seguimos para a catedral, onde decorria a consagração
de mais um sacerdote.
O almoço na
pastelaria Arte Doce fez atrasar muito a partida. A maior parte da estrada era
alcatroada (mas com grandes buracos de quando em quando), mas os últimos 92 km,
entre Caconda e Cuíma, eram de picada – que iríamos fazer à noite com valas,
burcas, pessoas, animais, motoretas. Ainda por cima, um carro partiu o
amortecedor e tudo se atrasou.
Chegámos ao
Huambo às 21h30, ainda a tempo de jantarmos um delicioso calulu de carne seca, regado
por um vinho tinto Chaminé.
Depois de
jantar, o Hans-Jürgen e eu fomos à procura da casa dos meus Pais. Como
referência, tínhamos…uma fotografia da minha Mãe à porta da sua vivenda.
Felizmente, este tipo de vivendas eram típicas das casas dos oficiais e
conseguimos que nos indicassem o Bairro dos Quartéis, agora Bairro de Santo António. Só que era noite cerrada,
não havia luz e não havia pessoas na rua para perguntarmos. Ainda parámos no
quartel mas o soldado que estava de guarda nada sabia. Desistimos e decidimos
voltar no dia seguinte.