sábado, 26 de abril de 2025

Viagem aos antípodas - dia 17 - de Dunedin a Christchurch

 

Pedregulhos de Moeraki

Dia de grande emoção, pois finalmente conseguimos vislumbrar um pinguim azul e ver focas sem sem debaixo de um temporal. Mas já lá chegaremos. 

Cenotáfio de Dunedin no Jardim  da Rainha
@Isabel Figueira

Catedral anglicana de São Paulo 
@Isabel Figueira




Catedral católica de São José 
@Isabel Figueira

Começámos o dia com visita a cidade de Dunedin, uma das cidades vitorianas e eduardianas mais bem preservadas do Hemisfério Sul. 

Pedregulhos de Moeraki

Pedregulhos de Moeraki

A alguns quilómetros da cidade, parámos para observar um fenómeno natural muito interessante: os "pedregulhos Moeraki", concreções septarianas, massas rochosas que resultam da sedimentação e cristalização de minerais dissolvidos na água. Começaram a formar-se há cerca de 65 milhões de anos, durante o Paleoceno. A sua formação ocorreu em antigas lamaças marinhas da Formação Moeraki, num ambiente de plataforma externa. Um núcleo (como um fragmento de concha, planta ou osso) atuou como um centro em torno do qual a calcite precipitou e cimentou a lama, o silte e a argila circundantes.

Estima-se que os pedregulhos maiores, alguns com até 2 metros de diâmetro e pesando várias toneladas, levaram 4 a 5,5 milhões de anos para crescer. Após a formação, grandes fissuras chamadas septaria formaram-se dentro dos pedregulhos. Estas fissuras foram progressivamente preenchidas com calcite castanha e amarela, e quantidades menores de dolomite e quartzo, à medida que a água subterrânea fluía através da lamaça devido às descidas do nível do mar.

A erosão costeira das falésias de lamaça mais macia ao longo do tempo expôs estas concreções esféricas mais duras e resistentes na praia.

Há também a explicação deste fenómeno através duma lenda māori. Estes pedregulhos são as cabacinhas e os cestos de batata-doce que deram à costa após o naufrágio de uma grande canoa de viagem chamada Ārai-te-uru quando viajava de Hawaiki em busca de nefrite preciosa.

O recife que se estende para o mar diz-se ser o casco petrificado da Ārai-te-uru e uma rocha proeminente nas proximidades é o comandante da canoa.

Quinta de Totara

Quinta de Totara

Depois de uma pequena paragem na quinta histórica de Totara, a primeira quinta neozelandesa a exportar carne no século XIX, chegámos ao momento mais excitante do dia: os pinguins azuis e as focas de Oamuru. 

Focas em Oamuru

Focas em Oamuru

Os Eudyptula minor, o nome científico dos pinguins azuis E que em tradução literal significa o “pequeno grande mergulhador”, são os pinguins mais pequenos do mundo. Têm uma altura média de 30 cm e um peso de 1,1 a 1,2 kg. Apesar de os pinguins saírem normalmente antes do nascer do sol para o mar para buscarem houve um que ficou em terra e assim podemos ver um exemplar dos pinguins azuis.

Nas rochas estavam a preguiçar languidamente uma série de focas ao sol.

Corvos marinhos de Otago

A 100 m das focas, num pontão, dezenas de corvos marinhos de Otago estavam afanosamente a preparar os ninhos. É a maior colónia desta espécie de corvos marinhos, que está em perigo de extinção. Em todo o mundo existem somente 2500 corvos-marinho de Otago - 40% vivem aqui.