Perto da cidade de Taupo, as quedas de água e rápidos de Huka, no rio Waikato, o rio mais longo da Nova Zelândia, deixaram nos impressionadas pela força das suas águas.
O nome "Huka" significa "espuma" em Māori, uma descrição perfeita da aparência turbulenta da água enquanto ela cai com força implacável.
Formadas onde o poderoso rio Waikato, é forçado a correr através de uma garganta estreita de rocha vulcânica, as Cataratas de Huka não são as mais altas, com uma queda de cerca de 11 metros. No entanto, o que lhes falta em altura, compensam em volume e poder. A cada segundo, um volume surpreendente de aproximadamente 220 mil litros de água azul cristalina precipita-se sobre a borda, criando um espetáculo de força bruta.
A cor azul vibrante da água é um resultado da pureza do Lago Taupo, de onde o rio Waikato flui, combinada com a grande quantidade de ar aprisionado na água em movimento rápido, que reflete a luz de forma única. A visão da água azul intensa contrastando com a espuma branca e a vegetação verde exuberante ao redor é simplesmente fantástica.
A ponte de observação principal, situada logo acima das quedas, oferece uma perspectiva emocionante, permitindo sentir as águas e ouvir o seu rugido ensurdecedor.
As Cataratas de Huka também possuem significado cultural para o povo Māori local. O rio Waikato é considerado uma taonga (tesouro) e tem uma longa história e ligação com as tribos da região. As histórias e lendas locais muitas vezes mencionam as cataratas, destacando a sua importância dentro da paisagem cultural.
O nosso destino seguinte era o cabo dos Raptores (Kidnappers’ Cape) para ver as grandes colónias de gansos- marinhos. Mas infelizmente quando lá chegamos tivemos uma grande desilusão: os gases marinhos já tinha migrado para Austrália de onde só regressam do Início da primavera.
Vinhas de Clearview
Para compensar a nossa desilusão resolvemos almoçar. Estávamos numa zona de vinhos escolhemos as vinhas de
Clearview, uma jóia da Baia de de Hawke.
Fundada em 1987 por Tim Turvey e Helma van den Berg, a Clearview Estate cresceu de um vinhedo negligenciado para uma propriedade, conhecida pelos seus vinhos e pelo seu restaurante.
A história da Clearview Estate é uma prova da visão e do trabalho árduo de seus fundadores. Em 1986, Tim e Helma adquiriram a antiga propriedade de Vidal nº 2, um vinhedo histórico, mas negligenciado. Apesar de lhes terem dito que o local era "demasiado frio para cultivar uvas viníferas", eles persistiram, enxertando e plantando as primeiras videiras no inverno de 1988. No ano seguinte, nasceu a Clearview Estate Winery Ltd, com o lançamento de sua primeira colheita de vinho tinto.
Ao longo dos anos, Tim e Helma expandiram gradualmente o vinhedo, plantando novas variedades e aperfeiçoando suas técnicas de vinificação. A dedicação à qualidade e a uma abordagem prática em todas as etapas do processo rapidamente renderam frutos, com os vinhos da Clearview Estate a ganharem reconhecimento e aclamação.
A localização costeira da Clearview Estate desempenha um papel crucial no caráter distinto de seus vinhos. As refrescantes brisas marítimas e a longa estação de crescimento contribuem para um microclima único, resultando em uvas com acidez vibrante e sabores concentrados. Os solos, compostos por seixos de rio sobrepostos a argila, oferecem excelente drenagem e influenciam ainda mais os perfis de sabor complexos dos vinhos.
A Clearview Estate cultiva uma variedade de uvas brancas e tintas, mas é particularmente conhecida pelos seus Chardonnays e pelos seus vinhos tintos encorpados, Merlot ou Shyraz.
Um dos destaques da Clearview Estate é o seu restaurante "Red Shed". Pioneiro da gastronomia em vinhedos na Baia de Hawke, o restaurante oferece um ambiente acolhedor, onde os pratos preparados com produtos sazonais da região.
Napier, a capital da arte nova da Nova Zelândia
Já reconfortadas seguimos para Napier, uma simpática cidade costeira com uma grande quantidade de edifícios em arte nova.
Aninhada na deslumbrante costa da Baía de Hawke, a cidade de Napier é uma cápsula do tempo arquitectónica, mundialmente famosa por sua concentração impressionante de edifícios em estilo Art Déco (Arte Nova).
Uma visita a Napier é como regressar à década de 1930, onde linhas elegantes, formas geométricas e cores fortes adornam cada esquina.
No entanto, a dentidade única de Napier nasceu de uma tragédia. A 3 de fevereiro de 1931, um poderoso terremoto de magnitude 7,8 atingiu a região, seguido por incêndios generalizados. A cidade de Napier ficou quase completamente destruída.
No entanto, da destruição surgiu uma oportunidade única. A reconstrução de Napier ocorreu rapidamente e a estética Art Déco, que estava no auge da sua popularidade na época, foi a escolha predominante para os novos edifícios. Num período relativamente curto, a cidade renasceu com um visual coeso e elegante, que permanece notavelmente preservado até hoje.
Caminhar pelas ruas de Napier é uma experiência visualmente deslumbrante. Prédios com fachadas ornamentadas, padrões geométricos marcantes, motivos inspirados na natureza e no mundo moderno da época, como aviões e carros, cativam o olhar. Cores pastel suaves e tons terrosos complementam a elegância das linhas arquitetónicas.
Alguns dos edifícios Art Déco mais notáveis de Napier incluem o Teatro Municipal, um exemplo magnífico do estilo com seus frisos elaborados e marquise elegante; o antigo edifício da National Tobacco Company, com suas linhas aerodinâmicas e detalhes industriais; e o Daily Telegraph Building, com sua torre imponente e ornamentação sofisticada.
A praia, de pedra preta , é por vezes batida por Ventos muito fortes que fazem aumentar a ondulação. No entanto mesmo em dias pouco convidativos para a praia é sempre possível fazer um passeio à beira-mar.
Nós aproveitamos para ir visitar o museu da cidade, com uma fantástica exposição sobre mulheres pioneiras neozelandeses e uma boa explicação sobre a arte nova. Infelizmente não pudemos ver o centro de arte nova, pois no inverno fecha muito cedo, às 14h30.
Depois demos um passeio na marginal onde nós deparámos com uma estátua de bronze de uma mulher.
Embora não ostente um nome grandioso ou uma história épica amplamente divulgada, a estátua possui uma presença poderosa e enigmática: uma silhueta feminina voltada para o mar.
A estátua retrata uma mulher em tamanho natural, com uma postura calma e digna. Os seus traços faciais são suaves e indefinidos. Os seus braços transmitem uma sensação de serenidade e talvez até uma pitada de melancolia.
A sua beleza reside em sua simplicidade.