A Ilha Norte da Nova Zelândia oferece uma tapeçaria de paisagens deslumbrantes e cidades com personalidades distintas. Uma viagem entre Napier, a capital mundial da Art Deco, e Wellington, a capital do país, é uma jornada que encapsula essa diversidade. Percorrendo cerca de 320 quilómetros, esta rota oferece não apenas uma ligação física, mas também uma transição fascinante entre a elegância arquitetónica do passado e a energia cosmopolita do presente, tudo emoldurado por maravilhosos cenários naturais.
Grande parte da viagem foi feita debaixo de uma grande chuvada, o que não tirou nada à beleza do trajeto antes pelo contrário: aumentou- lhe a sua magia e mistério.
Ao deixar Napier, a paisagem começa a mudar gradualmente. As vinhas verdejantes da região da Baía de Hawke e lindos pomares estendem-se por colinas suaves., campos salpica dos por grandes manadas de vacas e grandes rebanhos de ovelhas.
À medida que se avança para sul, as extensas planícies agrícolas dão lugar a um terreno mais ondulado e, eventualmente, às imponentes cadeias montanhosas da Cordilheira de Ruahine.
A viagem pela Estrada Nacional 2 serpenteia através de desfiladeiros e oferece vistas panorâmicas espetaculares. As montanhas, cobertas por uma névoa misteriosa, criam um cenário majestoso e lembram a força da natureza.
De repente vimos um sinal: desfiladeiro. Vamos? Unanimemente e sem uma informação prévia, decidimos guinar à direita. Passado um quilómetro, as estradas deixou de ser alcatroada e estreitou. Chegámos a uma zona mais alargada. Parámos o carro e seguimos uma seta que dizia: Ponte.
Aninhado no coração do Parque Florestal de Tararua, o Desfiladeiro de Waiohine é um testemunho da força implacável e da beleza escultural da natureza. Cavado ao longo de milénios pelo rio de mesmo nome, o desfiladeiro revela paredes rochosas íngremes, floresta nativa exuberante e o som constante da água a precipitar-se nas profundezas. No meio desta grandiosidade selvagem, a ponte suspensa de Waiohine oferece não só uma travessia prática, mas também uma experiência emocionante e vistas panorâmicas de cortar a respiração.
Um trilho bem conservado entra pela mata nativa, onde imponentes fetos arbóreos estendem as suas frondes e o canto melodioso dos pássaros nativos ecoa entre as árvores. O ar fresco e o aroma da terra húmida acompanham-nos enquanto nos aproximamos da borda do desfiladeiro.
É neste cenário que se ergue a ponte suspensa de Waiohine, um feito impressionante de engenharia que desafia as alturas e oferece uma perspetiva única do desfiladeiro. Balançando graciosamente sobre o vão profundo, a ponte é acessível através de degraus que descem até à sua entrada. A sensação de sentir a estrutura a mover-se ligeiramente com o vento e com o peso dos passos é, por si só, uma experiência emocionante.
A travessia da ponte suspensa é uma aventura. Abaixo, o rio Waiohine ruge, lembrando a força que moldou esta paisagem. Ao redor, as vistas panorâmicas são espetaculares. O olhar percorre o desfiladeiro a montante, acompanhando o curso sinuoso do rio e a densidade da floresta.
A meio da ponte, uma pausa permite absorver verdadeiramente a beleza do local. O vento fresco no rosto, o som constante da água e a sensação de estar suspenso entre o céu e a terra criam um momento de profunda ligação com a natureza. É um lugar onde a escala da paisagem nos lembra a nossa pequenez e a grandiosidade do mundo natural.
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Greytown |
Estas casas, muitas datando do século XIX, refletem a prosperidade inicial da região, impulsionada pela indústria madeireira e pela agricultura. Construídas com a abundante madeira nativa, exibem uma variedade de estilos arquitetónicos da época, desde o cottage pitoresco até as vilas mais imponentes. A atenção aos detalhes, a qualidade da construção e a preservação ao longo dos anos conferem a Greytown uma atmosfera única e acolhedora.
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Mais do que meras estruturas, estas casas de madeira são testemunhas silenciosas da história da comunidade, abrigando gerações e mantendo viva a herança de Greytown. Hoje, muitas foram restauradas com carinho e transformadas em m lojas, cafés e residências particulares, mantendo a beleza e o caráter original da vila.
À medida que nos aproximamos da ponta sul da Ilha Norte, a paisagem torna-se mais acidentada
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Wellington |
A chegada a Wellington marca uma mudança de ritmo. A atmosfera tranquila e histórica de Napier dá lugar à energia de uma capital cosmopolita.
Depois de deixarmos as malas nos hotéis, fomos caminhando pelo porto - e fomo-nos cruzando com muitos jovens vestidos com falas divertidos mm, vindos duma convenção manga.
O nosso objetivo era o Museu Te Papa Tongarewa, com a sua exploração da cultura e história da Nova Zelândia e uma impressionante exposição sobre a participação da Nova Zelândia na 1ª Grande Guerra - no final da exposição há uma taça com água para os visitantes lavarem as mãos e assim se libertarem das experiências negativas, uma tradição maori. A água é um elemento sagrado com fortes conotações de pureza e limpeza. Rituais que visam a libertação de energias negativas podem envolver a utilização da água de diversas formas, frequentemente acompanhada de karakia, para restaurar o equilíbrio e o bem-estar espiritual.
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Wellington |
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Barco no porto de Wellington |
As ruas íngremes e sinuosas da cidade, a arquitetura eclética e a forte presença das artes e da cultura conferem a Wellington um charme único e dinâmico.