segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Viagem à Sicília -Dia 2: Palermo: nercados e história





 Começámos o dia pelo Palácio dos Normandos que fica também perto do nosso apartamento. No caminho, parámos numa padaria/ pastelaria/biscoitaria artesanal que tinha na montra uma panóplia de biscoitos feitos numa sala ao lado. O belo aroma de pão fresco encheu- nos a alma, juntamente com o delicioso expresso 


Seguimos então para o Palazzo dei Normanni (Palácio Real), um grande palácio do século IX com fachada neoclássica, uma capela histórica e apartamentos da realeza decorados. É uma das joias arquitetónicas mais importantes de Palermo e de toda a Sicília. 

É um dos edifícios mais importantes e historicamente significativos da cidade e da Europa, sendo considerada uma das residências reais mais antigas da Europa. Atualmente, é a sede da Assembleia Regional Siciliana, cujas reuniões se fazem na Sala de Hércules (Sala d'Ercole),  decorada com afrescos de Giuseppe Velasco.

As origens do palácio remontam ao século IX, quando o Emir de Palermo estabeleceu uma fortaleza no local. Contudo , o período maior esplendor  começou em 1072 com a conquista normanda, liderada por Rogério I. 

Sob Rogério II, o primeiro rei da Sicília, o palácio foi transformado numa sumptuosa residência real, tendo servido, ao longo dos séculos, como sede de poder para governantes bizantinos, árabes, normandos e, posteriormente, para a dinastia Hohenstaufen e os Vice-reis espanhóis. Foi modificado e restaurado várias vezes, incluindo adições durante o domínio espanhol no século XVI.

 Arquitetonicamente, apresenta uma notável e harmoniosa mistura de estilos: árabe, normando e bizantino, refletindo a multiculturalidade da Sicília na época.






A joia do palácio é a Capela Palatina (Cappella Palatina). Construída por Rogério II em 1132 e consagrada em 1140, O seu interior é quase totalmente revestido por mosaicos bizantinos de fundo dourado, que narram cenas do Antigo e do Novo Testamento, destacando-se o imponente Cristo Pantocrator na cúpula. Estas obras, executadas por mestres bizantinos, são consideradas algumas das melhores do seu género no mundo.

Em contraste com a arte bizantina, o teto da nave é uma obra-prima da arte islâmica. É construído em madeira, com intrincados muqarnas (decoração em forma de favo ou estalactite), uma técnica de escultura em madeira de origem norte-africana. Nestes painéis, podemos vislumbrar cenas seculares e figuras humanas, algo raro na arte islâmica da época. Esta combinação única de estilos (basílica ocidental, cúpula bizantina e teto islâmico) simboliza a visão de Rogério II de um reino onde diferentes culturas podiam coexistir e prosperar.

   * Sala de Rogério (Sala di Ruggero): Adornada com mosaicos bizantinos que retratam animais e cenas de caça.

   * Pátio Maqueda (Cortile Maqueda): Um elegante pátio renascentista construído no século XVII.

  

No século XVIII, o palácio tornou-se a sede de um dos primeiros observatórios astronómicos da Europa.

Daqui seguimos para o Mercado del Capo (Mercado do Capo), um dos mercados históricos de rua mais famosos e vivos de Palermo, oferecendo uma experiência sensorial e cultural intensa, com uma atmosfera de bazar oriental: É um mercado de alimentação essencialmente, um ótimo local 



Arancini

 para provar a famosa “comida de rua” de Palermo, como as panelle (bolinhos de grão-de-bico fritos), arancini (bolinhos de arroz recheados e fritos) e sfincione (uma espécie de pizza siciliana).

O bairro foi historicamente povoado pelos Agostinianos, que tinham a sua sede no convento adjacente à Igreja de Santo Agostinho (Chiesa di Sant'Agostino).


Em contraste com a agitação dos mercados, o Teatro Massimo, o maior teatro de ópera da Itália, impõe a sua arquitetura neoclássica no coração da cidade moderna, ligando o passado nobre ao presente. 

 Continuámos o passeio, visitando diversos oratórios e igrejas, terminando na Piazza Pretoria, famosa pela imponente Fontana Pretoria (também apelidada de Fonte da Vergonha, devido à nudez das suas estátuas que fez com que as freiras do convento fronteiriço se revoltassem e partissem os narizes às estátuas). A rodear esta praça estão duas joias arquitetónicas: a Igreja de San Cataldo e a Igreja da Martorana, ambas exibindo cúpulas e mosaicos bizantinos que atestam a opulência da era normanda.





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