terça-feira, 13 de maio de 2014

Cabeço de Vide

A somente 30 minutos de Alter do Chão, temos a vila de Cabeço de Vide. Sobre a sua fundação há poucos registos. Segundo histórias orais contadas à lareira, o nome nasceu da acidentada vida dos seus habitantes. O primeiro povoamento foi feito junto do ribeiro; porém, por razões nunca totalmente apuradas, as pessoas adoeciam muito e morriam. Decidiu-se então a mudança para o cimo do monte que se elevava mesmo ali. As doenças acabaram e os habitantes deram à vila o nome de Cabeço da Vida, que com o correr dos tempos, passou a Cabeço-de-Vide. No entanto, o brasão da vila contém uma vide e há que fale duma grande vide que se encontrava nos terrenos da vila aquando da sua fundação.
A vida na vila concentra-se no Rossio, uma ampla avenida, oficialmente denominada Avenida da Libertação desde 1932 quando a vila deixou de pertencer ao concelho de Alter do Chão e passou a integrar o concelho de Fronteira. Num dos topos do Rossio encontra-se a escola primária e no outro uma casa senhorial do século XIX. No meio, um largo passeio com pequenos lagos com peixes, cascatas, repuxos para tirar a sede a quem por lá se passeia, ladeado por laranjeiras a todo o comprimento, convida a amenas e longas cavaqueiras, especialmente ao fim do dia quando o calor deixa de apertar.
Há dois locais famosos na vila. Um é a estação dos caminhos de ferro, hoje desactivada e transformada em hotel e restaurante, e as termas da Sulfúrea.  O edifício da estação está decorado com azulejos que mostram cenas da vida alentejana, desde a ceifa ao mungimento das vacas, passando pelo lançamento das sementes, pela apanha da azeitona e pelo lavrar das terras.
Não longe da estação encontram-se as termas. Os jardins à volta do estabelecimento termal, com as suas grandes e velhas árvores, fazem da sulfúrea um oásis no Verão. A Junta de Freguesia mandou construir uma piscina natural no ribeiro que corta os jardins, retendo as águas por meio de comportas. As águas medicinais vêm de quatro nascentes e contêm ácido sulfúrico e daí o nome de Sulfúrea e são aconselhadas a diversas doenças.
Como a maioria das aldeias e vilas alentejanas, também Cabeço de Vide tem as suas casas caiadas de branco, com as janelas e portas pintadas a azul (para afastar os maus espíritos) ou outra cor forte.
Com o cair da noite, escolhamos um local para pernoitar. Qualquer que seja a casa que se escolha, terá de certeza uma belíssima lareira, grande, onde no Inverno se passam longos serões a conversar, a ler ou a jogar… ou somente a olhar o lume.

As lareiras alentejanas são para mim um espelho da grandeza das suas terras. No Alentejo há espaço, nada é acanhado. Pode respirar-se à vontade. Como diz Miguel Torga: “Encho os olhos de terra. / No Alentejo, há muita e é de graça. [...] / O Alentejo é o fôlego, a extensão do alento” (in “Alentejo”, 1988). 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

As cowgirls também têm lugar de destaque - o Museu Nacional das Vaqueiras em Fort Worth

Texas. Um dos estados americanos cuja imagem é dominada pela figura do cowboy, o vaqueiro. E no entanto, neste ambiente extremamente machista as mulheres também têm vindo a conquistar, a pulso, o seu lugar. Que é mostrado no Museu Nacional das Vaqueiras, o National Cowgirl Museum.
O museu foi criado para celebrar as mulheres, do presente e do passado, cujas vidas são um exemplo de coragem, resiliência e independência. Mulheres que ajudaram a dar forma ao far west americano e que lutaram pelos seus ideais e pelo espírito de autossuficiência que inspiram.
A coleção principal alberga mais de 6 000 imagens de cowgirls de caráter tão diferente como Tillie Baldwin, Mamie Hafley e Vera McGinnis, entre muitíssimas outras: as mulheres do far west! Mulheres que tomaram e tomam conta de grandes manadas de vacas, que administram ranchos e que se divertem em rodeos.


Ao visitar o museu ficamos a conhecer as vidas destas mulheres que vingaram num ambiente dominado por homens e que conquistaram o seu apreço.
Exterior do museu é também digno de ser visto. Desenhado por David M. Schwarz, o estilo é cowgirl puro! Usando a técnica de trompe l’oeil, Richard Haas transformou os exteriores do edifício em fachadas que deixam os visitantes de boca aberta, pois conseguiu dar vida ao seu mural, no qual cinco vaqueiras a galope parecem estar a galopar em direção às pessoas que estão a ver o mural.

A estátua da cowgirl à entrada é de Mehl Lawson que com a sua “Princesa do deserto” - uma vaqueira no seu cavalo — dá as boas vindas aos visitantes. Mehl Lawson é membro da Associação dos Cowboy Artists of America , tendo já ganho numerosas medalhas de ouro em diversas exposições internacionais.





Houston, um dos centros espaciais dos EUA

Foi fundada em 30 de agosto de 1836 pelos irmãos Augustus Chapman Allen e John Kirby Allen junto à baía de Búfalo. Foi incorporada em 5 de junho de 1837, tendo recebido o nome do então presidente da República do Texas, o famoso General Sam Houston, que comandou a Batalha de San Jacinto que ocorreu a 40 quilómetros a leste de onde a cidade foi estabelecida.
O objetivo desta nossa visita a Houston era o Centro Espacial Johnson e a NASA, o único lugar na terra onde os visitantes podem "fazer uma viagem para fora deste mundo" através da história da exploração do espaço.
Desde 1992, o complexo educativo e de entretenimento de 17 mil metros quadrados, com um custo de construção de 75 milhões de dólares, serve milhões de visitantes de todos os cantos do mundo com diversas exposições permanentes.
Para ver todo o complexo há que fazer três tours, sendo o principal o que leva os visitantes até ao Centro de Controlo das primeiras missões espaciais — é fantástico sentarmos-nos nas cadeiras então reservadas aos chefes de estado para seguir o lançamento dos foguetões. Sentimos-nos parte da História ao estar ali no local onde se ouviu o astronauta Neil Amstrong da Apolo 11 a dizer “Houston, Tranquility Base here. The eagle has landed. We came in peace for all mankind”. Ou James Lovell, Jr. da Apolo 13 a comunicar o seu problema: “Hey, Houston, we have a problem here”! 
Nesta visita guiada feita num comboiozinho os visitantes têm igualmente a oportunidade de estar num hangar onde se guarda uma réplica do transportador espacial dos astronautas e no Rocket Park, onde se pode ver a gigantesca nave espacial dos inícios do programa espacial, a Saturn V.
Neste Centro Espacial, inúmeras outras exposições, quase todas interativas.
A Galeria dos Astronautas
A Galeria dos Astronautas é uma exposição única, sem paralelo, que apresenta uma interessante coleção de fatos dos astronautas. As paredes da galeria também contêm fotos de cada tripulação americana que foi para o espaço.

A Estação Espacial Internacional
Viajando a mais de 28 mil quilómetros por hora, a Estação Espacial (ISS—International Space Station), tem 79 m de largura, ou seja, dois campos de futebol juntos. Dezasseis países cooperaram para tornar a ISS uma realidade. Foram necessários 43 voos para levar para lá todas as partes.
Como o centro de visitantes oficial de NASA, o Space Center Houston mostra a história do programa espacial dos Estados Unidos onde podemos ver uma réplica de 9 metros da ISS que flutua sobre o simulador SGI. Os visitantes têm a oportunidade de examinar a estação num ambiente muito idêntico ao que os astronautas experimentam na ISS.



Teatro Northrop Grumman 
O objetivo do presidente John F. Kennedy de levar o homem à Lua antes do final da década de 60 do século XX foi iniciado algumas décadas antes. Aqui os visitantes podem ver num ecrã gigante como tudo começou, a evolução dos equipamentos e o treino por que passam todos os que querem ser astronautas. Já foram para o espaço mais de 300 pessoas desde a primeira nave espacial, a Mercury, em maio de 1961, que levava a bordo o astronauta Alan Shepard, Jr.  O filme mostra a vida dum astronauta desde que é notificado da sua primeira missão.

Sensação do espaço
O módulo "vivendo no espaço" simula o que a vida poderia ser para os astronautas a bordo da estação espacial— com humor ficamos a saber como se levam a cabo tarefas tão rotineiras em terra e complicadas no espaço como tomar banho ou comer.

Galeria STARSHIP 
Nesta exposição podemos seguir o progresso dos programas de voos espaciais americanos. Esta incrível coleção inclui um modelo do original Mercury Atlas 9 "Faith 7", o "Gemini V" pilotado por Pete Conrad e Gordon Cooper, um veículo lunar, o módulo de comando do Apolo 17, uma réplica do Skylab Trainer e do Apollo-Soyuz Trainer.
O Skylab foi a primeira estação espacial usada também como laboratório e centro de investigação. Depois dos programas de Mercury, Gemini e Apollo, o Skylab foi desenhado para desenvolver métodos de como viver no espaço durante largos períodos de tempo.
Enfim, a visitar leva-nos ao imaginário do que são os programas espaciais — aqueles que levaram o ser humano á lua, àquele que foi “a small step for a man but a giant leap for the mankind” como disse Neil Armstrong ao pisar a lua em 1969.