sábado, 7 de novembro de 2020

Quem espera ... desespera



Diz o povo que “quem espera, desespera”. É o que necessita a acontecer a mim e a milhões de americanos. A noite de 3 de novembro, o dia das eleições, foi calma. Sabíamos que os resultados desta eleição histórica não iriam ser revelados durante a noite. Atualmente, nas eleições portuguesas e europeias em geral, temos os resultados a meio/ ao final da noite. Sabemos quem vence as eleições antes de irmos para a cama.
Os votos das eleições americanas não podem ser contados todos numa noite. Também sabíamos que este ano a contagem iria prolongar-se pois , por causa da COVID, muito gente optou pelo voto por correspondência. Mas o que não esperávamos é que demorasse tanto!
Há três dias que os números do Colégio Eleitoral se mantém 253 membros democratas - 213 republicanos. Há três dias que estes números não são alterados.
Os estados que ainda estão a contar os boletins de voto que chegaram pelo correio (e que ainda estão a chegar) vão atualizando os números mas ainda não deram o resultado final. Tudo indica que Joe Biden vai ganhar. Mas até ao anúncio oficial é uma espera desesperante.
Contudo pior que a espera é constatarmos que 70 milhões de americanos (setenta!!!!!) votaram em Donald Trump. Como é possível que ainda haja tanta gente que vote num homem que nos últimos quatro anos desonrou a função de Presidente ?! Um homem que despreza toda a gente, que é um fascista, um mentiroso compulsivo, um narcisista, um apoiante dos supremacistas brancos, um racista, um xenófobo, um misógino, um negacionista da ciência. Um presidente que, em vez de unir os Americanos, promoveu a desunião e o ódio.
Os EUA precisam de um presidente honesto que una o país.

domingo, 1 de novembro de 2020

O voto negro

 

Não entendo como em pleno século XXI ainda continuamos a lutar – em Portugal, nos EUA e no resto do mundo - pelas mesmas causas de meados do século passado, sejam elas os direitos das mulheres, os direitos civis, ou o voto negro nos EUA, entre muitas outras. Parece-me que não evoluímos. Ou melhor, evoluímos mas estamos atualmente a andar em sentido contrário, voltando ao passado. Será que ninguém aprende com a História?

A cinco dias das eleições nos EUA discute-se… o voto negro. Como é possível este tema ainda estar sobre a mesa? Mas é uma realidade que a lei, ou melhor, as diversas leis americanas tudo fazem para impedir que muita gente vote. O acesso ao voto, que para nós é universal e sem espaço para discussão, é muito restrito. Teoricamente aqui nos EUA também, mas na prática tal não acontece. Em 1965 foi promulgada a Lei do Direito ao Voto (Voting Rights Act) que dava acesso ao voto aos negros. Infelizmente, em 2013, o Supremo Tribunal de Justiça americano, dominado pela direita conservadora (agora ainda mais) invalidou com 5 contra 4 votos partes muito importantes desta lei, autorizando nove estados, essencialmente no sul, a alterar as leis eleitorais sem autorização federal prévia e impondo restrições aos eleitores e ao direito ao voto. Discriminação racial. Um passo atrás na igualdade.

Este ano, tudo parece estar fora de controlo neste campo (e, infelizmente, também noutros). Grupos da extrema-direita estão a ameaçar a usar todos os meios legais ao seu dispor para limpar os cadernos eleitorais. Na Flórida, por exemplo, com um governo republicano, promulgou um aditamento à lei eleitoral estadual na qual ex-prisioneiros que já cumpriram as suas penas só poderão votar se tiverem pagas todas as multas e taxas ainda em aberto. Este aditamento põe em causa do voto de milhões de eleitores de minorias. Há quem diga que este aditamento é anticonstitucional, mas com juízes da direita, nomeados pelo Presidente Trump, tudo é possível.

Para permitir que essas pessoas possam votar, Mike Bloomberg, antigo presidente da Câmara de Nova Iorque, angariou 16 milhões de dólares para ajudar ex-reclusos da Florida – de facto, 32 mil eleitores negros e latinos - a pagar as multas e assim poderem votar na próxima 3ª feira.

Ataques ao voto negro não são uma novidade este ano. No s anos 80 do século XX, o Partido Republicano foi levado a tribunal por intimidar eleitores de minorias étnicas, tendo-se comprometido a não se envolver em “segurança” dos locais de voto. Este compromisso era válido até 2018. Desde então, o Partido Republicano tem vindo a investir milhões de dólares para bloquear os esforços de quem quer que as eleições corram de modo ordeiro, seguro e acessível.

As campanhas de desinformação têm sido muitas. Recentemente, alguns ativistas da extrema-direita foram condenados num tribunal de Michigan por estarem a fazer telefonemas a eleitores de Detroit, informando que através dos votos a policia iria apanhar quem tivesse dívidas e iria enviá-las para o tribunal.

No estado de Geórgia, a associação Black Lives Matter alugou um autocarro para levar 40 idosos negros ao local de voto. Quando lá chegaram, foram proibidos de votar porque esta ação foi considerada “propaganda eleitoral”.

Ações de intimidação ao voto têm sido denunciadas ao longo de todo o processo eleitoral, que começou já há algumas semanas, e têm ocorrido essencialmente em comunidades predominantemente negras ou de ouras minorias étnicas.

Quando pensamos nos EUA pensamos em eleições livres em verdadeira democracia, mas a realidade é infelizmente outra, levando-nos por vezes a pensar que estamos nalgum país corrupto do chamado Terceiro Mundo, e não no autoconsiderado Primeiro Mundo.

 

 

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A polarização da sociedade americana

A polarização da sociedade americana é uma realidade bem visível. Chegámos a Chesterfield há três semanas. Chesterfield é uma pequena cidade (bem, pequena para os EUA) de 47 000 almas, que pertence ao condado de Saint Louis no estado de Missouri. 92% dos habitantes são brancos, 5,56% asiáticos, 1,55% hispânicos, 0.86% negros e 0.12% índios. Perante esta distribuição , talvez se entenda o ambiente da cidade. Famílias da classe média a viver em moradias com jardins bem tratados - aliás, se a relva dos jardins tiver mais de 38 cm, o município manda os jardineiros municipais cortar a relva, enviando depois a conta aos proprietários. De manhã inúmeras empresas de jardinagem chegam ao bairro para cortar a relva, varrer as folhas que caem das árvores, cortar os ramos das árvores.

Política e religião são temas importantes - também aqui. Enquanto na Europa as pessoas não mostram abertamente as suas preferências políticas nem a que religião pertencem, aqui nos EUA é o contrário.
A nível de convicções religiosas as pessoas também mostram a sua fé. Grande parte da população é judia, talvez devido à proximidade da Congregação Tpheris Israel Chevra Kadisha, uma 
sinagoga ortodoxaQuando nos passeamos por aqui cruzamos com muitos judeus com a sua kipá na cabeça, os panos brancos aos ombros e mulheres de longas cabeleiras. Mas é interessante ver algumas casas perto da sinagoga com uma imagem de Nossa Senhora de Fátima no jardim, parecendo querer dizer a quem passa “Nós moramos ao pé da sinagoga mas somos católicos“. Sinto aqui uma grande necessidade de afirmação de identidade, seja política, religiosa, sexual.
Quando de manhã passeamos o cão, vemos pequenos cartazes ou para Trump ou para Biden - neste bairro há muitíssimos mais cartazes para a dupla Biden-Harris ou para Nicole Galloway, a candidata democrata a governadora, ou cartazes apelando à tolerância.
Porém, no sábado passado demos um passeio até Hermann, uma pequena vila fundada por alemães no século XIX . Para lá chegarmos atravessámos largas zonas rurais com inúmeros e enormes cartazes mostrando o apoio à dupla Trump-Pence. Nem um único cartaz para Biden!
Aproveitando o fim de semana centenas de apoiantes de Trump passearam-se na autoestrada nos seus pick-ups cheios de bandeiras.
Um retrato fiel da sociedade americana atual. Classe média urbana infirmada apoia os democratas, classe baixa rural acredita nas palavras do presidente.
O que vai acontecer a 3 de novembro? A incógnita mantém-se.






quinta-feira, 30 de julho de 2020

Da Senhora da Rocha a Armação de Pêra pelo cimo da falésia

Quando ouvimos falar da Senhora da Rocha pensamos de imediato em praia e também em culto católico por causa da capelinha que se eleva numa das falésias. No entanto, a Senhora da Rocha já foi local de culto de visigodos e muçulmanos - o que não nos admira pois a beleza envolvente é tão grande que só nos resta rezar e louvar a Deus ou a outra entidade divina. 

Capela de Nossa Senhora da Rocha

 Em tempos foi aqui construída uma fortaleza ladeada de fosso e ponte levadiça, pois esta grande rocha, atualmente já erodida pelo vento e pelo mar, oferecia as melhores condições para defesa das populações. O terramoto de 1755 destruiu os muros da fortaleza mas deixou intacta a capela , construída no século XVI. A capela, com nártex aberto ao exterior por arcada tripla assente em colunas com capitéis visigóticos dos séculos II e IV. No interior existe uma escultura de madeira de Nossa Senhora com o Menino. 


A capela serviu-nos de ponto de partida para um passeio sempre no cume da falésia até ao hotel Vila Lara, um passeio fantástico com paisagens belíssimas, mas que necessita de muita atenção por causa dos buracos e dos precipícios - é claro que gostaríamos de irmos até algumas das praias sem acesso por terra, mas não chegarmos lá todos partidos!

Praia Nova

 

Estando virados para o mar, temos à nossa direita a Praia Nova e à esquerda a Praia da Rocha. Começamos o passeio indo para a esquerda, em direção ao hotel Pestana Viking donde vimos - e até podemos descer - para a Praia da Ponta da Adega Este.

Conchas presas na grade da janela da capela
 

Seguindo sempre pelo cimo da falésia chegamos à Praia da Cova Redonda, para onde desce um pequeno trilho que nos permite mergulhar nas suas belas águas e assim refrescar um pouco.


Uma das praias sem acesso por terra
 

Não somos porém os únicos seres a naquele caminho. As gaivotas usam a falésia para nidificar e ao longo do passeio vemos diversos ninhos de gaivotas com pássaros bebés e mães gaivotas muito preocupadas com estas visitas inesperadas.

 

Da Praia da Cova Redonda subimos para o empreendimento do Hotel Vila Lara. Daí seguimos até Armação de Pêra, passando por praias maravilhosas, algumas com acesso por terra, outras sem, mas todas elas com maravilhosas formações rochosas quer na água quer na areia.



Ao fundo já se vê Armação de Pêra


 


quarta-feira, 29 de julho de 2020

Howard's Folly, a 1ª adega urbana do Alentejo

Sonhos! Sonhos que se concretizam. Em conjunto. 
Esta poderia ser o resumo dos sonhos de Howard Bilton e David Baverstock e da criação da Howard's Folly. Mas neste projecto há muito mais que sonhos. Há vinho, arte e solidariedade.

Quem é Howard Bilton?
Howard Bilton, um advogado inglês, atualmente empresário e filantropo, nasceu a 3 de Agosto de 1962 perto de Hull no condado de Yorkshire, em Inglaterra. Após a escola primária ganhou uma bolsa de estudo para frequentar a Escola St Peter's em York, a escola mais antiga do Reino Unido, que foi fundada em 627. Howard Bilton seguiu para a Universidade de Keele onde se licenciou em Latim e Direito em 1984. No ano seguinte, foi admitido na Ordem dos Advogados de Inglaterra e País de Gales.
Após ter trabalhado durante dois anos como Consultor Jurídico da International Company Services Ltd (ICS) na Ilha de Man mudou-se para Gibraltar para abrir e gerir um novo escritório para o ICS. Abriu ainda mais dois escritórios para a ICS, um em Hong Kong em 1989 e outro em Portugal em 1990, ano em que foi nomeado Presidente do grupo de empresas ICS.
Em 1998, fundou em Hong Kong a The Sovereign Group, uma empresa especializada em serviços empresariais, fiduciários e de pensões, gerindo mais de 10 mil milhões de dólares. 
Com os conhecimentos práticos adquiridos ao longo duma vida, foi convidado para dar aulas na Texas A&M University School of Law em Fort Worth (EUA), e para escrever regularmente assuntos fiscais e jurídicos para jornais e revistas especializadas.
Arte contemporânea é uma das suas paixões, tendo fundado, em 2003, a Fundação Sovereign Art, que organiza anualmente  o Prémio Prémio Anual de Arte Asiática Soberana e financia programas de terapia artística para crianças carenciadas na Ásia.
A sua outra paixão são os vinhos e, felizmente, o Alentejo. Em 2002, juntou-se ao enólogo australiano David Baverstock e fundaram a empresa Howard's Folly Wines para criar vinhos portugueses que reflectissem o melhor que o país tem para oferecer.
Na HF, Howard Bilton junta as suas duas paixões: vinhos e arte. Os rótulos dos vinhos Howard's Folly mudam anulamente e apresentam obras de arte encomendadas a artistas líderes ou seleccionadas a partir das obras de arte submetidas ao Prémio Anual de Arte Asiática Soberana.



Quem é David Baverstock?

David Baverstock, um australiano nascido perto de Adelaide (Austrália) mas já português de coração (e de nacionalidade desde 2006) é uma das estrelas entre os enólogos que trabalham em Portugal, sendo responsável por uma pequena revolução da indústria vitivinícola portuguesa ao introduzir novas técnicas.
Após terminar o curso de Enologia na Roseworthy Agricultural College em 1978, viajou para a Europa para as vindimas na Alemanha e França. Depois veio fazer férias em Portugal onde se apaixonou pelo país e pela sua futura mulher.
Voltou à Austrália onde trabalhou no Vale de Barossa como enólogo da empresa Saltram durante dois anos.  Em 1982, mudou-se para Portugal, tendo começado a trabalhar nas Caves Aliança. Seguiram-se as C Vinhas, Croft, Grupo Symington e finalmente o Esporão em 1992, no Alentejo. Paralemente tem sido enólogo consultor para novos projectos, como o da Quinta de La Rosa em 1990, o da Quinta do Crasto em 1994, o do Fojo em 1996, o da Adega de Cantor em 1998, o de Azamor em 2004 e agora o de Howard's Folly.
David Baverstock tem defendido as castas portuguesas como fator de diferenciação e, no seu trabalho, tenta maximizar o seu potencial. 
São muitos os prémios que já recebeu como o Troféu Vinho Tinto Português no International Wine Challenge 1999 e 2002. Foi eleito enólogo do ano pelas publicações Revista de Vinhos (1999) e Wine (2013 e 2015), assim como Winemaker of the year (Portugal) 1999, tendo sido o primeiro enólogo não português a receber tal distinção. Em 2015, recebeu o título de Comendador da Ordem do Mérito Empresarial pelo Presidente de Portugal. 

Os vinhos da Howard's Folly

Howard sonhava com vinhos próprios e David podia concretizar esse sonho. Os dois juntaram-se.

Compraram vinhas na Serra de São Mamede em Portalegre, uma zona fresca a 600 m de altitude com muitas vinhas antigas. E juntaram-se a um produtor local no Minho, em Melgaço e Monção, para fazerem vinho Alvarinho.

Durante alguns anos, alugaram espaços em diversas adegas até que em 2018 decidiram comprar a antiga estação militar de comboio de Estremoz. Investiram no restauro desse edifício histórico que transformaram num restaurante e numa adega – a 1ª adega urbana do Alentejo.


Estes vinhos de Howard e de David só podiam chamar-se… Sonhador. Por exemplo, o Sonhador 2011 Tinto é feito com 30% de Alicante Bouschet, 30% de Aragonez, 30% de Syrah e 10% de Touriga Nacional – e já ganhou diversos prémios.  O Sonhador 2012 Tinto é feito com 40% de Alicante Bouschet, 50% de Syrah e 10% de Touriga Nacional – e também já ganhou diversos prémios. O Sonhador Alvarinho 2013 e o Sonhador “Nem por Sombras” Alvarinho 2016 são monoteístas (100% Alvarinho). Mas também os mais novos, como o Sonhador Rosé, 65% Aragonês, 35% Castelão, e engarrafado em abril de 2020. Ou o Sonhador 2016 Tinto, engarrafado em agosto de 2017.





A Senhora da Penha em Portalegre

Ao aproximarmo-nos de Portalegre, a "cidade / Do Alto Alentejo, cercada / De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros", como a descreveu José Régio, vemos ao longe, num alto da serra de São Paulo, uma enorme cruz branca, que fica iluminada quando a noite cai. 
Uma serra indica-nos o caminho para a capela de Nossa Senhora da Penha, local de peregrinação e penitência para os crentes. Para lá chegar a pé, há que subir uma longa escadaria trabalhada em mármore policromo, íngreme, que segue pela colina.  Do adro da capela, localizada na serra em frente da cidade a 645 m de altitude, tem-se uma fantástica vista. Sentimo-nos num teatro. A cidade aparece-nos ali enquadrada num cenário fortemente barroco.


Há alguns séculos, um eremita refugiou-se no meio da serra. A população ficou tão impressionada com a sua fé que mandou construir um templo de pequenas dimensões, de linhas simples.

Em 1620, o então corregedor de Portalegre, João Zuzarte da Fonseca, mandou construir a atual ermida, com nave de planta rectangular, e capela-mor circular - um edifício exemplar da tipologia comum às igrejas barrocas de matriz popular. Na fachada, que termina em frontão triangular com coruchéus laterais, sobressaem quatro grossas pilastras salientes,  pintadas de azul vivo. Sobre o portal principal vê-se uma cruz. 


No interior, destaca-se, na capela-mor, o revestimento azulejar de tipo tapete policromo, bem como a pintura da cúpula representando a Coroação da Virgem com coros angélicos, possivelmente psteriores à construção, já do final século XVIII. 


Em 1675, a capela passou a ser da responsabilidade dos Frades Agostinhos Descalços.

Há uma lenda ligada à construção desta capela. Há muitos anos vivia numa pobre cabana uma velhinha que todos os dias subia a serra, devagarinho. Quando lá chegava sentava-se num pedra a rezar o terço e a admirar a beleza envolvente. Quando sol se punha, a velinha, descia à população e regressava à sua pobre cabana. Um dia, enquanto rezava, foi assaltada por uns meliantes. Um deles, levantou um machado para a matar. Quando a velhinha caiu morta, os meliantes queriam endireitar-se para seguir mas não conseguiram. Ficaram presos ao chão, curvados, como estátuas. Só a garganta não tinha ficado paralisada. Os homens gritavam, gritavam mas ninguém os acudia. Quem passava, pensava que estavam a brincar ou nalguma zaragata na qual não se queriam envolver. Só quando um homem voltou ali a passar dois dias depois e os viu na mesma posição, aproximou-me e tentou ajudá-los, sem nada conseguir. só quando viu o corpo da velhinha morta à machada é que se apercebeu o que se tinha passado. Correu à vila, chamou o oficial de justiça que rapidamente subiu à montanha, acompanhado por muitos populares. Assim que os meliantes confessaram o seu crime, os seus músculos ficaram soltos. O oficial de justiça levou-os para a prisão, sendo julgados e condenados por tão bárbaro crime. 

Da capela parte um caminho para o cimo da serra, num passeio muito aprazível mas algo custoso (é sempre a subir!) até à grande cruz de  8 metros que se ergue no cimo da serra. Daqui vemos km e km à nossa volta, uma maravilhosa paisagem de 360º que nos faz esquecer a dificuldade do trajeto. O regresso é fácil - para baixo todos os santos ajudam.