domingo, 10 de dezembro de 2017

Que conclusões tirei da Cimeira Global de Empreendedorismo?

Em primeiro lugar, que as pessoas empreendedoras são positivas, são enérgicas. Em Hiderabade sentia-se o mundo vibrar. 1500 pessoas cheias de ideias, de otimismo, de vontade de trabalhar e de avançar. Falhar? Claro, todas estas 1500 pessoas falharam mais do que uma vez.
Público duma das sessões plenárias
E foi até os falhanços foram tema de uma das master classes: “Como falhar bem”, em que participou, entre outros, Letícia Rebeca Gasca Serrana, cofundadora do Failure Institute, o primeiro think tank do mundo, que se dedica a estudar as causas dos falhanços empresariais e as razões que os motivam.
As finanças são uma das principais razões para muitos falhanços. É sabido que um dos temas mais difíceis para as empresas criadas por mulheres é o acesso a oportunidades financeiras, um tema muitíssimo discutido durante os 2 ½ dias da cimeira.
Painel da sessão plenária "Conseguimos fazer!"
Aliás o 1º dia começou com uma mesa-redonda na qual quatro grandes empreendedoras falaram à volta do lema “Conseguimos fazer! “. E tanto Ivanka Trump, presente na cimeira como Conselheira do presidente norte americano como Cherie Blair, fundadora da Fundação Cherie Blair para Mulheres, Chanda Deepak Kochhar, CEO do maior banco privado da Índia, e Karen-Hughes Quntos, CCO na Dell, estavam bem cientes do problema do acesso ao investimento por parte das mulheres. Cherie Blair lembrou que quando os homens vão pedir um empréstimo ao banco para se lançarem numa aventura empresarial, é-lhes normalmente perguntado o que esperam alcançar; mas quando é uma mulher a precisar de dinheiro do banco ouve imediatamente frases negativas do tipo “Esse seu negócio não tem pernas para andar. Vai falhar!”. São preconceitos baseados no género que nada têm de factual. Mais, como realçou Cherie Blair, investimentos feitos em mulheres têm muito mais retorno para a sociedade: por cada dólar de lucro que uma mulher tem, ela investe 90 cêntimos na família, na educação dos filhos, e na comunidade – nos homens esse investimento é de 30 cêntimos!
Assim também se conclui que “Quando mulheres ganham, todos ganhamos: como promover ambientes inclusivos para mulheres empreendedoras”, o tema da sessão plenária com que terminou a Cimeira. Dipala Goenka, CEO da Welspun lndia Ltd., a maior empresa têxtil exportadora da Índia, recordou a discriminação que existe em relação às meninas e às mulheres. Quando estas estavam menstruadas, e por não terem acesso a pensos higiénicos, ficavam em casa, não indo à escola nem trabalhar durante os dias da menstruação.  Ao aperceberam-se deste problema que originava discriminação colaboraram com uma NGO, criando pensos higiénicos acessíveis para as meninas e as mulheres poderem sair de casa durante a menstruação.  
Mas mais importante do que as diversas master classes sobre temas tão variados como a utilização das redes sociais, “como caçar investidores ricos”, networking, inovações, crowfunding, o mundo digital ou inteligência artificial, foram os contactos que se fizeram não só entre os empreendedores participantes, ligando todo o mundo numa rede global, como com investidores que foram à cimeira à procura de negócios interessantes.
A imprensa indiana interessou-se pela Cimeira
E tudo isto num ambiente propício à inovação. Hiderabade, a capital do estado de Telangana, tem um ecosistema propício às startups (é o berço da maior incubadora de startups do país), instituições académicas de renome, investigadores de alta carreira e polítuicas governamentais de apoio à inovação e ao empreendedorismo – um exemplo a seguir não só no resto da Índia como em todo o mundo.

#GES2017

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

O forte de Golconda




A 11 de quilómetros de Hiderabade está a cidade de Golconda, originalmente conhecida pelo nome de Mankal, construída sobre uma colina de granito de 120 metros de altura.
Da vila sobressai o forte, cuja construção data de 1143, durante o reinado da dinastia hindu dos Kakatiya. O nome deriva do termo telugú, a língua falada na região, Golla Konda, que significa “colina do pastor”. Poderá também vir de Gol konda que significa “montanha redonda”.
O forte de  Golconda foi construído pela dinastia Kakatiya como parte das suas defesas ocidentais. A sua impressionante estrutura foi capaz de resistir as prolongadas ocupações das tropas da Mongólia.
O forte foi reconstruído e fortificado pela rainha Rani Rudrama Devi e pelo seu sucessor, Prataparudra. Mais tarde passou para os Musunuri Nayaks, que derrotaram o exército Tughlaqi. Foi cedido em 1364 por Musunuri Kapaya Naidu ao sultanato Bahmani. Foi durante este sultanato que Golconda floresceu. O sultão Quli Qutb-ul-Mulk  (século XV/XVI) estabeleceu aqui a sede do seu governo em 1501. Nos anos que seguiram, os sultões Qutb Shahi aumentaram o forte para a presente estrutura, uma fortificação maciça de granito
Em 1590, o foi decidido trasladar a capital para Hiderabade. Após um cerco de oito anos, a cidade e o forte foram tomados em 1687 pelas tropas de Aurangzeb, o imperador mughal
O conjunto de Golconda consiste em quatro fortes diferentes, com uma muralha exterior de 10 quilómetros de extensão e 87 bastiões semicirculares. Embora a maioria dos edifícios esteja atualmente quase destruídos, a fortaleza acolhia outrora diversos palácios cujos restos ainda são visíveis.
A entrada é realizada através da Fateh Darwaza, a Porta da Vitória. Logo a seguir, alcança-se a Grande Porta. Bata as palmas. Graças à sua fantástica acústica vão ser ouvidas a um quilómetro de distância. Tudo foi estudado e não foi deixado ao acaso. Esta acústica servia para avisar os habitantes do forte quando havia perigo.

A cidade fortificada foi famosa pelo negócio de diamantes devido às minas desta pedra preciosa que existem nos arredores.

Ruas Hiderabade




























Mulheres de Hiderabade