Em primeiro
lugar, que as pessoas empreendedoras são positivas, são enérgicas. Em
Hiderabade sentia-se o mundo vibrar. 1500 pessoas cheias de ideias, de
otimismo, de vontade de trabalhar e de avançar. Falhar? Claro, todas estas 1500
pessoas falharam mais do que uma vez.
Público duma das sessões plenárias |
E foi até os falhanços
foram tema de uma das master classes: “Como falhar bem”, em que participou,
entre outros, Letícia Rebeca Gasca Serrana, cofundadora do Failure Institute, o
primeiro think tank do mundo, que se dedica a estudar as causas dos falhanços
empresariais e as razões que os motivam.
As finanças são
uma das principais razões para muitos falhanços. É sabido que um dos temas mais
difíceis para as empresas criadas por mulheres é o acesso a oportunidades financeiras,
um tema muitíssimo discutido durante os 2 ½ dias da cimeira.
Painel da sessão plenária "Conseguimos fazer!" |
Aliás o 1º dia
começou com uma mesa-redonda na qual quatro grandes empreendedoras falaram à
volta do lema “Conseguimos fazer! “. E tanto Ivanka Trump, presente na cimeira
como Conselheira do presidente norte americano como Cherie Blair, fundadora da
Fundação Cherie Blair para Mulheres, Chanda Deepak Kochhar, CEO do maior banco
privado da Índia, e Karen-Hughes Quntos, CCO na Dell, estavam bem cientes do
problema do acesso ao investimento por parte das mulheres. Cherie Blair lembrou
que quando os homens vão pedir um empréstimo ao banco para se lançarem numa
aventura empresarial, é-lhes normalmente perguntado o que esperam alcançar; mas
quando é uma mulher a precisar de dinheiro do banco ouve imediatamente frases
negativas do tipo “Esse seu negócio não tem pernas para andar. Vai falhar!”. São
preconceitos baseados no género que nada têm de factual. Mais, como realçou
Cherie Blair, investimentos feitos em mulheres têm muito mais retorno para a
sociedade: por cada dólar de lucro que uma mulher tem, ela investe 90 cêntimos
na família, na educação dos filhos, e na comunidade – nos homens esse
investimento é de 30 cêntimos!
Assim também se
conclui que “Quando mulheres ganham, todos ganhamos: como promover ambientes
inclusivos para mulheres empreendedoras”, o tema da sessão plenária com que
terminou a Cimeira. Dipala Goenka, CEO da Welspun lndia Ltd., a maior empresa
têxtil exportadora da Índia, recordou a discriminação que existe em relação às
meninas e às mulheres. Quando estas estavam menstruadas, e por não terem acesso
a pensos higiénicos, ficavam em casa, não indo à escola nem trabalhar durante
os dias da menstruação. Ao
aperceberam-se deste problema que originava discriminação colaboraram com uma
NGO, criando pensos higiénicos acessíveis para as meninas e as mulheres poderem
sair de casa durante a menstruação.
Mas mais
importante do que as diversas master classes sobre temas tão variados
como a utilização das redes sociais, “como caçar investidores ricos”, networking,
inovações, crowfunding, o mundo digital ou inteligência artificial,
foram os contactos que se fizeram não só entre os empreendedores participantes,
ligando todo o mundo numa rede global, como com investidores que foram à
cimeira à procura de negócios interessantes.
A imprensa indiana interessou-se pela Cimeira |
E tudo isto num ambiente propício à
inovação. Hiderabade, a capital do estado de Telangana, tem um ecosistema propício
às startups (é o berço da maior incubadora de startups do país), instituições
académicas de renome, investigadores de alta carreira e polítuicas
governamentais de apoio à inovação e ao empreendedorismo – um exemplo a seguir
não só no resto da Índia como em todo o mundo.
#GES2017