terça-feira, 21 de junho de 2016

IX RAID Kwanza Sul - Dia 12 - 20 de Junho de 2016

Logo de manhã começaram a chegar à fazenda mulheres com as filhas , com cestos de milho branco já descascado à cabeça. O milho é lavado em tanques e depois posto a secar ao sol. 
O pequeno almoço foi de reis e rainhas. Muita fruta tropical, bolo de cenoura e de chocolate ,tudo preparado com muito amor e carinho. 
O chá de caxina, ou de príncipe, era delicioso. 
Antes de partirmos a Sra. d. Odete distribuiu pelas senhoras uma rosa de porcelana. Realmente uma simpatia. 
A poucos quilómetros da fazenda fizemos um desvio para as nascentes de água quente da Tocota. As águas saem do solo a uma temperatura alta. Pode mergulhar-se no tanque para onde a água cai - sentimo-nos num jacuzzi sem bolinhas. Segundo os locais, a água tem propriedades benéficas para a pele deixando-a muito suave. 
Seguimos caminho para a Gabela, uma pequena cidade jardim no tempo colonial. Tem ainda muitas casas coloniais. A praça central com o seu jardim está relativamente recuperada. 
O município vizinho da Kilenda fica somente a 30 km mas são precisas duas horas para lá chegar. Não há estrada nem alcatroada bem estradão somente uma picada cheia de veios largos e profundos. Fomos recebidos por Maria Monteiro José, administradora do município, no largo principal onde se encontra o edifício da administração, a igreja católica construída possivelmente nos anos 1970 e um parque infantil, ainda do tempo dos Portugueses. 
Segundo os dados existentes, os atuais habitantes vieram de Calulo (atual município do Libolo) de um grupo de emigrantes chefiados pelos sobas Kinhama Ya Vunge e Kilenda Ya Vunge que atravessaram o rio Nhia, fixando-se nas montanhas do território que já era habitado. 
Viviam da agricultura, da caça, da pesca e da criação de amimais de pequeno porte.   
Kilenda foi elevada a concelho em 1965. O município tem atualmente 94197 habitantes. O esforço na educação tem sido grande e o município tem atualmente 42 escolas, das quais são 20 definitivas e as restantes provisórias, construídas em colaboração com os encarregados de educação: os pais constroem a cubata com adobe e  o município fornece as carteiras. 
Problemas com as crianças que ficam sozinhas quando as mães vão trabalhar. Foi pedida ajuda ao município de Almada. Projeto prévio (arquitetura e organograma) para uma creche e jardim infantil é uma sala de reuniões separada) para 200-250 crianças. 
O projeto vai agora ser posto à consideração do conselho educação social. 
Segundo um responsável pelo município, o absentismo escolar é ainda um problema. As crianças ajudam muito em casa. Por exemplo, no tempo das queimadas, as crianças   ficam encarregues de apanhar os ratos que fogem do fogo (receita no final do texto). Noutras épocas, as crianças são enviadas para o mato para apanhar caracóis e outros animais. Para efetuar estas atividades, as crianças têm de faltar à escola. O município tenta educar os pais para deixarem as crianças ir à escola, contando para tal com o apoio das igrejas (há 18 confissões cristãs no município ) e das autoridades tradicionais locais. 
A nível de saúde o município tem 1 hospital e 12 centros de saúde com um enfermeiro por posto. Não é suficiente, mas é o possível, segundo informou a administradora. 
Já há água potável na maioria das localidades - só que, com a escassez de combustível os geradores não funcionam há quase dois anos. E se os geradores não  produzem  energia, as bombas da água não trabalham. Há alguns anos foi construída uma potente central de bombagem e tratamento de agua, mas que está parada por falta de energia. 
Há grandes problemas de acesso, sendo as estradas muito más. De Gabela a Kilenda são somente 30 km mas que demoraram 2 horas a ser percorridos devido aos longos e profundos veios na picada. O executivo central prometeu a asfaltagem ainda este ano - a ver se acontece. 
A crise fez diversificar a economia do país, e o município está a apostar muito na agricultura e no turismo, tendo já incentivado a fundação do Centro Turístico do Mugige junto ao rio homónimo, onde almoçámos. 
O almoço foi oferecido pela Administradora do Município: caldeirada de cabrito, carapau grelhado e galinha de cabidela, kizaba, banana e batata doce cozidas. 
Foi a cozinheira do Centro Turístico que me deu a receita de rato assado: passa-se o rato rapidamente pelas brasas para sair o pêlo. Abre-se ao meio, retiram-se as víscera e lava-se bem. Ao lume temos uma panela com água a ferver. Deitamos dentro o rato e deixamos cozer alguns minutos.  Retira-se, escorre-se e leva-se ao grelhador. Grelhe durante 20-30 minutos. 
À tarde passámos ainda pelas chachoeiras do Binga, onde o rio Keve se despenha alguns metros. Este rio acompanhou-nos ao longo do dia. Entre Conda e Gabela, passámos pelas antigas Seis Pontes que foram destruída em novembro de 1975 para travar o avanço das forças sul-africanas quando estas invadiram Angola. 
Ao início da noite chegámos a Porto Amboim onde jantámos ao som do marulhar da rebentação, no restaurante O Farol, mesmo em cima da praia. Foi servida moamba de ginguba, muito idêntica ao caril de amendoim moçambicano, e calulu. Muito bom.  





IX RAID Kwanza Sul - Dia 12 - 20 de Junho de 2016

IX RAID Kwanza Sul -  Dia 12
20 de Junho de 2016

Logo de manhã começaram a chegar à fazenda mulheres com as filhas , com cestos de milho branco já descascado à cabeça. O milho é lavado em tanques e depois posto a secar ao sol. 
O pequeno almoço foi de reis e rainhas. Muita fruta tropical, bolo de cenoura e de chocolate ,tudo preparado com muito amor e carinho. 
O chá de caxina, ou de príncipe, era delicioso. 
Antes de partirmos a Sra. d. Odete distribuiu pelas senhoras uma rosa de porcelana. Realmente uma simpatia. 
A poucos quilómetros da fazenda fizemos um desvio para as nascentes de água quente da Tocota. As águas saem do solo a uma temperatura alta. Pode mergulhar-se no tanque para onde a água cai - sentimo-nos num jacuzzi sem bolinhas. Segundo os locais, a água tem propriedades benéficas para a pele deixando-a muito suave. 
Seguimos caminho para a Gabela, uma pequena cidade jardim no tempo colonial. Tem ainda muitas casas coloniais. A praça central com o seu jardim está relativamente recuperada. 
O município vizinho da Kilenda fica somente a 30 km mas são precisas duas horas para lá chegar. Não há estrada nem alcatroada bem estradão somente uma picada cheia de veios largos e profundos. Fomos recebidos por Maria Monteiro José, administradora do município, no largo principal onde se encontra o edifício da administração, a igreja católica construída possivelmente nos anos 1970 e um parque infantil, ainda do tempo dos Portugueses. 
Segundo os dados existentes, os atuais habitantes vieram de Calulo (atual município do Libolo) de um grupo de emigrantes chefiados pelos sobas Kinhama Ya Vunge e Kilenda Ya Vunge que atravessaram o rio Nhia, fixando-se nas montanhas do território que já era habitado. 
Viviam da agricultura, da caça, da pesca e da criação de amimais de pequeno porte.   
Kilenda foi elevada a concelho em 1965. O município tem atualmente 94197 habitantes. O esforço na educação tem sido grande e o município tem atualmente 42 escolas, das quais são 20 definitivas e as restantes provisórias, construídas em colaboração com os encarregados de educação: os pais constroem a cubata com adobe e  o município fornece as carteiras. 
Problemas com as crianças que ficam sozinhas quando as mães vão trabalhar. Foi pedida ajuda ao município de Almada. Projeto prévio (arquitetura e organograma) para uma creche e jardim infantil é uma sala de reuniões separada) para 200-250 crianças. 
O projeto vai agora ser posto à consideração do conselho educação social. 
Segundo um responsável pelo município, o absentismo escolar é ainda um problema. As crianças ajudam muito em casa. Por exemplo, no tempo das queimadas, as crianças   ficam encarregues de apanhar os ratos que fogem do fogo (receita no final do texto). Noutras épocas, as crianças são enviadas para o mato para apanhar caracóis e outros animais. Para efetuar estas atividades, as crianças têm de faltar à escola. O município tenta educar os pais para deixarem as crianças ir à escola, contando para tal com o apoio das igrejas (há 18 confissões cristãs no município ) e das autoridades tradicionais locais. 
A nível de saúde o município tem 1 hospital e 12 centros de saúde com um enfermeiro por posto. Não é suficiente, mas é o possível, segundo informou a administradora. 
Já há água potável na maioria das localidades - só que, com a escassez de combustível os geradores não funcionam há quase dois anos. E se os geradores não  produzem  energia, as bombas da água não trabalham. Há alguns anos foi construída uma potente central de bombagem e tratamento de agua, mas que está parada por falta de energia. 
Há grandes problemas de acesso, sendo as estradas muito más. De Gabela a Kilenda são somente 30 km mas que demoraram 2 horas a ser percorridos devido aos longos e profundos veios na picada. O executivo central prometeu a asfaltagem ainda este ano - a ver se acontece. 
A crise fez diversificar a economia do país, e o município está a apostar muito na agricultura e no turismo, tendo já incentivado a fundação do Centro Turístico do Mugige junto ao rio homónimo, onde almoçámos. 
O almoço foi oferecido pela Administradora do Município: caldeirada de cabrito, carapau grelhado e galinha de cabidela, kizaba, banana e batata doce cozidas. 
Foi a cozinheira do Centro Turístico que me deu a receita de rato assado: passa-se o rato rapidamente pelas brasas para sair o pêlo. Abre-se ao meio, retiram-se as víscera e lava-se bem. Ao lume temos uma panela com água a ferver. Deitamos dentro o rato e deixamos cozer alguns minutos.  Retira-se, escorre-se e leva-se ao grelhador. Grelhe durante 20-30 minutos. 
À tarde passámos ainda pelas chachoeiras do Binga, onde o rio Keve se despenha alguns metros. Este rio acompanhou-nos ao longo do dia. Entre Conda e Gabela, passámos pelas antigas Seis Pontes que foram destruída em novembro de 1975 para travar o avanço das forças sul-africanas quando estas invadiram Angola. 
Ao início da noite chegámos a Porto Amboim onde jantámos ao som do marulhar da rebentação, no restaurante O Farol, mesmo em cima da praia. Foi servida moamba de ginguba, muito idêntica ao caril de amendoim moçambicano, e calulu. Muito bom.  





IX RAID Kwanza Sul - Dia 11 - 19 de Junho de 2016

Depois do pequeno almoço fizemos uma breve visita à cidade de Huambo, passando pelos principais bairros do tempo colonial. A praça Agostinho Neto está linda, bem recuperada e muito arranjadinha. Ao centro a estátua do grande obreiro ada cidade, Norton de Matos, foi substituída por uma estátua de Agostinho Neto sentado a escrever. Não conseguimos ir ver a estátua do general porque a rua de acesso ao local atual estava vedada por causa de uma corrida de Karts. 
Seguimos viagem por uma ótima estrada nacional (claro com os seus buracos de quando em quando), passámos pelo grandioso morro Lubiri 
Rapidamente  chegámos ao cruzamento de Cassongue onde entrámos numa picada, em muito mau estado
A província do Kwanza Sul é extraordinariamente bela com uma vegetação verde, muito luxuriante, é uma profusão de morros de basalto enormes com formações muito interessantes. Por estarmos na época da cacimba, estes mortos estavam envoltos num véu de nevoeiro que lhes davam uma grande magia. 
Ao passarmos o rio Iuri, aproximámo-nos da  Fazenda Rio Iuri que se dedica à agricultura e ao turismo. A base da exploração económica é o café que é vendido à Agronabeiro. Por causa do café foram importadas para este terreno gravilias, árvores que servem  para fazer sombra aos cafeeiros que de outra maneira não sobreviveriam ao sol intenso. 
A caravana foi recebida calorosamente na Fazenda Rio Iuri pelo seu proprietário, o Sr Mario Santos, e pela sua mulher, a Sra D. Odete. No tempo colonial, a fazenda pertencia ao tio do Sr. Santos que vivia da moagem de fuba. O tio saiu da fazenda após a independencia. 

IX RAID Kwanza Sul - Dia 10 - 18 de Junho de 2016

Com a chegada tardia a Menongue e com todos os participantes mais do que exaustos, o programa de hoje teve de ser alterado. 
Decidiu-se a partida para depois de almoço e a Ida direta para Huambo, sem passarmos pela nascente do rio Kwanza. 
Saímos às 14.30 de Menongue. A estrada para o Huambo está boa, toda alcatroada - claro com buracos e buracões de quando em quando - e chegámos à antiga Nova Lisboa à hora de jantar. 

IX RAID Kwanza Sul - Dia 9 - 17 de Junho de 2016

O Município disponibilizou-nos uma série de contentores para dormirmos. 
Deitámo-nos às 4 e o despertador tocou às 5.45. Às 6h deveria chegar o camião do combustível que só chegou às 7h. 
O pequeno almoço foi um verdadeiro mata-bicho: sopa de feijão com carne e couves!
Saímos às 8.20! Meia hora depois, já na picada, o 1o furo. O jipe 2 passou por uma tree stone e rasgou-lhe o pneu. Todos ajudaram a mudar e 20 minutos depois estávamos a rolar de novo. 
Grande parte da etapa da manhã foi feita rodeando uma bela chana, uma bela planície. Aqui e além, queimadas mesmo junto à picada. 
Toda esta região foi muito castigada após a independência, primeiro logo em novembro/dezembro de 1975 com a invasão das tropas sul-africanos (a infelizmente famosa batalha do Cuito Canaval)  e depois em 1994 quando as tropas do MPLA quiseram obrigar a Unita para se sentarem em Bicesse, à mesa das conversações , como me resumiu a situação o General Lanucha , que aqui combateu e que hoje é um grande apoiaste do RAID do Kwanza Sul. 
A progressão era muito lenta a 10 km/hora por causa dos tocos nos trilhos dos mufitos ou por causa da muita areia nos trilhos da chana. 
Ao km 103, furaram - se/ rasgaram-se 4 pneus. Grande perda de tempo para os mudar. Eram 16.15 e ainda só tínhamos feito 1/3 do etapa do dia ! Mais uma noite que prometia longa com um problema adicional: a falta de pneus. Só tínhamos mais 3 pneus sobressalentes sem furos!
Assim que a coluna se pôs  em marcha , mais um jipe furou um pneu. E 2 km adiante outro furo. 
E 1 km depois mais dois furos. 
Acabaram-se os pneus! Estávamos no meio do nada com pneus furados e sem pneus sobressalentes! O mecânico conseguiu reparar um dos pneus furados e pô-lo a rodar. 
Às 19h decidiu-se partir a coluna em dois: uma parte que seguia rapidamente para Cuíto Canavale e Menongue  e outra que seguiria no seu passo de caracol. Estávamos a 165 km de Menongue. Ainda teríamos umas 8 h de caminho! 
À 00.45 quando estávamos quase a chegar a Cuito Canaval quando furou um pneu a um dos jipes! Já não havia pneus sobressalentes. Será que estes raidistas teriam de passar a noite no meio do nada ? Mais uma vez o mecânico mostrou a sua habilidade, tendo conseguido pôr o pneu utilizável. 
Faltava-nos ainda (!) 150 km de estradão até Menongue. Chegámos finalmente ao hotel às 5 h da manhã. 21 horas para 365 km!

IX RAID Kwanza Sul - Dia 8 - 16 de Junho de 2016

Se ontem à etapa foi dura, a hoje não foi menos.
A noite foi curta mas compensada por um duche de água fria que nos revigorou. Depois de um pequeno almoço frugal de pão, muito fofinho, "com dentes" e uma chávena de leite em pó Nido com Nescafé fomos apreciar a grande obra municipal do canal do rio Cuando que vai permitir chegar-se à Zâmbia de barco em 15 minutos em vez das atuais 3 horas por estrada. 
A passagem do RAID por um município que fica no fim do mundo e aonde nunca vem ninguém merece um ato solene. No salão reuniões do município o Administrador municipal adjunto deu-nos as boas vindas e, resumidamente, apresentou-nos a realidade local. 
A toponímia da cidade  - 
Rivungo - vem do nome da árvores vungo vungo que abundam por aqui.  Rivungo fica no extremo leste da província, a 600 km da capital da província, Menongue. 400 km de picadas arenosas são as vias terrestres para aqui se chegar - estamos mesmo no fim do mundo. 
A população do município é constituída essencialmente pela Etnia bantu. A etnia umbundu que também se encontra aqui não é autóctone, tendo vindo com a guerra. 
O clima é quente e as terras são boas para a agricultura. No entanto, as alterações climáticas têm sentido aqui: a falta de chuva tem prejudicado a agricultura, aumentando assim a fome das populações. 
Até 2002 este município não tinha nenhuma estrutura representante do estado central. Dede então foram construídas escolas, rede de águas , um parque infantil, terraplanagens , melhoria das vias terrestres, antenas da RNA, emitindo em FM que chegam a 90% da população. 
O município tem participado ativamente no projeto KaZa, no futuro o maior polo de atrações turísticas do mundo. Há porém muitas dificuldades como pior exemplo, a matança indiscriminada de animais por caçadores furtivos. 
No que respeita a flora, o município tem um grande leque de plantas medicinais, em especial no parque natural do Luiana. 
A etapa de hoje teria  menos quilómetros do que a de ontem mas por muitas picadas estarem diferentes e como ontem o líder do RAID andou por muitas picadas erradas, o Adminstrador Adjunto do Rivungo disponibilizou -nos um guia que teoricamente conheceria bem o caminho para Mavinga. Sim, teoricamente. Na pratica não foi bem assim. A dada altura, o guia adormeceu e deixou passar o desvio que deveríamos ter tomado. 
A 150 km de Mavinga já tínhamos conduzido 10 horas. A noite  caiu e ainda foi mais difícil encontrar a picada certa. A dada altura o guia levou -nos pelo meio do mato e em direção a norte, quando Mavinga estava a Oeste. 
A caravana partiu-se havendo alguns jipes perdidos. 
A partir de aí foi foi uma sucessão de problemas. Um jipe furou um pneu. Este estava a ser mudado quando de um dos jipes se ouve um pedido de socorro. Uma senhora tinha desmaiado. Uma raidista médica entrou no carro e, como a picada estava tomada pelos jipes, meteu-se a corte mato, não viu uma vala e caiu lá dentro. Seguiu a correr pelo capim fora para acorrer quem estava doente. Rapidamente dez o diagnóstico: gastro-enterite, o mal dos viajantes. 
Enquanto tentava estabilizar a doente, o mecânico tirava o jipe da vala com o guincho. 
Estávamos a 30 km de Mavinga e era 1 hora da manhã. Era preciso avisar o Administrador que fosse preparado um quArto com cada de banho para a doente. Só que ali não havia rede!
Chegámos às 2h a Mavinga. Mortos. O Administrador estava à nossa espera e todo o programa planeado foi cumprido: discursos, jantar. 



IX RAID Kwanza Sul - Dia 7 - 15 de Junho de 2016

Hoje previa-se uma etapa dura. 
Despertar às 4. Pequeno almoço às 4.30. Partida às 5 - escoltado pela polícia namibiana. 
Chegámos à fronteira do Bico às 5.50... mas só saímos de lá 3 horas depois, pois fomos infirmados de que afinal não havia combustível em Rivungo. Dois carros voltaram a Kongola, na Namíbia, a 30 km da fronteira, para encher 26 jerricans com gasóleo. 
A polícia angolana sugeriu acompanhar-nos pois poderia ser que as picadas estivessem intransitáveis - mas para isso teríamos de encher o depósito do jipe que não tinha combustível já há alguns dias....
Tínhamos ainda a percorrer 261 km da fronteira ao Rivungo - em picadas arenosas. 
Alguns quilómetros adiante passámos por um posto de controlo da guarda florestal decorado com crânios de elefante, de búfalo, de olongue. 
Os trilhos eram muito apertados. Demorámos 50 minutos para fazer 17 km. A paisagem era porém de grande beleza com grandes e amplas chanas
(pradarias). 
Chegámos à Jamba (a 87 km da fronteira) às 13h00. Tanto ouvimos falar da Jamba durante a guerra civil de Angola. Foi aqui, no nada, que Jonas Savimbi se refugiou à volta de quem se foi formando a população. Aqui recebia as delegações de políticos pró Unita e a comunicação social estrangeira e fazia a sua propaganda política. Demos uma volta pela casa verde onde Savimbi viveu, da qual só restam agora as paredes, vimos locomotiva que ele mandou fazer e colocar na rotunda em homenagem ao pai. Ao lado da casa havia um grande buraco onde, segunda consta, estava enterrado um contentor que servia de bunker. 
Seguimos viagem e em breve o sol começou a ficar uma bola de fogo. A noite rapidamente caiu e os problemas começaram. No mufito (trilho pela mata/ floresta) a picada era muito fechada e cheia de "tree stones" (tocos de árvores aguaçados). Apesar de irmos a uma velocidade muito baixa (20 km/ hora) e com muita atenção ao trilho batemos num toco que nos fez derrapar ligeiramente. A parte lateral direita superior do jipe ficou rasgada, a jante toda torta e p pneu furado. 
Rapidamente o mecânico da Robert Hudson mudou o pneu. 
Passado algum tempo, a caravana chegou a um charco. Dez jipes passaram sem problemas mas foram revolvendo o fundo. Quando estávamos precisamente no meio da água, atascámos a aproximadamente 30 m de cada uma das margens. Felizmente o jipe de trás tinha um guincho a que se ligaram duas cintas que novamente o fantástico mecânico prendeu ao nosso jipe e nos puxou. 
Mas esta não foi o último obstáculo do dia. Mais tarde para atravessarmos um rio havia uma ponte em condições muito precárias: umas vigas paralelas em cima das quais havia uns troncos perpendiculares. Mais uma vez, passaram dez jipes sem problemas. Quando foi a nossa vez de entrar na ponte, os troncos perpendiculares já tinham perdido as cunhas que os seguravam e nós resvalámos. Recuámos e começámos a procurar paus na escuridão só com as nossas lanternas de cabeça. Depois de arranjarmos a ponte conseguimos passar o rio. 
Chegámos ao Rivungo à 1.30 da manhã. Apesar de quase não terem meios, as autoridades municipais disponibilizam-nos colchões que espalharam por dois edifícios municipais. 



IX RAID Kwanza Sul - Dia 6 - 14 de Junho de 2016


Dormimos lindamente e sem frio, apesar de a nossa casinha não ter vidros nas janelas. 
Hoje o dia é de descanso. 
Acordámos ao que pensávamos ser 8.30. Só que na realidade já eram 9.30. O telemóvel tem a hora angolana e não mudou para a hora namibiana que é a centro-africana.  Corremos para o pequeno almoço onde já quase não havia ninguém. Um grupo tinha logo de manhã fazer um passeio no rio. E os que ficaram já tinham comido. 
Como amanhã vamos sair muito cedo, fomos a Kongola atestar os carros, limpar os filtros do motor e do  ar condicionado. O pobre Mateus, o mecânico da Robert Hudson, limpou 13 x 2 filtros e ficou branco, coberto de pó
Depois de almoço fomos para as pradarias ver animais. Comecámos por ver muitas impalas (com as três riscas no rabo), "lechwe", kudus, babuínos, águias africanas e cegonhas pretas. Até que descobrimos nas margens do rio um jacaré enorme, gozando o sol. E na água muitos hipopótamos. 
Continuámos e de repente vimos ao longe , junto à água uma manada de elefantes. Fomos para lá mas já tinham saído. Estavam entre as árvores e mal se viam. Continuámos caminho e descobrimos nova manada brincando na areia, levantando areia com a tromba. Lentamente dirigiram-se para o lago onde foram beber água - e nós estávamos no areal a 100 metros! 
Regressámos ao aldeamento, com um céu totalmente alaranjado que parecia estar em fogo.  
Ao jantar, o pessoal da cozinha chegou à sala de jantar com um bolo e a cantar os parabéns a uma turista alemã. E depois de dar o bolo ali ficou a cantar e a dançar musicas africanas - jantar com animação. 
Amanhã o despertar é às 4h. Temos de sair muito cedo porque vamos perder muito tempo na passagem das fronteiras. E temos 270 km de picada muito fechada com areia e "tree stones", árvores cortadas dos quais só restam os tocos, escondidos pela areia e pelos arbustos. Vai ser uma jornada difícil. 

IX RAID Kwanza Sul - Dia 5 13 de Junho de 2016

Hoje dormimos numa tenda debaixo de uma árvore de amarula nas margens do rio Cuito. Ainda bem que não há elefantes aqui pois estaríamos com problemas : o chão estava coberto de frutos a fermentar e os elefantes são doidos por amarula fermentada. 
Acordámos bem cedo e vimos p sol a nascer sobre o rio. Um momento mágico. O céu começa a ficar alaranjado, sobre o rio levanta-se um leve véu de nevoeiro e aos poucos a luz vai surgindo. Sentimos uma forte ligação a todo o universo. 
Saímos às 7h00 e a meio da manhã estávamos em Mocusso, na fronteira com a Namíbia. As picadas fizeram-se bem, tinham areais de quando em quando mas muito estradão. 
A passagem da fronteira foi demorada apesar de o Governo Provincial ter prometido publicamente toda a ajuda. Na fronteira angolana a morosidade foi devida ao tratamento manual de todos os documentos - não esquecer que somos uma caravana composta por 18 portugueses, 13 angolanos, 4 luso-angolanos e 1 alemão - e da emissão de 3 salvo-condutos para os angolanos que não tinham passaporte consigo. 
Para os habitantes da zona fronteiriça não há problemas burocráticos. A dada altura chegou, vinda do lado namibiano, uma carroça puxada por uma parelha de bois. O homem simplesmente abriu o portão e a família passou tranquilamente sem apresentar documentos nenhuns. Interessante ver que todos tinham um candjauiti, um porrinho com machado, útil para se defenderem dos animais selvagens com que eventualmente se cruzem e para cortar a lenha, essencial para cozinharem e para se aquecerem. 
Pensávamos nós que a entrada na Namíbia seria simples. Qual quê! Começaram por exigir o carimbo de saída de Angola, que por razões práticas e previamente combinadas com o Governo Provincial,  não tinha sido apostado. Depois quiseram que os passaportes fossem apresentadas pessoalmente. La fomos um a um ao guichet mostrarmo-nos. Depois exigiram que a nossa saída daqui a 2 dias seja feito por este mesmo posto fronteiriço. Ora, o nosso plano é reentrarmos em Angola por Kongola. Felizmente está connosco na caravana o Dr. Gime, representante do Governo Provincial, e que está a tentar resolver essa maka, como em Angola se diz problema. 
Os primeiros 25 km em território angolano são de estradão mas depois entra-se numa estrada asfaltada em ótimas condições. Uma fronteira é uma linha imaginária e no entanto nota-se logo que estamos noutro país com um nível de desenvolvimento totalmente diferente. 
Hoje e amanhã pernoitamos no Mazabala Lodge, uma unidade hoteleira lindíssima. O começo foi logo mágico. Deixámos os jipes no parque de estacionamento e um barco traz-nos ao aldeamento por canais do rio Cuando. Ao longo do percurso vamo-nos cruzando com crocodilos, lindos pássaros que sobrevoam a superfície da água  e grupos de hipopótamos, que mergulham quando o barco passa para voltar à superfície assim que passamos - todas estas bucólicas cenas envoltas na luz encarniçada  do sol poente.  
O aldeamento tem no centro uma casa grande, totalmente aberta e ligada a uma torre de observação de 360 graus. À sua volta estão dispostos os bungalows, casinhas muito simples mas muito bem integradas na paisagem. A parte lateral é toda rasgada mas sem vidros , somente com rede e cortinas do lado de dentro. O teto é de colmo. Sentimo-nos bem na "nossa" casa dos próximos dois dias. 
O aldeamento pertence a um americano de Washington e o pessoal, multi-funções, parecem ser estudantes universitários em férias: todos novos, simpáticos e irradiação positiva.  
O jantar foi servido na casa grande e foi delicioso: creme aveludado de cogumelos, bife estroganof com espinafre, abóbora com canela e arroz e, à sobremesa, bolo ensopado em calda com pêssego. E para terminar a noite uma chávena de chá roiboos. 

IX RAID Kuanza Sul - Dia 4 12 de Junho de 2016

IX RAID Kuanza Sul - Dia 4
12 de Junho de 2016 

Noite bem dormida numa cama king size com lençóis muito alvos e um edredão muito quentinho. 
Ao acordarmos uma surpresa pouco simpática: das torneiras não saía água! Quando já tinha a mala fechada, oiço a água a chegar no autoclismo. Rapidamente me dispo, meto-me debaixo do chuveiro e tomo um belo duche.  

A primeira paragem do dia foi em Kwangar onde houve um grande massacre de Portugueses perpetrado pelos Alemães do Sudoeste Africano que atacaram o território   Este estava sob comando do Tenente ferreira Durao. Só um soldado sobreviveu e que foi a pé até Menongue para relatar o sucedido. 
Esta zona sofreu duramente na guerra civil. 
Como hoje é domingo cruzamo-nos com vários grupos de pessoas muito bem vestidas. Como antigamente em Portugal, aqui as pessoas vestem-se realmente "para ver a Deus". A diferença é que aqui as pessoas têm de levar as cadeiras para o templo. Assim, estes grupos de pessoas com cadeiras de plástico à cabeça -  e com livros de orações na mão. 
Às 10 h a caravana parou para o jornalista Miguel Manuel da Rádio Escola fazer a sua habitual Crónica ,  a carta ao seu primo António que estava no Tuga, tendo descrito em 5 minutos estes primeiros dias do RAID. 
À tarde fomos visitar a   Rainha Mutando, a rainha dos N'Ganguelas. Recebeu a caravana com grande hospitalidade. Um grupo folclórico cantava e dançava à nossa chegada. No final dos cumprimentos ofereceu-nos uma refeição dizendo que "Manda a nossa tradição oferecer água ao visitante porque a viagem foi longa e o visitante vem com sede". 
Seguimos numa picada sempre paralela ao rio Cubango. Quando chegámos a Dirico já era noite cerrada. E para o lodge, que fica junto ao rio Cuíto, era preciso fazer uma picada... que entretanto desaparecera.  Na escuridão lá procurámos um caminho no meio de muitos arbustos até que chegámos a uma clareira onde estavam montadas umas tendas. Era o Dirico Lodge, um "capricho de Higino Carneiro", como nos explicou um funcionário. O Grupo Ritz, de Higino Carneiro, aproveitou este sítio - 12 mil hectares de território virgem onde muito se pode fazer - instalando aqui 39 tendas e 3 suítes inaugurada a 10 de dezembro de 2014l O projeto de dinamização turística do Okavango foi apresentado aqui. 
As tendas, enormes , tinham uma cama num canto - e nada mais! 
Na tenda central, estava instalado o restaurante -bar onde foi servido um bom jantar de carne grelhada. 
O Dr. Gime, responsável pelo turismo junto to governo provincial e que acompanhava a caravana, falou do projeto KaZa para a bacia do Okavango - 500 mil km2 em cinco países!
A população apoia o projeto  que pretende desenvolver o polo turístico da bacia do Okavango, na junção dos rios Cuíto e Cubango. Muita fauna já circula  livremente entre os cinco países. 
"Estamos na junção das vias do Botswana, Zâmbia (Victoria Falls) e Namíbia com grande significado económico-financeiro". 
Dirico já está a aproveitar com energia elétrica fornecida pela Namíbia e com ponte para a Namíbia sobre o rio Cuito. 
Nesta província sudoeste do país existem 2 parques nacionais, Mavinga e Luena , que estão lentamente a recuperar. 

 



terça-feira, 14 de junho de 2016

IX RAID Kwanza Sul - Dia 6 - 14 de Junho de 2016

Dormimos lindamente e sem frio, apesar de a nossa casinha não ter vidros nas janelas. 
Hoje o dia é de descanso. 
Acordámos ao que pensávamos ser 8.30. Só que na realidade já eram 9.30. O telemóvel tem a hora angolana e não mudou para a hora namibiana que é a centro-africana.  Corremos para o pequeno almoço onde já quase não havia ninguém. Um grupo tinha logo de manhã fazer um passeio no rio. E os que ficaram já tinham comido. 
Como amanhã vamos sair muito cedo, fomos a Kongola atestar os carros, limpar os filtros do motor e do  ar condicionado. O pobre Mateus, o mecânico da Robert Hudson, limpou 13 x 2 filtros e ficou branco, coberto de pó
Depois de almoço fomos para as pradarias ver animais. Comecámos por ver muitas impalas (com as três riscas no rabo), "lechwe", kudus, babuínos, águias africanas e cegonhas pretas, entre muitos outros      . Alguns estavam somente olhando a pradaria. Outros comiam o capim amarelo. Outros paravam a olhar para nós atentamente, para depois se afastarem  graciosamente aos pulos. Até que descobrimos nas margens do rio um jacaré enorme, gozando o sol. E na água muitos hipopótamos. 
Continuámos e de repente vimos ao longe , junto à água, uma manada de elefantes. Fomos para lá mas já tinham saído. Estavam entre as árvores e mal se viam. Continuámos caminho e descobrimos nova manada brincando na areia, levantando areia com a tromba. Lentamente dirigiram-se para o lago onde foram beber água - e nós estávamos no areal a 100 metros! 
Regressámos ao aldeamento, com um céu totalmente alaranjado que parecia estar em fogo.  
Ao jantar, o pessoal da cozinha chegou à sala de jantar com um bolo e a cantar os parabéns a uma turista alemã. E depois de dar o bolo ali ficou a cantar e a dançar musicas africanas - jantar com animação. 
Amanhã o despertar é às 4h. Temos de sair muito cedo porque vamos perder muito tempo na passagem das fronteiras. E temos 270 km de picada muito fechada com areia e "tree stones", árvores cortadas dos quais só restam os tocos, escondidos pela areia e pelos arbustos. Vai ser uma jornada difícil. 

IX RAID Kwanza Sul - Dia 5 - 13 de Junho de 2016

Hoje dormimos numa tenda debaixo de uma árvore de amarula nas margens do rio Cuito. Ainda bem que não há elefantes aqui pois estaríamos com problemas : o chão estava coberto de frutos a fermentar e os elefantes são doidos por amarula fermentada. 
Acordámos bem cedo e vimos p sol a nascer sobre o rio. Um momento mágico. O céu começa a ficar alaranjado, sobre o rio levanta-se um leve véu de nevoeiro e aos poucos a luz vai surgindo. Sentimos uma forte ligação a todo o universo. 
Saímos às 7h00 e a meio da manhã estávamos em Mocusso, na fronteira com a Namíbia. As picadas fizeram-se bem, tinham areais de quando em quando mas muito estradão. 
A passagem da fronteira foi demorada apesar de o Governo Provincial ter prometido publicamente toda a ajuda. Na fronteira angolana a morosidade foi devida ao tratamento manual de todos os documentos - não esquecer que somos uma caravana composta por 18 portugueses, 13 angolanos, 4 luso-angolanos e 1 alemão - e da emissão de 3 salvo-condutos para os angolanos que não tinham passaporte consigo. 
Para os habitantes da zona fronteiriça não há problemas burocráticos. A dada altura chegou, vinda do lado namibiano, uma carroça puxada por uma parelha de bois. O homem simplesmente abriu o portão e a família passou tranquilamente sem apresentar documentos nenhuns. Interessante ver que todos tinham um candjauiti, um porrinho com machado, útil para se defenderem dos animais selvagens com que eventualmente se cruzem e para cortar a lenha, essencial para cozinharem e para se aquecerem. 
Pensávamos nós que a entrada na Namíbia seria simples. Qual quê! Começaram por exigir o carimbo de saída de Angola, que por razões práticas e previamente combinadas com o Governo Provincial,  não tinha sido apostado. Depois quiseram que os passaportes fossem apresentadas pessoalmente. La fomos um a um ao guichet mostrarmo-nos. Depois exigiram que a nossa saída daqui a 2 dias seja feito por este mesmo posto fronteiriço. Ora, o nosso plano é reentrarmos em Angola por Kongola. Felizmente está connosco na caravana o Dr. Gime, representante do Governo Provincial, e que está a tentar resolver essa maka, como em Angola se diz problema. 
Os primeiros 25 km em território angolano são de estradão mas depois entra-se numa estrada asfaltada em ótimas condições. Uma fronteira é uma linha imaginária e no entanto nota-se logo que estamos noutro país com um nível de desenvolvimento totalmente diferente. 
Hoje e amanhã pernoitamos no Mazabala Lodge, uma unidade hoteleira lindíssima. O começo foi logo mágico. Deixámos os jipes no parque de estacionamento e um barco traz-nos ao aldeamento por canais do rio Cuando. Ao longo do percurso vamo-nos cruzando com crocodilos, lindos pássaros que sobrevoam a superfície da água  e grupos de hipopótamos, que mergulham quando o barco passa para voltar à superfície assim que passamos - todas estas bucólicas cenas envoltas na luz encarniçada  do sol poente.  
O aldeamento tem no centro uma casa grande, totalmente aberta e ligada a uma torre de observação de 360 graus. À sua volta estão dispostos os bungalows, casinhas muito simples mas muito bem integradas na paisagem. A parte lateral é toda rasgada mas sem vidros , somente com rede e cortinas do lado de dentro. O teto é de colmo. Sentimo-nos bem na "nossa" casa dos próximos dois dias. 
O aldeamento pertence a um americano de Washington e o pessoal, multi-funções, parecem ser estudantes universitários em férias: todos novos, simpáticos e irradiação positiva.  
O jantar foi servido na casa grande e foi delicioso: creme aveludado de cogumelos, bife estroganof com espinafre, abóbora com canela e arroz e, à sobremesa, bolo ensopado em calda com pêssego. E para terminar a noite uma chávena de chá roiboos. 

segunda-feira, 13 de junho de 2016

IX RAID Kuanza Sul - Dia 4 - 12 de Junho de 2016

Noite bem dormida numa cama king size com lençóis muito alvos e um edredão muito quentinho. 
Ao acordarmos uma surpresa pouco simpática: das torneiras não saía água! Quando já tinha a mala fechada, oiço a água a chegar no autoclismo. Rapidamente me dispo, meto-me debaixo do chuveiro e tomo um belo duche.  
A primeira paragem do dia foi em Kwangar onde houve um grande massacre de Portugueses perpetrado pelos Alemães do Sudoeste Asiático que atacaram o território. O território português estava sob o comando do Tenente Ferreira Durão que foi abatido como todos os outros. 
Esta zona também sofreu muito durante a guerra civil. 
Engraçado ver que hoje as pessoas andam todas muito bem vestidas, verdadeiramente "a ver a deus". Cruzávamo-nos com elas, a caminho da igreja. Tal como as crianças quando vão para a escola, também os adultos levavam as cadeiras à cabeça para a igreja. 
Numa aldeia vimos um grupo de pessoas reunidas debaixo de uma grande árvores, cantando e dançando. Era uma missa muito animada. Ao aproximarmo-nos fomos ligo bem recebidos e integrais nas danças. 
À tarde fomos visitar a Rainha Mutando que nos recebeu com todas as honras. À entrada da sua residência um grupo etnográfico cantou e dançou para nós. Entrámos para o pátio onde havia uma série de cadeiras. Quando a rainha saiu de casa, o grupo acompanhou-a cantando e dançando. Seguiu-se o beija-mão real : todos os presentes passaram à frente dela, ajoelharam-se e deram-lhe a mão. Depois dos discursos oficiais e da entrega das prendas ( 2 sacos de farinha , cadeiras de plástico, uma panela), a Rainha agradeceu a visita. E com "Manda a nossa tradição oferecer água ao visitante porque a viagem foi longa e o visitante vem com sede" convidou-nos para almoçar. Para nós fizeram funge, abóbora cozida, cabrito guisado, miúdos de cabrito,frango guisado, kizaba e, claro, kissângua. 
Já foi tarde quando saímos da casa da Rainha.  A picada para Dirico foi sempre paralela ao rio e entre arbustos. Muito bonito! O pior foi quando caiu a noite. É pior ainda foi a picada para o Dirico Lodge.... Que nem trilhos tinha. E que era a subir durante 4 km em areia!
O lodge era .... um conjunto de grandes tendas militares montadas junto ao rio Cuito - com muito crocodilo - com uma cama de campanha feita a rigor com lençóis alvos é um edredão muito quentinho. De resto nada mais havia na tenda. 
Um contentor com uma sanita e um poliban eram as instalações sanitárias. 
Alguns entre nós tiveram medo dos jacarés e preferiram dormir no carro. Nós não tivemos medo e dormimos na nossa enorme tenda. 




sábado, 11 de junho de 2016

IX RAID do Kuanza Sul - Dia 3 - 11 de Junho

Que bem dormimos hoje num hotel "a sério"! A cadeia Ritz, que nada tem a ver com a portuguesa, tem em Menongue, a Serpa Pinto do tempo colonial, um "lodge " com bungalows espaçosos, limitados com cercas de rosas. A cama tem um bom colchão que permitiu descansar da longa etapa de ontem. E o bom duche de água bem quentinha ajudou a retemperar as forças. Só faltou um 2º cobertor. A temperatura baixou aos 9 graus e a noite foi fresca. Estou a ficar preocupada com as duas noites que vamos passar no mato  sem unidades hoteleiras .... Também pensei nas populações locais. Como devem passar frio nas palhotas feitas de terracota! 

São 11.00 e ainda saímos. Estamos em compasso de espera. Não podemos sair de Menongue. Em Caíla, na fronteira com a Namíbia, não há combustível. A falta de combustível é uma realidade em Angola. Poderíamos ir atestar os jipes à Namíbia mas aqui o problema é a falta de divisas. A organização do RAID  tem um grande quebra-cabeças para resolver. 
Já demos um passeio à volta do hotel. Fomos até ao "mercado": três bancas com uma mão cheia de tomate e outra de peixe. Ah, e uns montinhos de dentes de alho. Nada mais. 
No caminho cruzámo-nos com rapazinhos a brincar com o que têm à mão: uma vassoura a fazer de volante de carro, outro a puxar um carrinho de madeira sem rodas, outro a empurrar um aro. 
As meninas que encontrámos estavam a trabalhar : na banca do mercado , outras estavam a lavar a louça num alguidar com água de natureza duvidosa, outras vinham com as mães com baldes de água à cabeça e nas mãos. Igualdade de género é algo desconhecido aqui. As mulheres são verdadeiras heroínas. Tratam dos filhos e da casa, vão buscar água , tratam da horta, recolhem lenha - tudo isto com os bebés às costas e uma catrefada de outros pela mão. 


Partimos às 12.00. Os primeiros 130 km foram numa fantástica estrada que nos fez suspeitar que essa estrada não terá sido feita por empresas chinesas...
No caminhando vimos , tal como ontem, carcaças de tanques. Não nos podemos esquecer que esta província do Cuando Cubando foi fortemente castigada durante a guerra civil, tendo sido palco de sangrentas batalhas. 
Passámos pela ponte sobre o rio Cubando onde só cabe um carro de cada vez. 
Pouco depois da ponte entrámos na picada com paisagens  encantadoras, montes de térmitas mto grandes, lindas aldeias de tribos koisans, o povo mais antigo do mundo, que falam aquela fantástica língua dos estalidos. 
Almoçámos umas sandes nas margens do rio Cubango onde havia uma linda canoa que fez lembrar "Rosinha, minha canoa" do Erico Veríssimo. 
O sol pôs-se depois de se ter transformado numa bola de fogo bem encarnada. Estávamos ainda a 70 km do destino do dia que tiveram de ser feitos às escuras. 
Chegámos a Kaila onde está a Cuvango Lodge, que também pertence à cadeia Ritz. Pensara que hoje iria voltar a ficar em contentores mas esta unidade hoteleira é lindíssima, chegamo-nos a sentir já  na Namíbia, que está somente a 12 km daqui. 
Os bungalows são enormes, simples mas decorados com muito gosto (só a casa de banho é que é feia). É a cama tem um edredão muito quentinho, ideal para a noite fria que faz. 
A sala de jantar é pouco acolhedora e com luzes neon frias mas o jantar foi delicioso : guisado de galinha do campo com funge que era de comer e chorar por mais. 

Amanhã esperam-nos 300 km de picada... arenosa até Dirico. 



sexta-feira, 10 de junho de 2016

RAID Kuanza Sul - Dia 2 - 10 de Junho de 2016 - Dia de Portugal

Uma noite siberiana. As temperaturas desceram imenso e a madrugada foi de ranger dentes. 
Às 5.45 deixámos os contentores e dirigimo-nos ao restaurante no cimo do monte para tomarmos o pequeno almoço no restaurante
Pusemo-nos em marcha  às 7.05. Partida da fazenda às 7.12. Esperam-nos hoje 700 km!

No caminho passámos por Kibala com o seu grande rochedo, no cimo do qual os Portugueses construíram uma fortaleza. 
Seguimos para o antigo Colonato da Cela, situado na atual cidade de Waku Kungo, antiga Santa Comba Dão, uma pzona pantanosa. Em 1951 foi desenvolvido um grande projeto de secagem dos pântanos para a agricultura e para pecuária 
A Igreja matriz que é uma réplica da igreja matriz de Santa Comba dão, tendo sido construída em 1959/60
A igreja foi recuperada há uns 4-5 anos com p apoio logístico da CMA que tb apresentou um projeto para a sua reabilitação profunda que nunca avançou por falta de financiamento. O nome da cidade vem do nome da pedra que domina o horizonte, Kungo, e de Waku, o nome do monte. 
No âmbito do programa de cooperação a arquiteta Fatima Bulcão  da Câmara de Almada concebeu o projeto para um centro escolar para 1200 crianças na Aldeia Nova, perto de Waku Kungo, que foi apresentado publicamente há dois anos. O projeto está atualmente parado por falta de financiamento 
No Alto Hame, onde ainda existe uma sinalização nossa para Silva Porto.... 
A estrada até aqui é alcatroada .... Só que com enormes buracões, verdadeiras crateras. A condução torna-se muito difícil e cansativa. 
Até Cachiumbo e Chinguar a estrada foi ótima.  
O almoço no restaurante de estrada com comida boa mas em pouca quantidade. 
Chegámos a Menongue já estava escuro. Fomos diretamente para a universidade onde decorrreu a cerimónia de lançamento do livro sobre o Cuando Cubando. 
Hoje estamos muito bem instalados no Luica Lodge 

RAID Kuanza Sul - Dia 1 - 9 de Junho de 2016

Despertar às 5.30. Às 7h30 após uma viagem rápida e sem trânsito até Talatona chegámos à Robert Hudson onde nos esperavam 13 jipes, novinhos, com somente com 94 km no conta-quilómetros. 
Às 8.22 saímos do concessionário da Ford. O RAID começou. No portão todos os jipes "zeraram". 
A estrada de saída de Luanda tem IMENSO tráfego. Até está em boas condições mas o fluxo de trânsito continua compacto. À beira da estrada, kitandeiras e vendedores tentam vender aos condutores fruta, lenços de papel, sims para telemóveis, enfim , tudo o que faz falta - ou não. 
Passámos pelo estádio 11 de Novembro construído para o CAN 2004, pelo pavilhão multi usos construído para o Mundial de Hockey em 2011 - tudo equipado com tecnologia de ponta da Siemens. 
De repente, na Chinatown surgem 4 letras amarelas em fundo azul: IKEA.  IKEA em Angola? Sim, uma IKEA .... chinesa ....
Logo a seguir uma nova centralidade entre Kilamba e Zambo onde está a fábrica da cerveja Tigra. 
Entrámos então na estrada de Catete que está a ser alargada pois é a estrada de ligação ao novo aeroporto. No entanto, a partir daí até ao Alto do Dondo a estrada está péssima. Apesar de ter sido alcatroada de novo há apenas 4 meses está uma lástima com grandes crateras nas bordas e no meio e com a vegetação a tentar tomar conta da via. A condução tem de ser feita com cuidados redobrados por causa dos buracões e do trânsito dm sentido contrário. 
Fizemos a 1a paragem às 11.30 no Alto do Dondo. Até Calulo, uma vila que nos tempos coloniais abrigava a grande colónia  alemã, o percurso fez-se lindamente. Pouco tempo depois começou uma picada de 42 km até à Fazenda de Santa Maria  - saímos de Calulo às 13.30 e só chegámos à Fazenda Xixila às 16h! O caminho era pior que navegar no mar alto. As chuvadas  fizeram profundos veios na picada. A paisagem era porém lindíssima com pequenos montes no cimo dos quais se amontoam pedras e pedregulhos.  

O almoço foi na Fazenda de Santa Maria que produz um delicioso vinho branco, feito de trempanillo e verdelho. Do restaurante, no cimo de um monte , tem-se uma espetacular vista de 360 graus sobre a vasta planície entrecortada por pequenos montes, alguns dos quais parecem
diluir-se no véu que cobre ao longe a paisagem. 
Pertença do general Higino Carneiro, a Fazenda teve um projeto vinoturistico. As 1as vinhas firam plantadas em 2009, tendo sido o 1o vinho feito dois anos depois. No entanto, o lançamento comercial foi so feito  2013. O enólogo é Paulo Mesquita de Trás os Montes. Da vindima de 2014 foram produzidos 
60 mil litros de vinho que só é vendido em Angola. Dessa colheita ainda estão em armazém 17850 garrafas. 
A fazenda também produz uvas de mesa (colheita de 2014: 43 mil kg), diversos licores e uma aguardente de grande qualidade (2014: 3000 l). 
No final da visita à adega fomos surpreendidos com um fantástico espetáculo de cores no céu. O sol tornou-se uma bola de fogo que rapidamente mergulhou no horizonte. Ao mesmo tempo, o céu ficou cor de laranja forte.   
Era altura de ir distribuir os quartos. A fazenda tem 37 contentores  que lembram uma aldeia de operários de uma fábrica. As condições são péssimas! A cama é pequena. A tampa da sanita, de muito má qualidade, estava partida. Só havia uma toalha. Os geradores de eletricidade estão mesmo juntos aos contentores  - vai ser uma noite ruidosa.  Mas como estamos cansados vamos com certeza dormir profundamente. 


So que... nos perdemos no caminho do restaurante para os contentores. Metemo-nos por uma picada onde só havia capim alto. E no céu milhares de estrelas. Andávamos , andávamos e só víamos capim. Nada de contentores. Ao fim de quase 10 km de voltas, pedimos ajuda pelo rádio que temos nos jipes. Nem sabíamos se ainda alguém estaria nos jipes. Felizmente ainda estavam pessoas a regressar. Todos os carros desligaram as luzes para assim ser mais fácil localizarem-nos. E por fim encontrámos o grupo e juntos fomos para os contentores. 

quarta-feira, 8 de junho de 2016

IX RAID do Kuanza Sul - Dia 0 - 2a parte

Voo muito agradável. A classe económica da TAAG é muito confortável. E como não ia cheio ficámos com espaço. 
O almoço foi bom e o serviço rápido. 
As 6h45 do voo passaram rapidamente. 
A chegada a Luanda foi... uma chegada a Luanda. Alguns do grupo foram parados na fronteira porque tinham muitas t-shirts... Mas tudo se resolveu. 
À saída do terminal do aeroporto fomos atacados por um frio de jovens que nos queriam "ajudar" a levar a bagagem até à carrinha. Apesar de lhes dizermos Que não necessitávamos de ajuda, não largavam. 
A viagem até à ilha, onde pernoitamos hoje, foi rápida. Luanda está totalmente diferente - de todas as vezes que cá venho, encontro uma nova Luanda. 
Em frente do Banco da Angola, estão a ser construídas as torres Kianda. No morro da fortaleza foram feitas construções .... que escondem a fortaleza. A bela fortaleza de Luanda só se consegue ver de esguelha
A Ilha está mais bonita com a frente de praia mais arranjada e muitos equipamentos desportivos. 
o Check in no hotel Marina do Casino foi um processo moroso. Ainda não foi melhorada a burocracia. 
Belo jantar de garoupa com gambas. 
BRIEFING sobre o dia de amanhã, o dia 1 do RAID , e - finalmente - cama

IX RAID Kuanza Sul - Dia 0, 1a parte

São 6.45. O balcão de Check in da TAAG só abre às 7h mas já são muitas as pessoas que esperam para entregar as suas malas.  
Quando o grupo estava completo, distribuíram-se pelas várias pessoas as peças de bagagem em excesso da organização. A CMA leva muito material para distribuir em Angola: livros, roupa, etc.  Esse é também um ponto essencial do acordo de geminação entre Almada e Porto Amboim. 
Mesmo distribuindo as malas, sobraram 3 que foram consideradas "excesso de bagagem". Felizmente como a TAAG patrocina o RAID tudo pôde seguir sem problema. 
O embarque foi muito cedo porque o avião não estava estacionado numa porta com manga. O Boeing 777-300ER da TAAG é novo , espaçoso, com muita claridade. Para lá estão os tempos em que Angola era um El Dourado para os Portugueses e os voos para Luanda andavam  cheios que nem um ovo. Agora as viagens a Angola já não têm stress: para se tirar o visto já não há multidões que nos faziam perder quase um dia inteiro, os  voos andam meio cheios. Antigamente a classe de viagem que enchia em primeiro lugar era a Executiva. Hoje a parte da frente do avião vai praticamente vazia. E a Económica vai com muitos lugares vazios. 

São 11 h e ainda faltam passageiros. Deveríamos estar a descolar e ainda estamos no chão, de portas abertas...

terça-feira, 7 de junho de 2016

IX RAID do Kuanza Sul - Dia -1



Mochila feita. Não foi fácil. Que levar para este raid em Angola? Teoricamente nem é precisa muita roupa. Mas como muitas vezes na vida, teoria e prática nem sempre coincidem. É certo que não necessitamos de muita roupa, mas há um mínimo a transportar - onde se incluem as 12 t-shirts e um polo (uma para cada dia) do IX RAID do Kuanza Sul. O problemático - se assim o quisermos designar, são as noites nas Terras do Fim do Mundo onde não há nada. Ou seja, há que levar saco-cama, colchonete e roupa para o frio. É que as temperaturas variam dentro de um leque muito alargado: dias muitos quentes e noite que podem andar pelo 8-10 ºC. E sem equipamentos hoteleiros, pode ser que a noite seja, não ao relento, mas quase.

Como temos limite de bagagem, o outro problema que surge ao fazermos a mala é onde arrumar roupa e brinquedos que queremos distribuir pelas populações. Decididamente, não há espaço para tudo. 
Pois bem, mochila feita. Check-in feito. A viagem pode começar.
Terras do Fim do Mundo. A administração colonial portuguesa assim chamou à maior província de Angola, no sudeste do país. Bem longe dos centros de decisão, ninguém queria ir para lá. Faltava infraestruturas. Era mesmo o fim do mundo
O governo do novo país quis mudar o destino dessa província. Começou por lhe alterar o nome para Terras de Progresso devido ao seu potencial económico.São 192 mil km2 cruzados por muitos rios com clima tropical a semi-desértico. A região tem boas perspetivas turísticas graças à sua fauna de grandes e pequenos animais africanos - palancas, elefantes, rinocerontes, hipopótamos, leões, hienas, onças, pacaças, etc. - à grande variedade de aves que atraem os ornitólogos de todo o mundo.
Os rios com as suas águas límpidas são bons para a prática da piscicultura. As terras férteis e as ótimas condições climáticas favorecem o desenvolvimento da agricultura. Atualmente as culturas exploradas são essencialmente alimentares (milho, feijão, mandioca, batata doce), mas a região tem potencial para o café e a cana do açúcar.
Amanhã partimos para Luanda e no seguinte começará a aventura africana. Em 13 etapas, num total de 4 000 km, iremos até ao Bico, o canto angolano que faz fronteira com a Namíbia e um pouco mais norte com a Zâmbia.

Pela 9ª vez, a Câmara de Almada organiza um raid por terras angolanas no âmbito do acordo de geminação com Porto Amboim, na província angolana do Kuanza Sul "com o objectivo de divulgar o turismo ecológico e o intercâmbio cultural com a comunidade angolana".