IX RAID Kuanza Sul - Dia 4
12 de Junho de 2016
Noite bem dormida numa cama king size com lençóis muito alvos e um edredão muito quentinho.
Ao acordarmos uma surpresa pouco simpática: das torneiras não saía água! Quando já tinha a mala fechada, oiço a água a chegar no autoclismo. Rapidamente me dispo, meto-me debaixo do chuveiro e tomo um belo duche.
A primeira paragem do dia foi em Kwangar onde houve um grande massacre de Portugueses perpetrado pelos Alemães do Sudoeste Africano que atacaram o território Este estava sob comando do Tenente ferreira Durao. Só um soldado sobreviveu e que foi a pé até Menongue para relatar o sucedido.
Esta zona sofreu duramente na guerra civil.
Como hoje é domingo cruzamo-nos com vários grupos de pessoas muito bem vestidas. Como antigamente em Portugal, aqui as pessoas vestem-se realmente "para ver a Deus". A diferença é que aqui as pessoas têm de levar as cadeiras para o templo. Assim, estes grupos de pessoas com cadeiras de plástico à cabeça - e com livros de orações na mão.
Às 10 h a caravana parou para o jornalista Miguel Manuel da Rádio Escola fazer a sua habitual Crónica , a carta ao seu primo António que estava no Tuga, tendo descrito em 5 minutos estes primeiros dias do RAID.
À tarde fomos visitar a Rainha Mutando, a rainha dos N'Ganguelas. Recebeu a caravana com grande hospitalidade. Um grupo folclórico cantava e dançava à nossa chegada. No final dos cumprimentos ofereceu-nos uma refeição dizendo que "Manda a nossa tradição oferecer água ao visitante porque a viagem foi longa e o visitante vem com sede".
Seguimos numa picada sempre paralela ao rio Cubango. Quando chegámos a Dirico já era noite cerrada. E para o lodge, que fica junto ao rio Cuíto, era preciso fazer uma picada... que entretanto desaparecera. Na escuridão lá procurámos um caminho no meio de muitos arbustos até que chegámos a uma clareira onde estavam montadas umas tendas. Era o Dirico Lodge, um "capricho de Higino Carneiro", como nos explicou um funcionário. O Grupo Ritz, de Higino Carneiro, aproveitou este sítio - 12 mil hectares de território virgem onde muito se pode fazer - instalando aqui 39 tendas e 3 suítes inaugurada a 10 de dezembro de 2014l O projeto de dinamização turística do Okavango foi apresentado aqui.
As tendas, enormes , tinham uma cama num canto - e nada mais!
Na tenda central, estava instalado o restaurante -bar onde foi servido um bom jantar de carne grelhada.
O Dr. Gime, responsável pelo turismo junto to governo provincial e que acompanhava a caravana, falou do projeto KaZa para a bacia do Okavango - 500 mil km2 em cinco países!
A população apoia o projeto que pretende desenvolver o polo turístico da bacia do Okavango, na junção dos rios Cuíto e Cubango. Muita fauna já circula livremente entre os cinco países.
"Estamos na junção das vias do Botswana, Zâmbia (Victoria Falls) e Namíbia com grande significado económico-financeiro".
Dirico já está a aproveitar com energia elétrica fornecida pela Namíbia e com ponte para a Namíbia sobre o rio Cuito.
Nesta província sudoeste do país existem 2 parques nacionais, Mavinga e Luena , que estão lentamente a recuperar.