Às 8.22 saímos do concessionário da Ford. O RAID começou. No portão todos os jipes "zeraram".
A estrada de saída de Luanda tem IMENSO tráfego. Até está em boas condições mas o fluxo de trânsito continua compacto. À beira da estrada, kitandeiras e vendedores tentam vender aos condutores fruta, lenços de papel, sims para telemóveis, enfim , tudo o que faz falta - ou não.
Passámos pelo estádio 11 de Novembro construído para o CAN 2004, pelo pavilhão multi usos construído para o Mundial de Hockey em 2011 - tudo equipado com tecnologia de ponta da Siemens.
De repente, na Chinatown surgem 4 letras amarelas em fundo azul: IKEA. IKEA em Angola? Sim, uma IKEA .... chinesa ....
Logo a seguir uma nova centralidade entre Kilamba e Zambo onde está a fábrica da cerveja Tigra.
Entrámos então na estrada de Catete que está a ser alargada pois é a estrada de ligação ao novo aeroporto. No entanto, a partir daí até ao Alto do Dondo a estrada está péssima. Apesar de ter sido alcatroada de novo há apenas 4 meses está uma lástima com grandes crateras nas bordas e no meio e com a vegetação a tentar tomar conta da via. A condução tem de ser feita com cuidados redobrados por causa dos buracões e do trânsito dm sentido contrário.
Fizemos a 1a paragem às 11.30 no Alto do Dondo. Até Calulo, uma vila que nos tempos coloniais abrigava a grande colónia alemã, o percurso fez-se lindamente. Pouco tempo depois começou uma picada de 42 km até à Fazenda de Santa Maria - saímos de Calulo às 13.30 e só chegámos à Fazenda Xixila às 16h! O caminho era pior que navegar no mar alto. As chuvadas fizeram profundos veios na picada. A paisagem era porém lindíssima com pequenos montes no cimo dos quais se amontoam pedras e pedregulhos.
O almoço foi na Fazenda de Santa Maria que produz um delicioso vinho branco, feito de trempanillo e verdelho. Do restaurante, no cimo de um monte , tem-se uma espetacular vista de 360 graus sobre a vasta planície entrecortada por pequenos montes, alguns dos quais parecem
diluir-se no véu que cobre ao longe a paisagem.
Pertença do general Higino Carneiro, a Fazenda teve um projeto vinoturistico. As 1as vinhas firam plantadas em 2009, tendo sido o 1o vinho feito dois anos depois. No entanto, o lançamento comercial foi so feito 2013. O enólogo é Paulo Mesquita de Trás os Montes. Da vindima de 2014 foram produzidos
60 mil litros de vinho que só é vendido em Angola. Dessa colheita ainda estão em armazém 17850 garrafas.
A fazenda também produz uvas de mesa (colheita de 2014: 43 mil kg), diversos licores e uma aguardente de grande qualidade (2014: 3000 l).
No final da visita à adega fomos surpreendidos com um fantástico espetáculo de cores no céu. O sol tornou-se uma bola de fogo que rapidamente mergulhou no horizonte. Ao mesmo tempo, o céu ficou cor de laranja forte.
Era altura de ir distribuir os quartos. A fazenda tem 37 contentores que lembram uma aldeia de operários de uma fábrica. As condições são péssimas! A cama é pequena. A tampa da sanita, de muito má qualidade, estava partida. Só havia uma toalha. Os geradores de eletricidade estão mesmo juntos aos contentores - vai ser uma noite ruidosa. Mas como estamos cansados vamos com certeza dormir profundamente.