segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Bisontes, alces e muito mais





 Lone Elk Park é, como o nome indica, um parque onde há alces, além de veados, bisontes, perus selvagens e muitas aves aquáticas. 

Está no condado de Saint Louis, no estado de Missouri, e a sua história remonta a 1948 quando foram instalamos nesta área manadas de alces e bisontes.


Até à data a zona pertencia à Tyson Valley Powder Plant que aqui fazia testes e armazenava munições durante a 2ª Grande Guerra.
Durante a Guerra da Coreia estas terras foram readquiridas pelo Governo Federal e, por razões de segurança, foram abatidas todas as manadas em 1958. Não se sabe como mas um alce sobreviveu.
Em 1964, o condado de St. Louis readquiriu uma parte dos terrenos originais. Dois anos mais tarde, foram comprados mais seis alces do Parque Nacional de Yellowstone
O parque foi aberto oficialmente a 17 de Outubro de 1971. Em 1973 foram comprados mais seis  bisontes.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Porto Santo, a bela ilha dourada




Quando as expectativas são baixas, tudo nos agrada. Aproveitando uma ótima promoção, viemos passar um fim de semana ao Porto Santo. Os horários do voo direto da TAP são fantásticos para este efeito: saída de Lisboa na 6ª f às 20h05 e regresso no domingo às 23h30. Seria perfeito se a TAP cumprisse os horários.
Marcámos quarto, ou melhor uma suite com varanda virada para a piscina e ao longe o mar, na INATEL. Em maio passado decidimos associar-nos. E no verão surgiu o “Dia Louco”: durante 24 h todas as unidades da Inatel estavam com 50% de desconto. Resumindo: por duas noites numa suite em regime de pequeno-almoço pagámos ... €60!
O avião partiu pontualmente. Apesar de ser um voo com uma duração de somente 1h35, a TAP oferece um pequeno snack e uma grande variedade de bebidas com e sem álcool: um wrap vegetariano de cogumelos, espinafre e queijo, queijo fresco e bolachas de água e sal e uma amêndoa de chocolate. O vinho servido - apesar de ter um nome horrível (Pouca Roupa!!!!!) - era bom.
O aeroporto é minúsculo, como é de esperar numa ilha com 12 km de comprimento e 6 km de largura. Na placa havia um único avião: o que nos trouxe!
Saímos do terminal e procurámos um táxi. Na praça de táxis havia somente dois.
- Isto agora é difícil. Chegou também um barco.
Esperámos uns 5 minutos e lá apareceu um carro - amarelo, claro, que esta é a cor dos táxis na Madeira - que nos trouxe para o Inatel, que fica quase na Ponta da Calheta.
Como já nos tinham sido pedidos por e-mail os dados de identificação, o check-in foi muito simples e rápido: dissemos o nome e deram-nos a chave do quarto... e o comando da televisão.
O quarto é espartano mas espaçoso e confortável. Não tem quadros nas paredes nem nada supérfluo. Somente o necessário para dormir bem.

Acordar. Abrir as cortinas. Deixar entrar o sol.
O pequeno-almoço é na cave mas ao nível da piscina, uma sala de refeições com muita luz. E com uma grande oferta. Nunca esperei encontrar num hotel de 3 *** estrelas um bufete ao pequeno-almoço. Com uma boa oferta de pão fresco, dois tipos de queijo (flamengo e mozzarella), fiambre e fiambre de peru, vários cereais, resumindo, um bom pequeno-almoço.

Com energia suficiente pusemo-nos a caminho - para uma caminhada de 22 km! Seguimos pela praia, pela areia dourada, até à cidade.

Perto da cidade a praia deixa de ser somente de areia para ter muitas pedras. Parece que, a partir do momento em que foi construído o Porto de Abrigo do Porto Santo, a areia que circula com as marés ali fica presa, acumulando-se dentro do Porto de Abrigo.
Estátua de Cristóvão Colombo

Estátua do Infante D. Henrique

Passámos as estátuas de Cristóvão Colombo e do Infante D. Henrique e começámos então a subida até ao Pico do Facho, ponto mais alto ilha,com 516 m de altitude. Vai-se pela estrada mas não incomoda pois há pouquíssimo trânsito para lá. Em tempos, este pico foi importante, pois era daqui que se informava a população da ilha e da Madeira da aproximação de piratas.

Agora o cimo está ocupado pela NAV que ali tem as suas infraestruturas de radar.

Interessante haver muitos picos aqui em Porto Santo. Dizem que eram as chaminés dos vulcões há mais de 10 milhões de anos.


No regresso ao hotel fomos surpreendidos pela chuva que tinha passado o dia a ameaçar cair. Chegámos completamente encharcados.
O inatel não tem secadores  de cabelomas empresta um a pedido.
Depois de um belo duche quente, preparámo-nos para o jantar na Ponta da Calheta. Porém para aperitivo - e enquanto esperávamos que chegasse a carrinha que nos iria levar ao restaurante - quisemos beber uma poncha. Pedimos no bar do inatel. Veio o barman João Rocha que nos preparou na hora a poncha tradicional madeirense feita de aguardente de cana,açúcar e sumo de limão: No fundo de um copo colocou a casca de 1/2 limão e 2 colheres de açúcar. Bateu com o pau do almofariz
Juntou 1 copo de aguardente de cana, 1/2 copo de sumo de 1 limão e 1/2 copo de 1 laranja e mel a gosto. Bateu bem com o caralhinho, o pau usado para mexer a poncha. Coou e serviu-nos.
Segundo uns historiadores um antecedente longínquo desta bebida já era usado nas navegações portuguesas e castelhanas do século XVI: nas longas viagens marítimas, conservava-se o limão em aguardente e mel de cana. No Brasil originou a caipirinha e em Cabo Verde o grogue . E na Índia o pãnch, feita com arrack – aguardente de arroz ou noz de coco -, sumo de limão, açúcar, especiarias e água.

Logo chegou o transporte - gratuito - para o restaurante Ponta da Calheta. O restaurante está mesmo em frente do Ilhéu da Cal, tão perto que me apeteceu nadar até lá - mas não dá por causa das correntes cruzadas. Tive pena!
Ilhéu da Cal

Consolei-me com a boa comida da cozinheira Celina. A sopa de peixe, à base de atum, estava divinal. O atum fresco grelhado com milho frito estava de comer e chorar por mais. 
Sopa de peixe

Atum grelhado com milho frito


Pudim de maracujá
Mas quando fui falar com a Celina para ela me explicar como fazia ... fiquei a saber que compra já congelado na Madeira e só frita no restaurante. Mas não deixa de ser bom. Tudo vem da Madeira. Os pescadores e outros fornecedores artesanais do Porto Santo não têm atividade declarada nas Finanças e não podendo passar facturas não podem ser considerados fornecedores... É uma pescadinha de rabo na boca. E há que cumprir a lei. Ainda há meses o restaurante foi alvo de uma rusga por parte da GNR. Entraram por ali adentro e investigaram tudo.

O nascer do sol da janela do nosso quarto 
O dia amanheceu cheio de sol, mesmo convidativo para um nova caminhada, desta feita pelo lado sudoeste da ilha.

Caminhámos pela praia até à Ponta da Calheta. Apesar de nos terem dito que não dava, tentámos chegar à praia do Zimbralinho pelas falésias. A maré estava a subir e a meio do caminho concluímos que não iríamos conseguir. As ondas já estavam a bater por onde passávamos e resolver voltar para trás e fazer o caminho indicado pela estrada.
As falésias do Cabeço das Flores, na ponta mais a oeste do Porto Santo, e que formam a baía do Zimbralinho, elevam-se a cerca de 183 metros acima do nível do mar. Em direcção ao horizonte, no lado sudeste, erguem-se as Ilhas Desertas – onde moram as cagarras... Do lado sudoeste, vislumbra-se a ilha da a Madeira.
Baía do Zimbralinho


Desde o entroncamento para o miradouro do Cabeço das Flores, o caminho à direita segue em direcção ao Zimbralinho - 1 km de terra batida muitíssimo íngreme. Mas vale a pena. Pelo caminho, pontinhos brancos chamaram a nossa atenção: eram m fósseis de caracóis. Milhares de fósseis de caracol. A 400 m da enseada, onde o caminho se torna mais íngreme uns cartazes bem visíveis avisam do perigo de queda de pedras. A ida até à enseada faz-se por risco próprio. Nós arriscámos. Realmente nota-se que ali muitas pedras se soltam da falésia. Felizmente chegámos sãos e salvos à enseada. A praia é somente de calhau mas as águas são turquesas e totalmente cristalinas. Depois de um belo banho nas águas cálidas comemos a nossa sandes ao som das pedras a rolarem nas ondas.
Havia que arranjar força para subirmos uma ladeira íngreme de 1km de extensão. Felizmente no caminho há muito que ver para nos distrair do esforço da subida, como por exemplo, as sequências vulcânicas submarinas, de natureza basáltica, contemporâneas da fase de pré-emersão da ilha. Ou os melhores exemplares de lavas em almofada ou em rolo (pillow lavas), devido ao seu aspeto de secção sensivelmente esférica. Estas lavas são representativas de erupções subaquáticas.
Também se pode ver alteração do tipo esferoidal ou em bola, que ocorre frequentemente em rochas de origem magmática, devido ação erosiva causada pela diferença de temperatura e em especial pela ação química da água.
O que nos chamou a atenção foram muitos pontinhos brancos no meio das pedras. Aproximámo-nos e vimos que eram milhares de fósseis de caracóis.



De regresso à estrada, parámos na Adega das Levadas onde o Sr. Caetano produz vinho generoso a partir de castas autóctones: canim, jaqué e um pouco de caracol para o vinho doce e monocasta caracol para o vinho seco. Na sua propriedade tem também "pregilo", uma planta comestível cozida e em escabeche ou como salada.
A adega da Adega das Levadas do Sr. Caetano

Aguardente de vinho com paus de cana do açúcar

O nosso último jantar foi no restaurante Panorama, na ponta nordeste da ilha com uma fantástica vista para toda a ilha e um lugar privilegiado para ver o pôr do sol. 
Mesmo com nuvens o pôr do sol é maravilhoso

Fantástica vista sobre toda a ilha

Adquirido há quatro anos por um jovem casal da Madeira, o restaurante tem um pessoal muito afável e uma cozinha fantástica e muito cuidada. Deliciámo-nos com camarão frito à entrada, medalhões de atum fresco braseado com puré de batata doce e legumes estufados e tarte de abóbora com gelado de baunilha para a sobremesa. 

Camarão frito

Atum braseado sobre puré de batata doce e legumes estufados



Todo o nosso fantástico fim de semana sofreu uma grande impato negativo como  voo de regresso da TAP que atrasou 2 horas! Partimos às 00h45, só tendo aterrado em Lisboa às 2h da manhã. A informação da TAP aos passageiros foi nula e nenhum gesto de simpatia no seguimento deste atraso. 

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Diário de um tratamento termal

1º dia
Uns dias antes ligáramos para a Sulfúrea, em Cabeço de Vide,  para confirmar o horário das consultas. “Todos os dias das 8h às 11h e das 15h às 17h30”.
Por causa das eleições decidimos ir à consulta de Domingo, 6/10, à tarde. Chegámos às 16h05. A inscrição foi rápida. Perguntámos quantas pessoas estavam à nossa frente : 4. E quanto tempo vai demorar: “Isso é que não lhe posso dizer. Sei lá!” 
Lembrei-me então de perguntar se as consultas já tinham começado. “Não!”
Ok. Início atrasado. O tratamento termal é também um exercício de paciência. Paciência é uma virtude, dizem is chineses.
E ali fiquei na sala de espera, felizmente cheia de luz, ... à espera....
Às 16h30 chamaram a 1ª pessoa. E logo a seguir a 2ª, a 3ª... Que consulta rápida, pensei. Afinal a chamada era para pesar e medir a tensão. No meu caso tudo ok, disse a funcionária que é ao mesmo tempo recepcionista e auxiliar de consulta.
E depois nova espera ... pela consulta. Dava ideia que o médico ainda não chegara ...
Eram quase 18h quando nos chamaram. A consulta foi rápida. Praticamente não tínhamos doenças, só um problema de sinusite crónica e de laringite recorrente.
Como já era tarde, já não dava para fazer o 1º tratamento.Fomos para casa jantar.

2º dia
Começámos os tratamentos e tudo correu sem uma única pedrinha na engrenagem. O pessoal técnico é muito simpático e atencioso.
Obviamente todos os tratamentos são feitos com a famosa água termal de Cabeço de Vide.Já os romanos utilizavam estas águas para fins medicinais. Pensa-se que a origem das termas é do ano 119 a.C. 
Estas águas são sulfurosas, hipossalinas e hipercalinas., sódicas e cálcicas, oxilidradas, com um pH muitíssimo elevado (11,5) e com elevado teor de sílica, cloretos e algum zinco.
São indicadas para doenças osteoarticulares e reumatismais crónicas, doenças das vias respiratórias e de pele. 
A sua captação é feita através de um furo a 120 m de profundidade. 


3º dia
Hoje a água estava mais quente e pareceu que até tinha mais efeito.
à tarde fomos (re)visitar as ruínas romanas de Torre de Palma e o Winehotel Torre de Palma. 
Estas ruínas romanas foram descobertas por acaso. Segundo reza a história, "numa manhã de março de 1947, a aiveca do charrueco de Joaquim Inocêncio, pôs a descoberto um pequeno fragmento de mármore trabalhado que pertencia ao capitel de uma coluna. À hora do jantar, ao meio-dia, engoliu rapidamente a açorda, muniu-se de um enchadão e foi direito ao local. A uns cinquenta centímetros de profundidade encontrou um pavimento de pedrinhas coloridas com figurações para ele totalmente desconhecidas.(...) Consciente do que tinha diante dos olhos, mandou remover alguma terra em volta da porção de mosaicos visível - deste modo começou a pôr a descoberto nada mais nada menos, do que o monumental Mosaico das Musas de 10,24m x 6,35m” (Lavoura Portuguesa,  nº.3 – 4, Março - Abril – 1967)
Saímos do telheiro que serve de bilheteira e começámos a visita pelas ruínas da Basílica Paleo-Cristã, provavelmente do século IV, com três naves de sete tramas e absides contrapostas, a qual tinha um batisfério em forma de cruz, de Lorena, com dois lanços opostos de quatro degraus, considerado como sendo um dos mais complexos da Península Ibérica, só paralelos na Palestina e no Norte de África.
Basílica Palo-Cristã
Depois aventurámo-nos pelo campo adentro, para visitarmos a Villa rustica. Trata-se duma sumptuosa residência que terá pertencido a uma poderosa família romana, os Basilii, cujo nome é conhecido através de uma inscrição encontrada no local, que aqui viveram entre os séculos II e IV e aqui construíram uma sumptuosa residência, explorando um vasto latifúndio, que incluía lagares, celeiros e outras dependências agrícolas.
A villa desenvolve-se em torno de um vasto pátio interior, de forma trapezoidal. As amplas instalações da residência dos proprietários, cuja entrada principal se fazia através do tablinum ou sala de receção, onde se encontrava o célebre mosaico das Musas, agora em Lisboa, estavam dispostas em torno de um peristylium, um pátio quadrangular com um alpendre assente em colunas que tinha um tanque ao meio, o impluvium, e era pavimentado com mosaicos diversos.
A axedra, a sala destinada à prática musical e ao convívio, abria também para o pátio, e o seu pavimento era constituído pelo mosaico dos cavalos. A sala dos banquetes ou triclinium, estava revestida de frescos com desenhos de flores e frutos; o pavimento era constituído por um mosaico com reproduções de flores.

Mesmo tendo sido despojada do seu principal tesouro, vale ainda a pena visitar a Torre de Palma, entre Vaiamonte e Monforte, no Alentejo.

A 150 m das ruínas está o Torre de Palma Wine HotelA antiga Herdade de Torre de Palma  da Sociedade Agrícola da família Costa Pinto, de mais de 2000 hectares, esteve durante mais de três décadas ao abandono. Tendo sido ocupada durante a Reforma Agrária, foi sede duma cooperativa agrícola durante nove anos. Começou então uma dura batalha jurídica entre os antigos proprietários, a família Costa Pinto, e o rendeiro, Dr. Teófilo Duarte, que chegou a ir até ao Tribunal Europeu. A ação foi ganha pelo rendeiro que acabou por vender a propriedade a um casal de farmacêuticos de Vila Fernando, Paulo Barrada Rebelo e Ana Isabel Rebelo, que se apaixonaram por ela assim que a conheceram. Uma história de amor que deu frutos: uma bela unidade hoteleira exclusiva entre Vaiamonte e Monforte.
Durante dois anos e dois meses e com um investimento de 6 milhões de euros, operou-se a transformação de edifícios agrícolas a um hotel, num compromisso muito bem conseguido entre o moderno e o tradicional.
Foram incorporados quer na arquitetura quer na decoração, tudo o possível. Infelizmente, muitos objetos tipicamente alentejanos desapareceram ao longo dos anos, como por exemplo, a bela mesa dos ganhões, as pias batismais e as cantarias da capela, entre outros.
Assim que se passa o original portão de grades, agora recuperado, fica-se numa ampla eira. À frente a antiga casa senhorial com a torre no cimo da qual um catavento com um orgulhoso galo marca presença. 
Antes de entrarmos na casa senhorial, paramos na pequena capela, à esquerda. Pequena, simples, todas em branco, com um altar de mármore sobre o qual está pendurado um belíssimo Cristo, feito em cortiça pelo artista plástico Pedro Vaza que, com esta obra, mostra mais uma vez a relação ancestral do homem com a natureza, tão típica do seu trabalho.
Entramos então na casa principal e subimos à torre que aprece rasgar o céu. Do seu alto, o cenário não poderia ser mais idílico, com o olhar a perder-se pela imensidão das terras, ainda com algumas searas e vinha. Visto do daqui, o pôr-do-sol é lindo, deixando o horizonte pintado com tons alaranjados dum fim de dia alentejano. 
Os alojamentos foram inspirados na vivência diária dos romanos. Marcados pela simplicidade e sofisticação, os 19 alojamentos (oito casas típicas alentejanas, um loft rural, cinco quartos no antigo celeiro e casa senhorial) esperam o visitante. As unidades de alojamentos, todas com uma decoração diferente, têm quarto e sala de jantar/de estar, mas não têm cozinha, podendo as refeições serem encomendadas no restaurante. 
Todos os locais comuns são polivalentes e multifunções. 
Nas antigas cavalariças foi instalado o bar, amplo e com baloiços como assentos. A biblioteca está na Sala da Torre. Na antiga cozinha com uma enorme lareira — aliás no hotel existem 21 lareiras — está a sala de jogos.
Para relaxar, o hotel tem à disposição não só duas piscinas (uma interior e uma exterior), como um spa e oferece ainda passeios pedestres, de BTT e a cavalo. Na adega está a loja onde se podem comprar não só o vinho da casa como produtos da região.



4º a 8º dias
Além dos tratamentos para as vias respiratórias - aerossóis, inalação, irrigação - fizemos também massagens. Fomos atendidas por uma massagista brasileira de Minas Gerais, Silvana Prudenciano, atleta de BTT e professora de Educação Física com "várias formações na área da massagem", há vários anos em Portugal. Em Portalegre vive somente há 4 meses.  
As tardes foram aproveitadas ou para passear de bicicleta, por exemplo, até Fronteira ou Alter do Chão ou para passear a pé pelos campos ou para ficar em casa a ler.
Enfim, 8 dias de tratamentos e sossego. Veremos como passaremos o inverno.






quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Banguecoque e Laos - 9º dia

Último dia da nossa viagem. Tínhamos tempo até às 15h. Decidimos visitar o que nos faltava: o templo Wat Xieng Thong e o antigo palácio real, agora transformado em Museu Nacional.
Em 1556, depois do rei Setthathirath ter mudada a capital de Luang Prabang para Venciana, fundou o convento Xieng Thong, da Cidade Dourada, para reforçar a importância religiosa da cidade. Quando em junho de 1887 as hordas dos Ho atacaram e destruíram a cidade, o templo foi poupada porque o seu líder tinha sido noviço aqui.

Wat Xieng Thong

Wat Xieng Thong

O objeto mais importante neste templo é, sem dúvida, o carro funerário que, em 1960, transportou a urna com corpo, em posição fetal, do rei Sisavang Vong de Luang Prabang para o wat That Luang, em Vienciana, onde foi cremado.
O complexo deste templo inclui vários edifícios que albergam várias estátuas de budas.
Do templo há uma escadaria muito íngreme até ao rio Mekong.
Continuámos o nosso passeio pela rua Sakkarine, ladeado de pequenas lojas e de muitos templos.
Monges a preparar a festa do dia 24 de outubro




Até que chegámos ao final da península onde o rio Khan desemboca no rio Mekong.
No parque um grupo de alunos estava a fazer um piquenique com dois professores e cantavam. Estavam alinhados em três filas e batiam as palmas enquanto cantavam. Nós sentámo-nos em frente como num concerto. As crianças cantavam bem e foi um prazer ouvi-las. Retribuímos cantando duas canções tradicionais portuguesas.



Chegámos ao Ho Khan, o palácio real, às 13h30, à hora que deveriam reabrir depois de almoço. Mas... o almoço dos funcionários deve ter-se atrasado e só abriram o guichet 5 minutos depois.
Há regras de vestuário para se visitar o palácio: não se pode estar de ombros nus nem mostrar os joelhos. Vinha preparada para tapar o meu top. Quanto aos calções, que eram bermudas mas ligeiramente por cima do joelho,... puxámo-lo para baixo. Felizmente a túnica e as camisas que tínhamos eram longas e nem se notava que os calções estavam em baixo...
O complexo onde está inserido o palácio real foi mandado construir em 1904-09, pelo rei Sisavang Vong, após a sua coroação, substituindo o palácio anterior madeira. Rompeu com a tradição, tanto no que respeita o estilo como o material usado. Até então a pedra era usada exclusivamente em edifícios religiosos. Todos os outros teriam de ser construídos em madeira.
Na parte superior da entrada do palácio pode ver-se um chapéu de chuva sobre Airavata, o elefante com três cabeças, que simboliza os três reinos históricos laocianos, e várias serpentes Naga entrelaçadas, simbolizando chuva e fertilidade.

Logo à direita de quem entra está, imponente, o belíssimo templo Ho Pha Bang, construído no estilo próprio de Luang Prabang, e que alberga a estátua do Buda Pha Bang. Segundo a lenda, esta estátua terá vindo do Sri Lanka, onde um monge a terá decorado com diversos metais e cristais. Esta figura de 54 kg terá sido feita no Cambodja em ouro, prata e bronze. Terá sido trazida em 1358 de Anghor Wat pela rainha consorte de Fa Ngum.
Templo Ho Pha Bang

Depois da visita fomos rapidamente para o hotel onde tomámos um duche e partimos para o aeroporto. Nem tivemos tempo para o almoço. Mas ao chegarmos ao aeroporto vimos um restaurante de rua com uns grelhados que nos pareceram feitos para nós. Após o check-in fomos até lá. Sobre a grelha estavam pedaços de entremeada e rabo de porco vem estaladiços. Não resistimos e comprámos. Sentámo-nos no hall do aeroporto e abancámos. Uma delicia! Bem temperado e bem grelhado.
Voo Luang Prabang na Bangkok Airways, Asia’s boutique airline, num avião ATR72-600. Esta companhia aérea ganhou dois prémios Skytrax: World’s best regional airline e Best regional airline in Asia. E com razão. Pessoal de terra muito competente e disposto a resolver desafios (pedimos para fazer through check-in das nossas bagagens até Lisboa, para onde voamos a partir de Banguecoque via Dubai na Emirates), pessoal de bordo muito simpático e serviço de bordo requintado (talher de metal, folhado - infelizmente não estaladiço - de perto de frango, pudim verde de côco, vinho, cerveja, sumos, água, chá e café). Descolámos 15 minutos antes da hora programada, tendo chegado às 19h10, em vez das 19h35 programadas - sem vantagem para nós, pois o nosso voo para o Dubai só partiria à 1 da manhã.