1º dia
Uns dias antes ligáramos para a Sulfúrea, em Cabeço de Vide, para confirmar o
horário das consultas. “Todos os dias das 8h às 11h e das 15h às 17h30”.
Por causa das eleições decidimos ir à consulta de
Domingo, 6/10, à tarde. Chegámos às 16h05. A inscrição foi rápida. Perguntámos quantas
pessoas estavam à nossa frente : 4. E quanto tempo vai demorar: “Isso é que não
lhe posso dizer. Sei lá!”
Lembrei-me então de perguntar se as consultas já tinham começado. “Não!”
Lembrei-me então de perguntar se as consultas já tinham começado. “Não!”
Ok. Início atrasado. O tratamento termal é também um
exercício de paciência. Paciência é uma virtude, dizem is chineses.
E ali fiquei na sala de espera, felizmente cheia de luz,
... à espera....
Às 16h30 chamaram a 1ª pessoa. E logo a seguir a 2ª, a
3ª... Que consulta rápida, pensei. Afinal a chamada era para pesar e medir a
tensão. No meu caso tudo ok, disse a funcionária que é ao mesmo tempo
recepcionista e auxiliar de consulta.
E depois nova espera ... pela consulta. Dava ideia que o médico ainda não chegara ...
Eram quase 18h quando nos chamaram. A consulta foi rápida. Praticamente não tínhamos doenças, só um problema de sinusite crónica e de laringite recorrente.
Como já era tarde, já não dava para fazer o 1º tratamento.Fomos para casa jantar.
Eram quase 18h quando nos chamaram. A consulta foi rápida. Praticamente não tínhamos doenças, só um problema de sinusite crónica e de laringite recorrente.
Como já era tarde, já não dava para fazer o 1º tratamento.Fomos para casa jantar.
2º dia
Começámos os tratamentos e tudo correu sem uma única
pedrinha na engrenagem. O pessoal técnico é muito simpático e atencioso.
Obviamente todos os tratamentos são feitos com a famosa
água termal de Cabeço de Vide.Já os romanos utilizavam estas águas para fins medicinais. Pensa-se que a origem das termas é do ano 119 a.C.
Estas águas são sulfurosas, hipossalinas e hipercalinas., sódicas e cálcicas, oxilidradas, com um pH muitíssimo elevado (11,5) e com elevado teor de sílica, cloretos e algum zinco.
São indicadas para doenças osteoarticulares e reumatismais crónicas, doenças das vias respiratórias e de pele.
A sua captação é feita através de um furo a 120 m de profundidade.
Estas águas são sulfurosas, hipossalinas e hipercalinas., sódicas e cálcicas, oxilidradas, com um pH muitíssimo elevado (11,5) e com elevado teor de sílica, cloretos e algum zinco.
São indicadas para doenças osteoarticulares e reumatismais crónicas, doenças das vias respiratórias e de pele.
A sua captação é feita através de um furo a 120 m de profundidade.
3º dia
Hoje a água estava mais quente e pareceu que até tinha
mais efeito.
à tarde fomos (re)visitar as ruínas romanas de Torre de Palma e o Winehotel Torre de Palma.
Estas ruínas romanas foram descobertas por acaso. Segundo reza a história, "numa manhã de março de 1947, a aiveca do charrueco de Joaquim Inocêncio, pôs a descoberto um pequeno fragmento de mármore trabalhado que pertencia ao capitel de uma coluna. À hora do jantar, ao meio-dia, engoliu rapidamente a açorda, muniu-se de um enchadão e foi direito ao local. A uns cinquenta centímetros de profundidade encontrou um pavimento de pedrinhas coloridas com figurações para ele totalmente desconhecidas.(...) Consciente do que tinha diante dos olhos, mandou remover alguma terra em volta da porção de mosaicos visível - deste modo começou a pôr a descoberto nada mais nada menos, do que o monumental Mosaico das Musas de 10,24m x 6,35m” (Lavoura Portuguesa, nº.3 – 4, Março - Abril – 1967)
Saímos do telheiro que serve de
bilheteira e começámos a visita pelas ruínas da Basílica Paleo-Cristã, provavelmente do século IV, com três naves de sete tramas e absides contrapostas, a qual tinha um batisfério em forma de cruz, de Lorena, com dois lanços opostos de quatro degraus, considerado como sendo um dos mais complexos da Península Ibérica, só paralelos na Palestina e no Norte de África.
Basílica Palo-Cristã |
Depois aventurámo-nos pelo campo adentro, para visitarmos a Villa rustica. Trata-se
duma sumptuosa residência que terá pertencido a uma poderosa família romana, os
Basilii, cujo nome é conhecido através de uma inscrição encontrada no local, que
aqui viveram entre os séculos II e IV e aqui construíram uma sumptuosa
residência, explorando um vasto latifúndio, que incluía lagares, celeiros e
outras dependências agrícolas.
A villa desenvolve-se em torno de um vasto
pátio interior, de forma trapezoidal. As amplas instalações da residência dos
proprietários, cuja entrada principal se fazia através do tablinum ou sala de receção, onde se encontrava o célebre mosaico
das Musas, agora em Lisboa, estavam dispostas em torno de um peristylium, um pátio quadrangular com
um alpendre assente em colunas que tinha um tanque ao meio, o impluvium, e era pavimentado com
mosaicos diversos.
A axedra, a sala destinada à prática
musical e ao convívio, abria também para o pátio, e o seu pavimento era
constituído pelo mosaico dos cavalos. A sala dos banquetes ou triclinium, estava revestida de frescos
com desenhos de flores e frutos; o pavimento era constituído por um mosaico com
reproduções de flores.
Mesmo tendo sido despojada
do seu principal tesouro, vale ainda a pena visitar a Torre de Palma, entre
Vaiamonte e Monforte, no Alentejo.
A 150 m das ruínas está o Torre de Palma Wine Hotel. A
antiga Herdade de Torre de Palma da Sociedade Agrícola da família Costa
Pinto, de mais de 2000 hectares, esteve durante mais de três décadas ao
abandono. Tendo sido ocupada durante a Reforma Agrária, foi sede duma
cooperativa agrícola durante nove anos. Começou então uma dura batalha jurídica
entre os antigos proprietários, a família Costa Pinto, e o rendeiro, Dr.
Teófilo Duarte, que chegou a ir até ao Tribunal Europeu. A ação foi ganha pelo
rendeiro que acabou por vender a propriedade a um casal de farmacêuticos de
Vila Fernando, Paulo Barrada Rebelo e Ana Isabel Rebelo, que se apaixonaram por
ela assim que a conheceram. Uma história de amor que deu frutos: uma bela
unidade hoteleira exclusiva entre Vaiamonte e Monforte.
Durante
dois anos e dois meses e com um investimento de 6 milhões de euros, operou-se a
transformação de edifícios agrícolas a um hotel, num compromisso muito bem
conseguido entre o moderno e o tradicional.
Foram
incorporados quer na arquitetura quer na decoração, tudo o possível.
Infelizmente, muitos objetos tipicamente alentejanos desapareceram ao longo dos
anos, como por exemplo, a bela mesa dos ganhões, as pias batismais e as
cantarias da capela, entre outros.
Assim
que se passa o original portão de grades, agora recuperado, fica-se numa ampla
eira. À frente a antiga casa senhorial com a torre no cimo da qual um catavento
com um orgulhoso galo marca presença.
Antes
de entrarmos na casa senhorial, paramos na pequena capela, à esquerda. Pequena,
simples, todas em branco, com um altar de mármore sobre o qual está pendurado
um belíssimo Cristo, feito em cortiça pelo artista plástico Pedro Vaza que, com
esta obra, mostra mais uma vez a relação ancestral do homem com a natureza, tão
típica do seu trabalho.
Entramos
então na casa principal e subimos à torre que aprece rasgar o céu. Do seu alto,
o cenário não poderia ser mais idílico, com o olhar a perder-se pela imensidão
das terras, ainda com algumas searas e vinha. Visto do daqui, o pôr-do-sol é
lindo, deixando o horizonte pintado com tons alaranjados dum fim de dia
alentejano.
Os
alojamentos foram inspirados na vivência diária dos romanos. Marcados pela
simplicidade e sofisticação, os 19 alojamentos (oito casas típicas alentejanas,
um loft rural, cinco quartos no antigo celeiro e casa senhorial) esperam o
visitante. As unidades de alojamentos, todas com uma decoração diferente, têm
quarto e sala de jantar/de estar, mas não têm cozinha, podendo as refeições
serem encomendadas no restaurante.
Todos
os locais comuns são polivalentes e multifunções.
Nas
antigas cavalariças foi instalado o bar, amplo e com baloiços como assentos. A
biblioteca está na Sala da Torre. Na antiga cozinha com uma enorme lareira —
aliás no hotel existem 21 lareiras — está a sala de jogos.
Para
relaxar, o hotel tem à disposição não só duas piscinas (uma interior e uma
exterior), como um spa e oferece ainda passeios pedestres, de BTT e a cavalo. Na adega está a loja onde se podem comprar não só o vinho da casa como produtos da região.
4º a 8º dias
Além dos tratamentos para as vias respiratórias - aerossóis, inalação, irrigação - fizemos também massagens. Fomos atendidas por uma massagista brasileira de Minas Gerais, Silvana Prudenciano, atleta de BTT e professora de Educação Física com "várias formações na área da massagem", há vários anos em Portugal. Em Portalegre vive somente há 4 meses.
As tardes foram aproveitadas ou para passear de bicicleta, por exemplo, até Fronteira ou Alter do Chão ou para passear a pé pelos campos ou para ficar em casa a ler.
Enfim, 8 dias de tratamentos e sossego. Veremos como passaremos o inverno.
Além dos tratamentos para as vias respiratórias - aerossóis, inalação, irrigação - fizemos também massagens. Fomos atendidas por uma massagista brasileira de Minas Gerais, Silvana Prudenciano, atleta de BTT e professora de Educação Física com "várias formações na área da massagem", há vários anos em Portugal. Em Portalegre vive somente há 4 meses.
As tardes foram aproveitadas ou para passear de bicicleta, por exemplo, até Fronteira ou Alter do Chão ou para passear a pé pelos campos ou para ficar em casa a ler.
Enfim, 8 dias de tratamentos e sossego. Veremos como passaremos o inverno.