Nada melhor do que
“fugir de casa” após uma semana cheia de trabalho. Afastarmo-nos do dia-a-dia
para relaxar completamente.
Foi o que fizemos na 6ª
feira. O destino não teve de ser a muitos quilómetros de casa, mas foi
suficientemente relaxante. Passar dois dias no hotel The Oitavos na Quinta da
Marinha, em Cascais, deu-nos a energia perdida numa semana de muito trabalho.
O edifício, idealizado pelo arquiteto José Amaral Anahory, tem a
forma de um Y perfeito, com braços simétricos, permitindo assim que todos os
quartos tenham vista para o mar. A escolha é entre nascer do sol e pôr-do-sol,
ou seja, vista para o mar ou para o golfe. Está construído no meio de uma
vegetação arenosa selvagem.
O lay out dos quartos baseia-se no conceito
de open space, aliás como
todo o hotel. As grandes varandas permitem “aumentar” o quarto para o exterior.
O nosso quarto, no 3º e último andar, era um premium
loft, muito arejado, grande
(64 m2!) com uma varanda enorme. A cama king
size com cabeceira espelhada está virada para a varanda para se ver
a paisagem; os edredões e os travesseiros são aconchegadores, de penas de
ganso, e os lençóis suaves, de cetim de algodão. Gostei dos focos de leitura que me permitiu ler o meu livro antes
de adormecer sem incomodar o outro ocupante da cama.
O azul do mar que se vê da
varanda reflete-se no interior do edifício, que é todo em azul. A banheira e os
lavatórios – 2 para não nos incomodarmos mutuamente quando estamos a lavar os
dentes – eram também azuis. A banheira está colocada junto à janela – o banho
de imersão com vista para a paisagem ainda soube melhor. O duche é do tipo
chuva e nem apetece sair debaixo de água. Falando de duches, a sanita é como as
habituais no Japão e noutros países asiáticos com duche e secador integrado. Um
luxo!
Chegámos na 6ª feira ao
final da tarde. Sentámo-nos na varanda a beber um gim tónico e a admirar a
beleza da paisagem e ao longe o mar.
Resolvemos jantar no
hotel para não termos de sair. Ainda pensámos ir a pé até à Casa da Guia, mas
de noite e com ameaça de chuva não estava convidativo.
Descemos e sentámo-nos
no restaurante. O empregado era muito simpático e começou a explicar-nos a
ementa. Mas nós não queríamos comer muito e apresentou-nos da opção de petiscos
que poderíamos comer em qualquer lugar, ali no restaurante, nos sofás, no bar.
Todo o andar térreo do hotel é um open
space com 2000 m2,
cheio de informalidade. Todos os móveis — sofás, mesas, biombos — têm rodas. A
decoração do espaço é assim facilmente mudada - e as decisões dos clientes.
Fomos então para o bar, onde fomos servidos por empregado igualmente simpático.
À nossa frente a cozinha, com paredes de vidro que nos permitiam ver a azáfama
dos cozinheiros. E os clientes – uma família de pai, mãe e três rapazes – que
escolheram “The chef’s table”: jantam sentados no meio da cozinha um menu de
degustação preparado especialmente por chefe executivo Cyril Devilliers. Nós
decidimo-nos por uma salada de polvo, choco fito e pica-pau de vaca com imperial
a acompanhar. Estava tudo delicioso!
Quando acabámos de comer fomos para os sofás ler o jornal, mas
passado pouco tempo subimos porque já estávamos com sono. Ainda nos sentámos
nos sofás em frente da televisão mas o sono pedia a cama – à frente da qual
também havia uma TV.
No sábado preguiçámos – era sábado e estávamos sem compromissos.
Por fim, lá nos levantámos e fomos para o pequeno-almoço. A oferta é não só
variada como de alta qualidade. Muita fruta tropical no ponto certo de
maturação e muito bem apresentada. Vários tipos de queijos, de enchidos, até
vaca seca ao sol, uma especialidade. Os quentes são à la carte e incluem
omeletas, ovos mexidos, ovos cozidos, escalfados e estrelados, crepes e waffels.
Cheios de energia resolvemos ir a pé até Cascais – uma bela
caminhada de 15 km, ida e volta! Descobrimos o Bairro dos Museus, que
desconhecíamos de todo, um novo conceito de cultura: num mesmo perímetro
geográfico diversos equipamentos culturais: 12 museus e 2 parques urbanos!
Parámos no Centro Cultural, que funciona no antigo convento de Nossa Senhora da
Piedade, para ver a exposição de fotografias de Sam Shaw que se especializou a
fotografar artistas de cinema nos anos 1950-1960.
De regresso ao hotel fomos ao spa. A sauna e o banho turco são
espaços grandes com grandes janelas para o exterior. Ou seja, estamos sentados
na sauna e no banho turco a observar a paisagem. A piscina interior é e água do
mar aquecida, tal como a exterior, e com jatos de água de balneoterapia.
Deixámos a água massajar os ombros, as costas e especialmente as pernas,
cansadas da caminhada.
Depois de tudo isto estávamos prontos para ir jantar. Antes de nos
deitarmos ainda jogámos uma partida de bilhar.
Domingo, antes de partimos, ainda fomos à piscina interior antes
do pequeno-almoço. E de regresso ao quarto, antes de partimos, ainda aproveitei
a varanda e paisagem: como estava frio, enrolei-me na manta e bem refastelada
no sofá exterior descansei a mente a olhar para o mar. Um belo fim-de-semana!