quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Dalí virtuoso – uma exposição permanente em Berlim




Ao prepararmos a nossa viagem a Berlim, descobrimos que havia uma exposição de Dalí. Ao estudarmos melhor a informação, vimos com espanto que se tratava de uma exposição permanente. "O surrealismo para todos" - este é o espírito no qual mais de 400 das obras desta personalidade enigmática estão agora permanentemente em exibição na Praça de Potsdam, no coração de Berlim (Alemanha).

Salvador Dalí (1904 – 1989) – um dos artistas mais talentosos - e dos mais espetaculares - da era moderna. Esta exposição dá-nos visão mais abrangente sobre domínio experimental virtuoso de Dalí de quase todas as técnicas artísticas.
Neste museu privado são apresentadas mais de 2 000 obras de coleções particulares de todo o mundo, incluindo desenhos, litografias, gravuras, xilogravuras, livros ilustrados, documentos e obras de apoio, gráficos originais e portfolios completos, itens projetados pelo próprio artista, obras tridimensionais, vários objetos e esculturas, assim como relatos contemporâneos, textos e sequências de filmes. O fundador e curador, Carsten Kollmeier, projetou esta seleção em constante mudança, em estreita cooperação com os colecionadores e sua equipa.

A exposição começa com "Don Quixote", a sua primeira obra litográfica, com o qual Dalí criou a técnica do "bulletism": no corpo de D. Quixote estão desenhados miniaturas (de tal maneira pequenas que mal só se veem se nos aproximarmos do quadro) de centenas de soldados disparando mosquetes antigas (os chamados arcabuzes). Outras obras mostram a outra técnica por si criada, a “drypoint etching”, que ele usa no seu trabalho de "Tristão e Isolda". Mais adiante na exposição temos o ciclo da "Divina Comédia" de Dante, uma encomenda do governo italiano. Resumindo, a exposição oferece uma oportunidade única para redescobrir Dalí. “Entrem no meu cérebro”, como Dalí desafiava as pessoas. "O facto de que eu mesmo, quando estou a pintar, não entender o significado das minhas obras não significa que elas não tenham um sentido; bem pelo contrário, o seu significado é tão profundo, complexo, coerente e involuntário que ilude a simples análise de intuição lógica ", escreveu Dalí no seu ensaio," A Conquista do Irracional", em 1935.

Com esta exposição conseguimos entrar um pouco mais no cérebro de Dalí.