terça-feira, 8 de novembro de 2016

Funchal, o descanso da alma

Madeira. Ilha das flores. Ilha da eterna primavera. Pérola do oceano. São inúmeros os epítetos desta bela ilha. Uma coisa é porém certa: a Madeira é linda. É um prazer passearmos no Funchal, uma cidade muito cuidada, limpa, arranjada. Cheia de flores. Um encanto para a alma. Passar uns dias, um mero fim-de-semana, na Madeira repousa-nos e dá-nos novas energias para o stress do nosso quotidiano.
O arquipélago da Madeira está a mil quilómetros de Lisboa e é formado pelas ilhas da Madeira e Porto Santo e por dois grupos de ilhas desabitadas, as Desertas e as Selvagens, ambas parques naturais e zonas protegidas. A Madeira é banhada pelas águas quentes da corrente quente do Golfo do México; daí o seu clima ameno – a eterna Primavera.
A cidade do Funchal está localizada numa belíssima baía, emoldurada de colinas, com o casario disposto em anfiteatro em direção ao mar. O nome de Funchal provém do funcho, que aqui abundava quando foi colonizada. A cidade foi fundada a 21 de agosto de 1508, sendo a primeira cidade a ser criada fora da Europa.
Estação do teleférico
Na Zona Velha da cidade do Funchal podemos passear descontraidamente pelas suas ruelas, contemplando parte do seu casario já recuperado. Na Praça da Autonomia, construída no século passado, como marco histórico da autonomia alcançada para esta região, temos a estátua da autoria do escultor madeirense Ricardo Velosa e a estação do teleférico, concebido como sistema de transporte essencialmente turístico entre a zona baixa do Funchal e o Monte, recuperando um dos passeios mais tradicionais e apreciados pelos turistas e pela população, outrora feito através do comboio do Monte. A descida do Monte é feita nos
famosos “carros de cesto”,   produzidos artesanalmente, com vimes e madeira. Dispõem de dois lugares sentados e são conduzidos e controlados por dois carreiros, trajados de branco e com chapéu de palha na cabeça que, a pulso e com grande arte, utilizam as próprias botas, com grossas solas de borracha, como travões.  A viagem

O caminho percorrido pelos carrinhos de cesto
é bastante inclinado 
entre o Monte e o Livramento tem cerca de 2 Km e garante 10 minutos de pura emoção.
Voltando para o centro da cidade, para a Praça da Autonomia, temos o teleférico, projetado para permitir que o passageiro desfrute das fantásticas vistas proporcionadas pelo passeio “aéreo”, os vários jardins, a beleza natural das Babosas e do vale da ribeira de João Gomes, entre outros.
Em frente da estação do teleférico, está o velho cinema, agora recuperado. Nele foi instalado o Madeira Story Centre, onde se relata a História e a cultura da ilha da Madeira, utilizando os cinco sentidos do visitante, através de jogos interativos, cheiros, sons, imagens e desafios.
Na Zona Velha sobressai a Sé Catedral do Funchal, cuja construção foi iniciada a 5 de
Sé Catedral
Novembro de 1485, e finalizada em 1517. A Sé, com três naves centrais, possui vários estilos, sendo o mais predominante o Gótico e o Barroco na decoração. Podem ainda ver-se 12 painéis de pintura flamenga. O teto é Hispano-árabe, feito em mad
eira de cedro com incrustações de marfim. Ligada a este local, uma nota de interesse: foi nesta zona da cidade que no século XV se fez a primeira plantação de cana-de-açúcar com estacas vindas da Sicília.
No passeio em frente da Sé ergue-se a meio, em frente do edifício do Banco de Portugal a estátua João Gonçalves Zarco, construída pelo escultor madeirense Francisco Franco. Aqui perto está o Palácio de São Lourenço, construído na primeira metade do século XVI, embora tenha sido finalizado no reinado dos Filipes. Foi residência dos Capitães Donatários do Funchal e de Governadores. Atualmente
Gonçalves Zarco
é residência oficial do Representante da República na Região.
No final deste passeio está a Rotunda do Infante, onde sobressai ao centro uma esfera armilar representando o mundo e o período áureo de Portugal dos Descobrimentos. Num dos lados da rotunda, uma escadaria, ao lado da qual se ergue a estátua do Infante D. Henrique, leva ao Jardim de Santa Catarina, que deve o seu nome à pequena capela do século XV, aqui existente. Ao lado da capela, temos a estátua de Cristóvão Colombo. Deste parque tem-se uma vista geral sobre o Porto do Funchal e sobre a cidade – e sobre o hotel e Museu CR7, onde Cristiano Ronaldo mostra aos fãs todos os seus troféus e recordações.

O edifício rosa forte no final do jardim é a Quinta Vigia, residência oficial do Presidente do Governo Regional da Madeira, outrora habitada pela Imperatriz Sissi da Áustria. Esta quinta era muito maior chegando aos jardins do atual Casino da Madeira, onde se encontra uma Estátua de Sissi da autoria do escultor Lagoa Henriques. O Hotel Casino foi concebido pelo arquiteto brasileiro Óscar Nimeyer, o pai de Brasília.
Um passeio pelo Funchal não fica completo sem um copinho (ou mais) de poncha, a bebida tipicamente madeirense. A melhor maneira de terminar um dia no Funchal.