quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Ilha do Corvo, Açores




 Uma aventura, a ida ao Corvo. 

A ilha mais pequena do arquipélago dos Açores, com uma superfície total de 17,13 km², 6,5 km de comprimento por 4 km de largura, foi  possivelmente descoberta por Diogo de Teive em 1452. Em janeiro do ano seguinte, Afonso V de Portugal doou as ilhas do Corvo e das Flores ao seu tio, Afonso I, Duque de Bragança

A primeira tentativa de povoamento do Corvo foi empreendida no início do século XVI por um grupo de 30 pessoas, lideradas por Antão Vaz de Azevedol, natural da ilha da Terceira, que mais tarde a  abandonaram. O mesmo sucedeu com um grupo de povoadores, também oriundos da Terceira, liderados pelos irmãos Barcelos. Mais tarde, em meados do século,  Gonçalo de Sousa, capitão do donatário das ilhas das Flores e do Corvo, foi autorizado a mandar para ilha escravos – provavelmente mulatos, oriundos da ilha de Santo Antão, arquipélago de Cabo Verde – de sua confiança como agricultores e criadores de gado.

Em 1570 foi construída a primeira  igreja. Por volta de 1580, colonos das Flores fixam-se no Corvo, que, a partir de então passou a ser permanentemente habitada, dedicando-se a população à agricultura, à pastorícia e à pesca.

Hoje em dia , o Corvo tem 384 habitantes. Este número aumenta durante o dia com a visita de turistas, vindos das Flores.

Nós também lá fomos numa viagem de um dia. Às 9h30 apresentámo-nos no Porto das Poças, onde estava atracado um barco de borracha, amarelo, com três filas de assentos que mais lembravam selas de cavalos. 


Depois de o skipper nos ter dado os coletes e de as nossas mochilas term sido postas a salvo da água, entrámos no barco e escarranchámo-nos nas “selas”. Partimos em grande velocidade sempre vendo a ilha do Corvo à nossa frente, qual cenoura em frente do nariz. A dada altura, o Skipper para o motor. 



Que se passa? Muitas famílias de golfinhos stenella, golfinhos pintados do Atlântico, ou teninhos, como carinhosamente lhes chamam os pescadores do Corvo, brincavam à volta do nosso barco. Os bebés golfinhos pulavam de divertimento.

Finalmente aproximámo-nos da ilha do Corvo. Do mar só se vêem escapas altíssimas. Parece que um bloco de rocha caiu ali no meio do oceano. Impressionante. A escarpa mais alta tem 700 metros de altura!


Numa fajã lávica , foi estabelecida a única povoação da ilha, a Vila do Corvo. No porto, três carrinhas esperavam os visitantes para os levarem até ao “caldeirão”. A ilha é formada por uma única montanha vulcânica extinta, o Monte Gordo,  coroado com uma ampla cratera de abatimento chamada localmente de Caldeirão, com 3,7 km de perímetro e 300 metros de profundidade e onde se aloja a Lagoa do Caldeirão com podem várias turfeiras e sete pequenas "ilhotas", duas compridas e cinco redondas. 

Depois de um pequeno passeio pelo rebordo do “caldeirão “, viemos a pé até à Vila do Corvo. Os 7 km , sempre a descer, presenteiam-nos com paisagens belíssimas das pastagens da ilha, com conjuntos de casas típicas antigas, com a ilha das Flores ao longe e com a própria vila ao fundo,  Com as suas hortas, pois do si é possível a agricultura na ilha  


Antes de regressar às Flores, visitámos ainda Igreja de Nossa Senhora dos Milagres, construída em 1795, que veio substituir a primitiva ermida. No seu interior, sobressaem a estátua da padroeira, obra flamenga do século XVI da escola de Malines, um Cristo em marfim e uma imagem em madeira de Nossa Senhora da Conceição.



 

A viagem a regresso foi “parque de entretenimento” puro. E ficámos tão molhados como nas montanhas russas de Orlando! O mar estava mais picado do que de manhã porque estava mais vento. Ondas de 2-3 metros. O barco subia as ondas e depois caía paf! no cavado entre ondas. E depois volta a subir e paf! a cair. E a onda entrava no barco, deixando-me a cara toda molhada. Oh, mar salgado… Sim, a água era mesmo salgada. Ficámos molhadas até aos ossos, mas divertimo-nos  imenso. Parecia montanha russa… no meio do oceano. Muito divertido.

A aproximação às Flores, pois pudemos ver de perto as escalas da ilha e algumas das muitas grutas.