Passeando-nos na
floresta de Marquette, numa pequena elevação perto do rio Mississippi no estado
de Iowa, vemos pequenos montes regulares. São tão discretos que quase que
passam despercebidos. Ou pensamos que a Mãe-Natureza assim desenhou esta
floresta. Mas estamos enganados. Estes montes formando efígies, silhuetas de animais,
foram feitos pelos índios da região há 800 – 1400 anos como túmulos, atualmente
protegidos e conhecidos como o “Effigy Mounds National Monument” que poderemos traduzir como” Monumento
nacional dos túmulos em forma de silhuetas de animais”.
Os índios construíram
túmulos durante várias épocas e em vários lugares, mas segundo os historiadores
só os índios do Midwest os fizeram em
forma de animais (pássaros, tartarugas, bisontes e, acima de tudo, ursos). Mas
porque moldaram a natureza para estes túmulos-efígies?
Espalhados por 10 km² encontram-se
206 túmulos, dos quais 31 são em forma de animais e os restantes simplesmente
cónicos. Estes são os mais bem conservados, não sendo porém os mais antigos. À medida
que o povoamento do território avançava, os colonizadores iam usando as terras
para a agricultura e mais tarde para as linhas férreas.
Túmulos cónicos (os “mounds”) começaram a ser construídos há
2 500 anos pelos chamados “índios das florestas”, tendo passado a dar-lhes
a forma de silhueta de animais, efígies, há 1 400 anos. Seriam túmulos ou
locais para cerimónias religiosas. Algumas lendas tribais falam do urso como o
guardião da Terra e do pássaro como o guardião do Céu. Alguns historiadores
pensam que estas efígies seriam o meio de ligação ente as pessoas (da terra) e
os seus antepassados (que já tinham partido para o céu).
A construção destes túmulos parou por volta dos anos 1100-1200.
Evidências arqueológicas revelam que houve nesta época uma grande transição
cultural: estes povos passaram de caçadores-recolectores para sedentários. E a
tradição da construção dos túmulos-efígies foi desaparecendo.
Felizmente sobreviveram alguns neste local sagrado de onde se
tem uma fantástica vista sobre o Mississippi. Um local sagrado que dá a quem
por lá se passeia momentos de paz interior e energia positiva.