sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Moinho de Caixeiros


De repente, em Caixeiros, já não muito longe de Santa Cruz,  passámos por um moinho lindo, branco, com bordas azuis e com as suas majestosas velas brancas rodando ao  sabor do vento com os seus vasos de barro a deliciaram os nossos  ouvidos – e os do moleiro – com a sua sica. Tivemos de parar. O Sr. Sérgio, o moleiro, recebeu-nos no seu moleiro, bem, “meu, não, este não é meu. O meu está para além”, esclareceu-nos.
Sim, ainda existem moleiros, o Sr. Sérgio é moleiro de alma e coração. Recebeu o seu moinho ainda jovem adulto. Como nas lendas que nos contam na infância, o pai, moleiro,


 tinha dois filhos, um fio de ouro e um moinho. Perguntou o que cada um queria. O Sr. Sérgio disse logo que gostaria de ficar com o moinho. O irmão preferia o fio de ouro, pois a vida de moleiro não lhe interessava. 

E é no seu moinho e neste moinho de várzea de 1836 que a Câmara Municipal de Torres Vedras adquiriu e restaurou já lá vão mais de 20 anos, que o Sr. Sérgio transforma os grãos de trigo e de milho (“Centeio, não, que estraga estas mós”, explica-nos) em farinha que ali mesmo é vendida assim como aos seus subprodutos, o farelo e o rolão.  

Após a pedagógica aula de moagem que o Sr. Sérgio nos deu, seguimos para Santa

Cruz, que iria ser o ponto de partida para a nossa descoberta da região de Torres Vedras.