sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Botsuana 2017 - Os preparativos

Os preparativos
Uma viagem nunca começa no dia da partida. Começa normalmente muitos meses antes. Não se trata somente da marcação dos voos mas de todo um conjunto de preparativos, essenciais para que a mesma corra o mais suavemente possível.
Especialmente uma viagem de aventura carece de uma preparação meticulosa para não sermos surpreendidos por imprevistos que podem ser evitados – é que uma viagem deste género já tem por si muitas situações inesperadas. O importante é fruir da situação – e tal só é possível se for bem preparada.
Esta preparação é muito boa pois a viagem não se resume somente aos dias que estamos no país. Passámos muitas horas a recolher o maior número de informações sobre o país, o custo de vida, o estado das estradas/picadas, dos parques de campismo e até sobre os animais que eventualmente iremos encontrar. Preparámos até um pequeno cartão com o desenho das marcas das patas dos animais para assim podermos saber que animais estiveram junto ao nosso jipe durante a noite. Num outro cartão levámos a descrição e a imagem das diferentes espécies de antílopes para assim sabermos que animais vimos no caminho.

·         Data da viagem: de 24 de fevereiro a 5 de março
Porquê estas datas ? Quisemos aproveitar a semana do carnaval na qual pouparíamos um dia de férias por causa do “feriado” de 3ª feira de Carnaval. Além disso, não gostamos de viajar na estação alta (férias grandes da África do Sul em julho e agosto), apesar de a época das chuvas ser normalmente aconselhada a evitar.
Ao viajar em fevereiro, ou seja, na época das chuvas, temos de contar que algumas estradas /picadas se encontrem impraticáveis ou perigosas, o nível das águas dos rios sobre bastante. Já estamos mentalmente preparados para picadas com muita lama – e no norte do Botswana há uma lama conhecida por “black cotton”, extremamente escorregadia.
Mas pelo que temos visto na webcamera de Kasane da ONG Elephants without Borders os animais continuam ir beber aos charcos, apesar de haver água em todo o lado.

·         Vacinas
Além da prevenção da malária (há mesmo muita malária no Botswana, em especial no norte) não é necessária vacinação nenhuma especial.

·         Roupa
Roupa clara e de manga comprida – a melhor prevenção contra os mosquitos. Além disso, deve levar-se repelente de mosquitos.
Na época seca, as noites podem ser frias.
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·         Orçamento de viagem
Tentando limitar o afluxo de turistas, o governo do Botswana optou por uma política de preços algo dissuasiva. Se a viagem de avião até Joanesburgo foi bastante barata (€ 275 por um bilhete de ida e volta na TAAG a partir de Lisboa !!!!!), já o voo de Joanesburgo até Maun, no norte do Botswana, foi bastante mais caro: por um voo na Air Botswana de menos de 2 horas de duração pagámos à volta de € 350!
O aluguer dos jipes com tendas no tejadilho (a Southern Off Road foi quem nos fez os melhores preços), totalmente equipados, ronda os € 120 (época baixa) - € 300 (época alta) por dia, a que se junta o preço do combustível (aprox. 0,80/0,90 € por litro) . Para se entrar num parque nacional, há que pagar uma taxa de aproximadamente € 15 por pessoa e por dia, quer se fique num lodge ou num parque de campismo, além do preço para a pernoita, que é muito elevado no  meio dos parques nacionais. Por exemplo, por uma noite no Savuti Campo pagámos € 50 por pessoa e por noite – mesmo tendo ficado a dormir nas nossas tendas!  No enanto, a maioria dos parques de campismo tem preços “normais” à volta dos P 100 (mais ou menos € 8.50).
Há passeios que exigem um guia, por exemplo, se quisermos fazer um safari a pé, ou um passeio de mokoro (barco tradicional), sobrevoo do delta do Okavango, que vão fazer subir os orçamentos de viagem.
Além de vermos animais há também de comer e acima de tudo que beber. Segundo lemos, o preço de uma refeição ronda os € 15 - 20 €.

·         Veiculo 4x4, vulgo, jipe
Alugar um veículo 4x4 no Botswana não é nada difícil pois existe uma grande oferta, sendo a maior parte de sul-africanos. Há que pedir diversos orçamentos, compará-los bem (ter atenção especial ao seguro). Para evitar problemas, escolhemos um seguro contra tudo.
É muito útil ler os comentários ao jipes nos fóruns respetivos para sabermos avaliar as ofertas.
Depois de estudarmos todas as opções (Land Rover Defender, Toyota Hilux, Ford ranger e Land Cruiser ) decidimo-nos por um Toyota Hilux  da Southern off road, uma empresa baseada na África do Sul mas com escritórios em Maun e em Kasane. Segundo lemos, as empresas sul africanas têm veículos mais bem equipados, mais modernos e com melhor manutenção.
Os nossos jipes vêm com
Equipamento de camping
  • Canópia de alumínio
  • 2 x tendas no tejadilho com colchões, sacos de dormir, almofadas, lençóis e cobertores
  • Toalhas
  • 4 cadeiras de campismo
  • Mesa de campismo de inox
  • Machado
  • Garrafa de gás
  • Depósito de 45 l de água
  • Frigorífico de 40 l com cabo de eletricidade de 220V
  • Pá de vassoura
  • Chaleira
  • Extintor
  • Compressor de ar
  • Macaco para o carro
  • 2 x pneus de reserva

Equipamento de cozinha

  • 4 colheres, 4 facas, 4 garfos, 4  colheres de chá
  • 2 facas de bife
  • 1 faca de cozinha,1 faca de pão
  • 4 tacinhas para cereais
  • 4 pratos rasos
  • 4 canecas
  • 4 copos altos
  • 4 copos de vinho
  • 4 copos pequenos
  • Espátula
  • Descascador de batatas
  • Abre-latas
  • Saca-rolhas
  • Tábua de pão
  • 1 panela pequena, 1 panela média
  • 1 coador
  • 1 frigideira
  • 1 colher para massa, colheres de servir
  • Pinças para grelhador
  • caixas

·         Guias de viagem
Connosco vamos levar dois guias : Bradt e Lonely Planet.

·         Roupa
Levamos muito pouca roupa: 1 calções, 1 calça de algodão para a noite (para evitar mordidelas de mosquito), 8 t-shirts, 8 cuequinhas, 1 biquíni, 1 sandálias e 1 sandálias para a água (importante na época das chuvas, porque se tem de observar os cursos de água que se pretendem atravessar a vau)

·         Cartografia
Os melhores mapas da região são os daTracks4Africa (com a indicação da quilometragem entre dois pontos, mesmo em sítios remotos) e do Reise Know How. Os da Shell também serão bons.
Planeamos comprar um mapa da Tracks4Africa no aeroporto de Joanesburgo. E alugámos um GPS na empresa de alugueres de jipes

·         O itinerário
Se tudo correr como planeados, chegaremos a Maun no domingo às 13.45. Aí iremos recolher o jipe, partindo de imediato para fora da cidade.
Reservámos espaço no Old Backpackers, junto ao rio Thamalakane, um braço do Okavango, a somente 13 km de Maun..
Na 2ª feira e na 3ª feiras teremos as etapas mais difíceis. Vamos para Savuti, no Parque Chobe. Como tem chovido muito, calculamos que as picadas estejam todas enlameadas.
Na 3ª feira ao final da tarde, chegaremos a Kasane. No dia seguinte iremos ver as Cataras de Victoria do lado do Zimbabué, que parece ser o lado mais bonito.
Na 5ª feira, sairemos de Kasane em direção a Nata. Ficaremos a 53 km de Nata, num parque onde os elefantes andam à vontade

Na 6ª f, regressaremos ao ponto de partida, a Maun. E no sábado, se ainda houver tempo, vamos tentar fazer um passeio de mokoro, as canoas típicas do Okavango, antes de partirmos. Depois será entregar os jipes e apanhar o avião para Joanesburgo, daí para Luanda e finalmente para Lisboa.