Paragem obrigatória de
qualquer visita a Nottingham, para além do castelo e de um passeio pela famosa
Floresta de Sherwood, é nas Galerias da Justiça, cujo tribunal data do século
XIV.
A visita está muito
bem concebida com guias/atores que desempenham vários papéis como guardas
prisionais ou como encenadores de peças de teatro e que vão explicando aos
visitantes a história não só da justiça em Nottingham e em Inglaterra assim
como a do edifício.
No hall de entrada
somos recebidos por um “juiz”, vestido a rigor que nos faz a introdução ao
edifício e nos leva à sala do tribunal, onde põe os visitantes como
protagonistas dum caso que deu muito de contar: o de assassínio da mulher dum
famoso médico. E com historietas interativas se vai contando a história do
edifício e do sistema prisional e de justiça no Reino Unido.
Parece que os
primeiros a usar este local para fins oficiais foram os normandos, que
designavam xerifes para manter a paz e cobrar impostos— daí o local ser
conhecido por “Sheriff's Hall” ou “The County Hall “ ou mesmo “The Kings Hall”
Os primeiros registos
escritos sobre o local ser usado como tribunal são de 1375 e como prisão de
1449.
Em 1724, o tribunal
ruiu e um novo foi construído no mesmo local entre 1769 - 1772
- como está inscrito no edifício “Este tribunal foi edificado no ano de
MDCCLXX , no décimo ano do reinado de Sua Majestade o Rei Jorge III.“
À frente do edifício
foi colocada uma paliçada de ferro para ajudar a controlar melhor as multidões,
que poderiam ficar descontroladas durante os enforcamentos públicos, que eram
um espetáculo muito popular.
A última pessoa a ser
enforcada publicamente foi o talhante Richard Thomas Parker em 1864—um
“espetáculo” visto por mais de 10 000 pessoas.
No último quartel do
século XIX, um novo incêndio voltou a destruir o tribunal que voltou a ser
construído entre 1876 e 1879. No entanto, a prisão fechou definitivamente em
1878 por causa das suas más condições.
No início do século
XX, em 1905, foi ali instalada uma esquadra da polícia.
Finalmente, em 1986,
fechou-se este local de “crime e castigo”.