segunda-feira, 2 de junho de 2014

A aventura angolana pode começar

Os sacos estão prontos. Sacos, sim. Saco e não mala para melhor se poderem arrumar nos jipes. E sacos no plural pois temos de levar saco-cama e algo mais de subsistência, uma vez que vamos para o deserto do Namibe (deserto de Moçâmedes quando andei na escola) e durante 4 dias estaremos em auto-piloto, longe e tudo e de todos.

Depois de amanhã a aventura começa. Na realidade já começou, pois a ida ao consulado para pedir o visto faz parte da aventura sempre que se viaja para Angola. As exigências do governo angolano para o visto vão desde a famosa “carta de chamada”, nome horrível, pois a mim ninguém me chamou, sou eu que quero ir passear por Angola (quanto muito foram as paisagens angolanas que me chamaram), à apresentação do extrato bancário, requisito que desta vez não foi exigido por irmos no âmbito da projeto de cooperação entre Almada e o Kwanza Sul. O pedido de visto agora é presencial, toda a gente tem de ir ao consulado para tirar os dados biométricos. Outra aventura. Filas, espera, espera e espera. Vamos de guichet em guichet, intercalando com momentos (grandes!) de espera na sala de espera definitivamente pequenas para todos os que necessitam de tratar assuntos no consulado.

A segunda aventura foi a ida à TAAG pagar o bilhete. Telefonámos para a Central de Reservas disponibilizada para nos informarmos do horário de abertura e a resposta foi bem clara: “Das 8h às 15h”. No dia seguinte, um pouco antes das 9h lá estávamos nós à porta da TAAG. Fechada, claro, pois o horário lá colocado dizia “Das 9h às 16h”! A emissão do bilhete foi como um parto difícil, mas nós como mulheres sabemos o que isso é. Respira-se de alívio quando tudo está despachado.

Bem, agora com os sacos prontos, o passaporte com visto, o boletim de vacinas e o bilhete na mochila, já podemos ir para o aeroporto e começar o nosso raid que nos vai levar de Luanda até à foz do Cunene, às quedas do Ruacaná, ao Huambo (a Nova Lisboa onde nasceu a minha irmã), ao Lobito, ao Lubango e a muitas outras paragens maravilhosas.


Sempre que pudermos, aqui contaremos as histórias da nossa aventura.