sábado, 16 de março de 2019

3º dia - Arusha - Mto Wo Mbu

Ontem após o jantar resolvemos dar um pequeno passeio pelas redondezas. O hotel fica já quase fora de portas de Arusha. Os últimos 600 m são de terra batida. 
Saindo do portão, guardado por um masaai à noite, temos algum comércio local: um barbeiro que aluga DVD e vídeos  (sim, ainda se alugam vídeos!), dois bares, todos protegidos por grades (normal por aqui), uma cozinha/restaurante e uma fonte onde as pessoas se abastecem de água. 
Continuámos a andar e.... de repente tudo ficou às escuras. Um apagão, também normal por aqui. Passear às escuras não nos apetecia e regressámos só hotel. 

Pequeno-almoço com um delicioso sumo de melancia e um fantástico sumo de manga, feito especialmente para nós. 
Agora era necessário fazer as compras de tudo o que é preciso para os parques. Mas....continuávamos sem xelins - exceto o troco que afinal a gerente do hotel nos deu. Ou seja, a prioridade número um era arranjar xelins. À medida que nos aproximávamos do centro da cidade íamos procurando um banco. Um desafio, uma vez que mal se distinguem. O que chama à atenção são homens de metralhadora à porta.  Vimos um mas não conseguimos parar. Descobrimos outro, Tpb Bank, mas do carro não nos conseguíamos perceber se estaria aberto. Sai do carro e vi dois homens armados à porta, sentados em cadeiras de plástico verde intenso. Num canto da porta umas letras brilhantes diziam “Yes, we’re open”. Entrei. Seis guinchets, um com uma funcionária. À frente, uma longa fila. Aproximei -me do guichet, dizendo que só queria fazer uma pergunta. Se trocavam dólares. A funcionária olhou para mim e perguntou-me quantia e se tinha o passaporte. Confirmei e ela voltou a perguntar. Voltei a confirmar e ela voltou a perguntar. Após a minha terceira confirmação, disse-me que sim. Pus-me na fila. Uma outra funcionária apareceu, chamou-me e voltou a perguntar-me o mesmo. Voltei a confirmar. Disse -me para preencher o impresso cor de rosa. Que na realidade era um impresso de depósito de dinheiro numa conta. Ao dizer-lhe que o impresso não parecia ser o correto, ela perguntou admirada se eu não tinha conta no banco. Respondi que não com a cabeça. Preenchi o impresso e voltei para a fila. 
Entretanto, eram 12h e o banco fechou. A funcionária, porém , não se incomodou. Finalmente chegou a minha vez. Demorou algum tempo até ter o monte de notas, correspondente às minhas notas. 

Agora já podíamos ir às compras e atestar o jipe. Às compras fomos à um supermercado ocidental, novinho, com mais empregados do que clientes. 
E depois pusemos o jipe a rolar em direção ao lago Manyara onde nas suas margens há leões que sobem às árvores. 
Caminho tranquilo em estrada asfaltada. Passámos por algumas aldeias cheias de movimento, com belos mercados de frescos. Bananas-pão grandes e bananas  anãs. Anonas enormes. Tomate. Cebolas. Alhos. Senhoras sentadas em banquinhos assando e vendendo batata-doce, mandioca e milho assados. Montinhos de lenha e sacas de carvão. 
Ao aproximarmo-nos do lago vimos uns pássaros muito grandes a voar. Eram cegonhas. Dezenas de cegonhas nas árvores e a voar. Muitas delas com plantas no bico para fazer os ninhos. A proximidade da água atraiu-as. 



E no cimo do monte junto ao lago o parque de campismo Nigombani, na posse de um holandês que o mantém num brinquinho: relva verdíssima, uma piscina infinita com uma vista soberba sobre o lago, casas de banho limpas. No caminho um macaco atreva-se-nos mesmo em frente do jipe. Tínhamos chegado à selva. 


Quando chegámos fomos logo informados de que a nossa tenda chegaria às 22h mas que entretanto nos tinham montado uma no chão. O campo tem internet e assim pudemos receber as mensagens da empresa  de aluguer de carros com a mesma informação. Veremos...