sábado, 23 de março de 2019

9º dia - Tarangire - Arusha


Hoje foi um dia em cheio. Vimos imensos animais. Começámos até a vê-lós durante a noite. 
Ja estávamos deitados quando ouvi ruídos perto da tenda. Espreitei para fora e lá estavam eles, três elefantes grandes e um bebé, a comer as folgas e os ramos da árvore debaixo da qual nós tínhamos estacionado e aberto a tenda. Os campos nos parques nacionais não têm vedações e os animais passeiam-se por entre as tendas naturalmente. Este é o seu território. E assim ali ficámos a ver os elefantes à distância de um braço. Felizmente a lua estava cheia e pudemos observar bem a cena. 
Muito perto ouvimos o rugir de leões. Hoje de manhã Ayudu confirmou-nos que os leões tinham andado pelo campo. O guia dos dois chilenos que também ali estavam contou-nos que na véspera tinham 14 leões a beber água na poça que está mesmo ao lado do campo. 
Arrumámos a tenda pela última vez e partimos à descoberta dos animais do Tarangire, o parque que tem a maior concentração de elefantes do mundo. 
Na realidade, vimos milhares de elefantes, adultos, jovens e bebés, que nem se atreviam a sair debaixo da mãe.  Por onde quer que andássemos, víamos elefantes. A comer. A cobrir-se de areia. A beber. A brincar. Parados a descansar à sombra dos embondeiros. 
No rio Tarangire, com muito pouca água apesar de estarmos na época das chuvas, juntam-se os animais. Os elefantes, as gazelas, os gnus, as zebras, as girafas. 











Foi muito interessante ver a girafa beber água. Primeiro verificou muito bem se seria seguro. Olhou para todos os lados. Começou a baixar-se mas se ouvia um ruído, levantava logo o pescoço e punha-se de novo a olhar para todos os lados. Repetiu está situação várias vezes. Quando sentiu que estatuária mesmo em segurança, é que começou a afastar as pernas e a baixar o pescoço até à água. A vida é difícil na selva é uma distração pode custar a vida. 

Logo de manhã vimos um grupo de três leoas e os seus filhotes a devorar um búfalo que uma das leoas tinha caçado. O búfalo ainda estava inteiro pelo que deduzi que a caçada tinha sido havia pouco tempo. Os filhotes, sem tempo para esperar que as mães abrissem a parte inferior do búfalo, metiam o focinho pelo anus do animal morto e puxavam para fora os intestinos. Tinham os focinhos de uma cor encarnada-acastanhada. Uma das leoas estava ocupada a abrir o focinho do búfalo. 
No céu voavam em círculo muitos abutres. A lei da selva. Um grupo de leões não consegue comer um búfalo inteiro. Comem até ficarem saciados: uma leoa come 20 kg e um leão 40. Isto chega-lhes para 2-3 dias. Depois voltam a caçar. Mas o resto do búfalo não se perde. Quando os leões abandonam a presa meio comida, vêm as hienas, os cães selvagens e outros predadores. Por fim, os abutres limpam a carcaça. 
Mesmo antes de sair do parque, a coroa do dia: um leopardo debaixo de uma árvore!


Ao princípio da tarde deixámos a selva e fomos para Arusha, cujo trânsito lembra uma selva... Mas até à cidade o caminho faz-se muito bem. As estradas nacionais são boas e estão em bom estado. Só se tem de ter em atenção a felicidade. Fora das localidades 80 km. Nas localidades 50 km.  À entrada de todas as aldeias, vilas, núcleos habitacionais sinais de trânsito e muitas lombas bem altas lembram os condutores qual a velocidade máxima. Além disso muita polícia com radar verifica se os limites são cumpridos. 

Ao fim da tarde chegámos ao hotel onde tínhamos estado há uma semana, o The Vijiji Center (tradução: o centro da aldeia). Um hotel com pequenas bromas, casas típicas redondas com telhado de colmo e pessoal muito afável.