quarta-feira, 20 de março de 2019

7º dia - Ngorongoro - Lago Manyara

Acordei às 5h30 para não perder nem um bocadinho do nascer do sol que toda a gente diz ser maravilhoso em Ngorongoro.  O horizonte começou a ficar alaranjado, primeiro só uma risca muito estreita que se foi alargando até ficar uma faixa larga. Por volta das 6h40 surgiu por detrás do monte - uma das paredes da caldeira de Ngorongoro - uma bola bem amarela e quente. A noite fora muito fria mal-assombrados que o sol apareceu começou a aquecer o ar. 
Como nos outros dias tivemos um animal a acompanhar o nosso pequeno almoço. Hoje foram duas águias que sobrevoavam o local, fazendo voos radiantes para apanhar um bocadinho de comida. 
Para hoje planeámos um dia calmo. Arranjámos tudo sem pressas. 
Um senhor da NCAA (Ngorongoro Conservation Area Administration) veio verificar a nossa autorização para acampar ali. E assim que soube que éramos de Portugal lá veio o Ronaldo à baila. Tudo pacífico.
Quando saímos do campo, começámos por ir à aldeia ao lado para devolver as garrafas de cerveja. Andamos a deitar as garrafas fora e só ontem a vendedora nos disse que as garrafas têm tara.  Bem, mais vale tarde que nunca.  Aquela aldeia não é bem uma aldeia mas um amontoado de casas governamentais, todas marcadas com o número do inventário do governo, à volta de um quartel da polícia. Uma senhora lavava roupa num alguidar. A água vinha duma torneira comum. Outra arranjava verduras. Um homem está sentado sobre o crânio de um búfalo. A dona da venda de bebidas tentava perceber - sem êxito - que queríamos uma garrafa de água com o dinheiro da tara das garrafas de cerveja. 
Tal como à ida para o Serengeti parámos no miradouro do Ngorongoro para observar a bela caldeira, cheia de vida. 
A poucos quilómetros da saída do parque parámos numa fantástica galeria de arte africana. Enorme com uma grande variedade de objetos tipicamente africanos. A galeria tem uma lapidação própria in situ de pedras preciosas, macondes a esculpirem pau santo e artistas a pintarem quadros de cores quentes que reproduzem tarefas diárias. 
Chegámos cedo a Mto Wa Mbu e ainda tivemos tempo para um passeio pelo mercado dos maasai e pelo marcado de rua onde comprámos bananas encarnadas que nunca tinha visto. A polpa é macia, rica em açúcares, potássio, muitas fibras e é menor que uma banana comum. Além disso, possui mais betacaroteno e vitamina C que outras variedades. 
A cidade está rodeada de plantações de banana. Um prato típico é estufado de banana com carne de vaca e leite de coco.