sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Uzbequistão - 4º dia



 

Melões. Melancias. Melões. Melancias. Melões. Melancias. Melões e melancias ladeiam a estrada nacional ao longo se vários  km na reta entre Галаба - Jizzax. Alias, o pais é conhecido pela sua grande produção destes frutos. O Uzbequistão é a capital mundial das melancias. Existem mais de 150 variedades diferentes.


Às 7h29 recebemos uma mensagem no whatsapp, informando que o carro tinha chegado. Descemos e, junto ao passeio, esperávamo-nos o Sr. Zoyir e o seu Chevrolet Cobalt. O carro é confortável, mas o lugar atrás do condutor muito apertado. O sr. Zayir conduzia bem, mas não fala uma palavra de inglês. Para comunicarmos usava um tradutor automático. Ou seja, quando nos queria dizer alguma coisa, pegava no telemovel, abria a aplicação, dizia o que queria  e esperava pela tradução. Só que às vezes, a ligação da internet era má e ele tinha que recomeçar. O único problema é que neste processo ele largava as mãos do volante e tirava os olhos da estrada, passando para a faixa do lado sem ver se viria algum carro…

Após três horas de viagem pedimos para parar para esticar as pernas e ir à casa de banho. As condições sanitárias desta faziam uma pocilga de porcos parecer limpa… 

A estrada entre Tashkent e Bukhara nao é má. Não há autoestrada, mas uma estrada nacional de duas faixas, com divisória central, nalgumas partes. O asfalto exigiu trabalho aos amortecedores, mas a viagem fez-se bem. 

Assim que se sai se Tashkent, a paisagem é rural com os campis tratados. A primeira grande cidade que atravessamos é Sirdarya. 

Ao passarmos Juzzax, o sr. Zayir alertou-nos para as montanhas. Uma raridade no país, pois a maior parte do território é formado por planícies. 


A região de  Gappaorop / Ғаллаорол parece ser produtora de maçãs, pois havia muitas bancas de venda  à beira da estrada, em lindas caixas de maças encarnadas e amarelas, dando colorido ao cinzento do dia. 


Parámos à entrada de Samarcanda para almoçarmos.



 


Comemos borsch, (a famosa deliciosa sopa de beterraba e carne de vaca com smetana/natas ácidas),  chuchvaras (ravioli com carne, abóbora e cenoura), caldo de carne e…. ovos estrelados com batatas fritas (para a amiga que não aprecia as especialidades locais à base de carneiro…). Queríamos comer manty (raviolis de carne) e plov (pilaf/arroz frito com especiarias e frutos secos). Acompanhámos o repasto com chá. E pagámos pelas três… €10,9!!!!




À saída de Samarcanda uma escultura recriando a rota da seda: uma cáfila de camelos liderada por um chefe de caravana. 

Seguimos para Bucara. A região de Alijon é rica em couves. Perdem-se de vista os couvais, estando a estrada ladeada de bancas de venda de couves  brancas, verdes escuras, verdes claras. 

Finalmente, 9h30 após termos saído de Tashkent chegámos ao hotel. O Old City é um hotel de 2 ** muito simpático, à entrada do centro histórico. 

Assim  depois de termos deixado as malas no hotel fomos até ao centro. A cidade é muito mais turística do que Tashkent. Os monumentos históricos estão aqui, bem preservados - se bem que alguns transformados em galerias de artesãos. 



Na madraça , falei vom a Srª D. Zayna , professora de bordados suzani que nos explicou como se tingem os fios de algodão com produtos naturais, como se fixa a tinta e como se borda. 



A origem do nome Suzani vem da língua persa e significa Beleza Tribal ou Beleza que vem da Tribo. Uma Suzani conhecida desde a antiguidade foi a poeta persa Suzani Samarqandi "Shamseddin Taj-ul Shu'ara" que viveu no século XII. O nome tem variações como Suzana e Suzane este citado num conto do AT. 





Também no centro, mas numa casa do século XIX que pertencia a uma família judaica existe agora a galeria de um coleccionador de tapetes. 

Amanhã iremos explorar a cidade.